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Tiago Splitter anuncia aposentadoria do basquete aos 33 anos


Primeiro representante do Brasil a ser campeão da NBA, a liga americana de basquete, com o San Antonio Spurs em 2014 e jogador com uma longa carreira na seleção brasileira, o pivô Tiago 
Splitter anunciou a sua aposentadoria, aos 33 anos de idade, em entrevista ao site do  canal SporTV durante o fim de semana do All-Star Game, em Los Angeles. A decisão vem a público 10 meses depois de seu último jogo oficial, defendendo o Philadelphia 76ers.



Desde 2016, quando ficou fora dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Splitter sofre com problemas de lesão, especialmente no quadril. Ele passou por uma cirurgia há dois anos, mas precisaria passar por mais uma intervenção para tentar voltar a jogar. Ele pesou na balança a situação, sequer pensou na possibilidade de jogar em outra liga e decidiu parar.

"Vou parar de jogar. É uma decisão que tomei nesses últimos meses, não é uma coisa que eu quero, mas a lesão que tive no quadril está sendo mais problemática do que a gente achava. É um momento difícil porque você para de fazer uma coisa que fez a vida inteira. Eu me lembro de estar em uma quadra de basquete desde que lembro da minha pessoa. Conversei com minha família, minha esposa, todo mundo e, realmente, chegou o momento de pendurar o tênis" disse.


Segundo Splitter, ele foi o primeiro jogador da NBA a jogar com uma prótese, colocada no lado direito de seu quadril. A recuperação demorou pouco mais de um ano. No entanto, apesar de alguns momentos de otimismo, Splitter começou a sofrer com dores musculares e sucumbiu diante do novo diagnóstico.

"Fiz a cirurgia no lado direito do quadril. Estava até bem. Coloquei um pedaço de metal no quadril. Fui o primeiro a jogar com uma prótese na NBA. O outro lado começou a machucar. Procurei o mesmo médico. Fiz ressonância e viram que acabou a cartilagem, gastou com o tempo. Teria que fazer a mesma coisa do outro lado se quisesse jogar. Na época, estava com 32 anos e precisaria de mais 12, 13 meses de recuperação. Não estaria mais bem fisicamente para competir com essa garotada" explicou.


Durante o período em que trabalhou a sua decisão de se aposentar, Splitter não parou. Nos Jogos Olímpicos de 2016, ele foi comentarista e repórter da TV Globo, teve a oportunidade de fazer cursos de jornalismo e já vem sendo um dos nomes usados pela NBA em seus projetos de descoberta de talentos. Ainda fez estágios com treinadores durante a pré-temporada da liga no ano passado. Durante o All-Star Game, chegou a entrevistar LeBron James e até brincou sobre o histórico toco que levou do astro na final de 2013, quando foi derrotado pelo Miami Heat.

"Muitas pessoas que passaram pela mesma situação falaram para tentar tudo, seja técnico, jornalista, diretor. Botei isso em prática. Estudei jornalismo em um curso da associação de jogadores da NBA, vou fazer um de business em Harvard. Fiz vários camps, treinando meninos, fazendo um pouco de scout. Há um ano que estou experimentando coisas novas. O lado da imprensa é muito interessante. Uma coisa importante que o atleta não vê. A mídia quer jogar o basquete para cima, e o atleta vê (a imprensa) como inimigo. Eu mesmo demorei para entender isso" comentou.

A decisão sobre seu futuro ainda não foi tomada. No momento, criou um canal no Youtube em janeio deste ano. Ele vive a expectativa de poder trabalhar com o técnico Gregg Popovich no San Antonio Spurs, onde atuou a maior parte de sua carreira na NBA. A falta do trabalho em quadra vai sentir para sempre.

"O dia em que eu tomar essa decisão todo mundo vai saber. Quero estar no meio do basquete, que deu tudo para mim. Cresci no basquete como pessoa. Óbvio que tenho a educação da minha família, mas a quadra, o sacrifício diário, dedicação, o esporte me deu. Não só devo ao basquete, como quero continuar nesse meio, Ser jogador de basquete é a melhor profissão do mundo. É difícil parar e fazer outra coisa" afirmou.

foto: getty Images

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