O caminho para Tóquio 2020 já está sendo percorrido de forma intensa
pelos atletas da ginástica artística brasileira. Prova disso é que, sem
perder tempo, o ano começou bem forte para 40 ginastas que estão
concentrados no Rio de Janeiro (RJ), desde o dia 15, para o primeiro
estágio de 2018, no Centro de Treinamento Time Brasil.
Sob o comando do coordenador de Seleções da modalidade da
Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), Marcos Goto, e com a
presença de vários treinadores, os participantes têm feito um trabalho
duro não só nos aparelhos feminino e masculinos, mas também nas
avaliações físicas e técnicas, entre outras que estão sendo feitas
periodicamente até este sábado (27).
Todo o trabalho é uma continuidade do que vem sendo feito nos ciclos
anteriores e já no início deste, após os Jogos do Rio, quando o Brasil
conquistou mais três medalhas. Para alguns atletas mais experientes é a
chance de evoluir ainda mais, enquanto para os mais novos, uma grande
oportunidade de aprender para quem sabe chegar longe.
Para Francisco Barreto, o período é de retorno, após a lesão que
sofreu no ano passado nas costas, quando teve que ficar de fora do
Mundial do Canadá. Já recuperado, ele está pronto para o primeiro
campeonato de 2018. "Vou começar ano com a disputa da American Cup, em
Chicago, nos Estados Unidos. É uma competição muito especial para mim,
que eu nunca participei e sempre tive muita vontade de ir. Fiquei um
tempo sem treinar no ano passado por conta da lesão e agora estou de
volta ganhando força, mobilidade. Estou voltando devagar a tudo que eu
fazia antes e espero fazer uma boa competição", planejou. "Estes treinos
aqui estão sendo bem importantes por podermos contar com toda a
estrutura, com a presença de atletas novos e voltarmos a fazer
preparação física e condicionamento todos juntos. Isso é muito
importante para voltar a ganhar gás, força e resistência. Vai ser um ano
bem pesado para todos."
Arthur Zanetti ressaltou a troca de experiência e a oportunidade para
os mais novos de aproveitar toda a estrutura oferecida. "Estamos
treinando com os atletas adultos e os juvenis. Isso acaba sendo
importante tanto para nós quanto para eles. Para nós porque acabamos
vendo uma nova geração a nos seguir. Precisamos continuar treinando
porque eles se aproximam cada vez mais e isso nos estimula. E, para eles
porque podem ver o que precisam fazer para chegar a uma seleção
principal é representar o nosso País. Não pode acontecer o que aconteceu
com alguns países de ter uma seleção ótima e não manter na próxima
geração. Estamos deixando um grande legado, que conta com esse ginásio
maravilhoso para essa nova geração poder trabalhar e também obter
resultados."
Flávia Saraiva também esteve um período afastada por conta de lesão,
mas já retornou com força total e muita vontade de representar mais uma
vez o Brasil. "Estou voltando a treinar e super feliz por estar com a
Seleção de novo. Temos aqui muitas meninas jovens. Eu, agora que já
participei de um ciclo, posso ajudá-las e, ao mesmo tempo, as mais
velhas me ajudam. Está sendo muito bacana. Espero que esse ano seja
melhor ainda, não só para mim, mas para todas", pontuou.
Outro veterano que está presente no CT é Diego Hypolito. Medalhista
de prata no solo na Rio 2016 mostrou muita disposição. "Os treinos aqui
estão sendo muito importantes. Acho que foi o camping que mais gostei de
participar na minha carreira porque está muito bem organizado e também
tem esses meninos mais jovens que estão chegando e buscando o espaço
deles. Torço muito por todos, tento dar incentivo e passar para eles
essa questão de sempre me superar e ter a possibilidade de chegar a uma
medalha olímpica assim como o (Arthur) Zanetti e o (Arthur) Nory. Isso
também nos incentiva a nos mantermos na ativa. Esse é um ano muito
importante pois já começa a classificação olímpica."
Além da preparação dos ginastas, o camping tem servido também para a
troca de experiência entre os treinadores dos clubes, que estão
acompanhando a equipe. Tanto é que antes do início do período, foi
realizado um seminário com a participação de todos os técnicos e demais
profissionais que trabalham com a Seleção. “A nossa visão hoje para
melhorar a ginástica é a capacitação dos treinadores. Sem eles não
existem atletas, nem nova geração, nem medalha olímpica. Por isso,
precisamos apoiá-los, capacitá-los e conseguir meios de motivá-los. Esse
é um dos nossos grandes focos. Tanto que todos os dias após os treinos
nós fazemos reuniões para avaliarmos, darmos sugestões, críticas e,
principalmente, ouví-los. Essa troca de conhecimento entre eles é o que
vai alavancar a ginástica. Por isso, é imprescindível esse apoio da CBG e
do COB. Hoje tem sido feito um investimento maciço na ginástica pelos
resultados que tivemos até hoje. Esperamos que o trabalho surta efeito
não só agora, mas também no futuro”, explicou Marcos Goto.
Foto: Divulgação
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