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Proibido de disputar os Jogos de PyeongChang, patinador Viktor Ahn escreve carta ao COI questionando decisão

Após receber a notícia de que não poderá participar de PyeongChang, o seis vezes medalhista de ouro em Olimpíadas, Viktor Ahn, escreveu uma carta ao Comitê Olímpico Internacional (COI), questionando o motivo de não ter sido liberado pela entidade para competir nos Jogos da Coreia do Sul. O patinador de velocidade em pista curta nasceu na Coréia do Sul, mas trocou de nacionalidade para a Rússia antes dos Jogos Olímpicos de Sochi em 2014.

Funcionários russos disseram que o COI se recusou a conceder um convite a Ahn por possíveis elos do esquiador com o doping. "É ultrajante que não exista uma razão concreta que explique a minha exclusão das Olimpíadas e, além disso, as pessoas agora me veem como atleta que usava doping", escreveu Ahn em um trecho da carta aberta endereçada ao presidente do COI, Thomas Bach. Competir na Coréia do Sul foi “uma parte importante da minha carreira por vários motivos ", disse Ahn, que ganhou os seus três primeiros títulos olímpicos em 2006 competindo por seu país natal. "Espero que o COI declare o motivo da minha exclusão, para que eu possa defender minha honra e dignidade", afirmou o patinador.

A carta de Ahn foi publicada na sexta-feira pela União Russa de Patinação. Perguntado sobre a carta, o porta-voz do presidente Vladimir Putin disse que a Rússia apoiaria todos os atletas, independente se eles participarem ou não das das Olimpíadas. "Estão em curso contatos intensivos com o COI para esclarecer a situação, e para que o interesse de nossos atletas que podem participar das Olimpíadas seja completamente garantido e respeitado", disse o porta-voz Dmitry Peskov. "Há atletas que estão contestando seus direitos em um contexto legal. Existem atletas atraentes para a opinião pública. Há atletas que são atraentes para a liderança do Comitê Olímpico. Esse é o seu direito. "

O COI ainda não confirmou quais russos serão convidados a competirem em PyeongChang e não explicou quaisquer decisões individuais. No entanto, disse que obteve um novo registro do laboratório antidopagem de Moscou que desempenhou um papel na tomada de decisões.

A Rússia anunciou na quinta-feira uma equipe olímpica de 169 atletas. A lista não continha Ahn e outros atletas russos candidatos a medalhas, incluindo o campeão mundial de esqui cross-country Sergei Ustyugov e o biatleta Anton Shipulin.


Leia a carta de Viktor Ahn na integra:

Prezado Sr. Presidente Thomas Bach,

Em 2002 obtive minha primeira oportunidade de participar dos Jogos Olímpicos. O presente na Coréia deveria ser uma parte importante da minha carreira por vários motivos. Duas semanas antes do início das Olimpíadas, descobri que o movimento olímpico não me considera um atleta que mereça ser parte dela, sem sequer fornecer uma explicação.

Durante toda a minha carreira na patinação de pista curta, nunca dei uma razão para duvidar da minha honestidade e da minha integridade, especialmente quando se trata de minhas vitórias que consegui com nada além da minha força e dedicação. Sempre mantive o respeito ao esporte, aos meus rivais, ao movimento olímpico e sempre cumprido a legislação antidoping. Eu honestamente pensei que estava tudo bem para completar os passos para atender os critérios para fazer parte dos Jogos Olímpicos, um atleta "limpo" merece o direito de competir lá. No entanto, a comissão do COI decidiu de outra forma e não me forneceu motivos para isso.

Eu examinei completamente os critérios que a comissão usou quando tomaram essa decisão. Posso declarar honestamente que não fiz nada que justifique me colocar na lista de atletas impedidos de participar dos Jogos Olímpicos.

É escandaloso que não exista uma razão concreta que explique minha exclusão das Olimpíadas e, além disso, as pessoas agora me veem como atleta que usava doping. Depois de todos esses anos de esportes, esse veredito de me impedir de disputar as Olimpíadas tornou-se um símbolo de desconfiança para mim por parte do COI, bem como o motivo da desconfiança por parte de toda a comunidade esportiva.

Espero que o COI declare em última instância o motivo da minha exclusão, para que eu possa defender minha honra e dignidade. Tenho o pleno direito de acreditar e espero que eu tenha a confiança dos meus apoiantes, bem como dos jornalistas, depois da minha longa jornada em pista curta e com absoluta ausência de minha culpa nesta situação, quando fui privado de uma oportunidade para participar das Olimpíadas.

Sinceramente,

Victor Ahn

Foto: Getty Images


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