A Agência Mundial Antidopagem (WADA) revelou que o
levantamento de peso, boxe e as lutas foram os esportes em que mais foram
encontrados casos positivos de doping no ano de 2016. Os números fazem parte do
Relatório de Números de Teste da WADA, que registra apenas os casos em que
tiveram Resultado Analítico Adverso (AAF na sigla em inglês), em que foram encontradas
substâncias proibidas, ao invés de Violações de Regras Anti-Doping confirmadas
(ADRV na sigla em inglês). Isso significa que nem todos os casos registrados resultarão
em sanções para os atletas flagrados.
Entre aqueles esportes de verão que estarão no cronograma
olímpico a partir da edição de Tóquio 2020, baseball e softball tiveram a maior
porcentagem de AAFs, com 5,3%. Será a reestreia dos dois esportes no programa,
que foram excluídos após os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. A Confederação
Mundial de Softball e de Basebol (WBSC) destacou que os resultados analíticos
adversos não significavam necessariamente uma violação antidoping, lembrando
que alguns casos poderiam estar dentro de possíveis Exceções de Uso Terapêutico
(quando o atleta tem autorização para usar substâncias proibidas por problemas de
saúde), além de múltiplas amostras do mesmo atleta. "No que diz respeito
aos AAF, esses achados refletem mais os testes gerais no beisebol nesta luta
global contra o doping, a fim de proteger os atletas limpos e efetivamente
pegar as fraudes", acrescentou um porta-voz da WBSC.
No ano passado 300.565 amostras foram coletadas no total. Dessas,
a maior parte foram do atletismo (31.433), ciclismo (23.132) e futebol (33.227).
Os mesmos esportes também foram os mais testados em 2015. Os esportes aquáticos
foram os próximos na lista, com 15.174 amostras coletadas, seguidas pelo
levantamento de peso com 8,834 e o rugby, com 7.366. Basquetebol e luta foram
os outros esportes no programa olímpico de 2016 que realizaram mais de 5.000
testes no ano passado.
Entre os esportes da Rio 2016, o golf foi o que menos
coletou amostras, com um total de 612 testes. O pentatlo moderno e os esportes
equestre realizaram respectivamente 639 e 671 testes. Já o skate, recém
adicionado ao programa olímpico de Tóquio 2020, teve apenas 2 testes realizados
ao longo de todo 2016. Nenhum teste foi realizado no skate em 2015.
As lutas, com 2,7% dos casos analisados como analíticos
adversos, o boxe, com 2,0%, e o levantamento de peso, com 1,9%, foram os
esportes que estiveram presentes na Rio 2016 com a maior porcentagem de casos
positivos.
Entre os esportes de inverno, o esqui foi o que mais
produziu amostras, com 4.738 exames coletados. O esporte foi seguido por
patinação e hóquei no gelo, que coletaram 3.611 e 3.229, respectivamente. Foi
justamente o hóquei o esporte de inverno com o índice de resultados analíticos
adversos mais alto, 1,1% dos testes. O curling coletou o menor número de
amostras dos esportes de inverno, com 224 amostras, sendo que em nenhuma delas foi
registrado AAF.
O relatório resume os resultados de todas as amostras dos
laboratórios credenciados pela WADA que foram analisados e relatados no
Sistema de Administração e Gestão Antidopagem da entidade (ADAMS). O Relatório
de Números de Teste 2016 da WADA é o segundo conjunto de dados de testes
globais desde que o Código Mundial Antidopagem de 2015 entrou em vigor no início
do ano passado.
Foto: Reuters
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