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COI preparado para anunciar as sedes das Olimpíadas de 2024 e 2028

Nos próximos dias terá em Lima, no Peru, o início da reunião do Comitê Olímpico Internacional (COI), que irá decidir finalmente a sede dos Jogos Olímpicos de 2024 e 2028. Embora já se saiba o destino dos dois eventos, as duas candidaturas passarão por análise e votação dos cerca de 100 membros votantes do COI.

Inicialmente a candidatura das cidades estava aberta apenas para os Jogos Olímpicos de 2024. Entretanto, com o abandono de várias cidades ao logo da disputa por preocupações com o tamanho e o valor dos Jogos, restaram apenas duas postulantes a abrigar as Olimpíadas, Paris e Los Angeles. O COI temendo um fracasso na eleição seguinte, com poucos interessados e com planos ruins, resolveu tentar um acordo entre Paris e Los Angeles para que as duas edições seguintes a Tóquio 2020 fossem abrigadas pelas duas cidades.

Após meses de diálogos entre o COI, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo e com o prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti, ficou definido que Paris sediará o evento em 2024 e Los Angeles em 2028. A ação do COI evita ainda a perda de prestígio da entidade, já que os Jogos se tornaram onerosos para as cidades e um peso para quem organiza.

Com as mudanças, o cenário da votação em Lima, que ocorre no dia 13 de setembro, deverá ser bem distinto das que estávamos acostumados a assistir. Saem de cena lobbys gigantescos para convencerem os membros votantes, reuniões, apresentações de candidatura e a presença de chefes de estado fazendo campanha de última hora para as suas cidades, e entra um resultado já acordado anteriormente e que será apenas ratificado. Sem suspense durante a votação, sem suspense na hora do anúncio. De acordo com o presidente do COI, Thomas Bach, o processo de eleição até o ano passado acabava por criar muitos perdedores e que através da escolha dupla, todas as partes envolvidas sairão ganhando.

A votação das sedes de 2024 e 2028 acontece em um momento de grande turbulência para o COI. Investigações no Brasil, com o apoio da França, apontam para uma possível compra de votos para a eleição do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016, ainda em 2009. Na última terça-feira policiais cumpriram um mandato de busca e apreensão na casa de Carlos Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), presidente do Comitê Organizador da Rio 2016 e também membro do COI. No mesmo dia, Nuzman foi interrogado pela Polícia Federal.

Outros temas espinhosos para o COI também estão no foco da mídia internacional, como o escândalo do esquema de dopagem dos russos patrocinado pelo governo local com foco nos Jogos de Sochi 2014 e a suspensão de membros do COI, como Frankie Fredericks, da Namíbia, e o irlandês Patrick Hickey por suspeita de corrupção.


Com a escolha das duas sedes de uma vez, o COI busca um porto seguro em duas cidades que já sediaram o evento anteriormente por duas vezes, tentando fugir das polêmicas que ocorreram com as últimas cidades que abrigaram o evento e assim poder restaurar a credibilidade do maior evento multi-esportivo do mundo.

Foto: IOC Photo


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