Apesar dos esforços feitos pelo atletismo da Rússia, o país
deverá ser mantido suspenso das pistas de todo o mundo. Assim que o grande caso
de doping, sistemático e com apoio do governo local, veio à tona através de um
relatório independente divulgado pela Agência Mundial Antidopagem (WADA), o
país foi suspenso de qualquer competição internacional. Era novembro de 2015.
Desde então, a Rússia vem tentando obter a liberação da IAAF.
O tema foi discutido durante a reunião do Conselho da Federação
Internacional das Associações de Atletismo (IAAF), nesta terça-feira. A reunião
ocorreu em Londres, sede do Campeonato Mundial de Atletismo que começa a ser
disputado nessa sexta-feira. Por decisão unanime, o conselho decidiu manter a
suspensão da Rússia. A decisão será repassada para o Congresso da IAAF que
ocorre hoje, também na capital britânica. Como revelado pelo Surto Olímpico, o
presidente da Federação Russa de Atletismo (RUSAF), Dmitry Shlyahtin, falará
durante o Congresso tentando provar que a Rússia vem atendendo a todos os
pedidos feitos pelo corpo técnico antidopagem da WADA e da instituição de
atletismo, pedindo assim, que o país seja liberado para competir.
De acordo com Sebastian Coe, presidente da IAAF, a Rússia
vem avançando constantemente na solução dos problemas referentes ao doping
sistemático que ocorria no país, mas que isso ainda não é o suficiente para
permitir o retorno russo ao atletismo internacional.
O presidente do grupo independente que trabalhou na
investigação do sistema de doping russo, Rune Andersen, disse a Coe e ao
Conselho da IAAF, que a Rússia vem sim trabalhando na direção certa, mas que
“ainda havia questões que precisavam ser resolvidas”. Entre essas questões que
ainda precisam ser trabalhadas estão testes “significativos” em uma base
generalizada. Outro ponto é a aplicação de suspensões aos treinadores que
faziam parte do esquema ou que treinavam os atletas testados positivos.
Andersen deu como exemplo o treinador de marcha atlética Viktor Chegin, que
mesmo estando envolvido nos casos de doping, continua a trabalhar com outros
atletas na Rússia. “A Agência Antidopagem da Rússia (RUSADA) iniciou alguns
testes, mas não testes abrangentes. Há um longo caminho a percorrer antes de
realizar os testes que consideramos significativos” afirmou.
Para Sebastian Coe, a situação vem progredindo
constantemente, com a Rússia seguindo um caminho correto. Mas que agora a
discussão gira em torno da velocidade desse progresso. Ainda que os atletas
russos sigam suspensos, 19 deles foram liberados para competir no Mundial que
começa sexta-feira, mas de forma neutra.
Foto: Getty Images
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