Foto: Ministério da Saúde |
Diante de representantes de mais de 60 países, o ministro da Saúde,
Ricardo Barros, apresentou em reunião de
trabalho no Palácio do Itamaraty, as ações que estão sendo tomadas pelo
governo federal brasileiro para reduzir o risco de contaminação pelo
vírus Zika durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. De acordo
com os dados mostrados, em um universo de 500 mil turistas estrangeiros
previstos, a probabilidade de que alguma pessoa seja contaminada é
menor que 1.
Entre agosto e setembro, meses em que serão realizados os Jogos
Olímpicos e Paralímpicos, há uma diminuição natural na propagação do
vírus por causa das condições climáticas. Além disso, as ações de
controle e combate ao Aedes aegypti foram intensificadas nos
últimos meses, assim como as operações de prevenção. Segundo o
Ministério da Saúde, nesse mesmo período do ano passado foi verificado o
menor número de casos de dengue em todo o país, devido à sazonalidade
da doença, cuja maioria dos registros ocorre entre janeiro e maio, época
de chuvas e temperaturas mais elevadas, ideais para a proliferação das
larvas do mosquito.
“Não vejo preocupação. Tivemos na Copa do Mundo cerca de 1,4 milhão
de turistas e só três pegaram dengue. Através de medidas como essa
reunião de hoje com os embaixadores e coletivas aos correspondentes
estrangeiros, nosso objetivo é que a informação da segurança da vinda ao
Brasil chegue às pessoas e elas possam comparecer. Nós não tivemos uma
quebra de expectativa de público, as coisas estão caminhando bem e o
prognóstico de grande sucesso dos Jogos está confirmado”, afirmou o
ministro da Saúde.
Além de preocupações administrativas e relativas a procedimentos que
serão tomados durante os Jogos, os representantes estrangeiros
manifestaram dúvidas sobre como será o atendimento caso algum atleta
contraia Zika. A hipótese foi prontamente descartada pelo ministro. “A
questão dos atletas é a cargo do Comitê Olímpico Internacional (COI). O
COI contratou um serviço especial de saúde para a família olímpica. Os
atletas têm baixíssimo risco, porque eles recebem um tratamento especial
na cidade olímpica: roupas, repelentes, preservativos. Eles estão
cobertos de uma atenção especial, então não vejo preocupação. As dúvidas
foram todas respondidas e não houve questionamentos que nos gerassem
maior preocupação”, explicou.
Por isso, Ricardo Barros disse que tem enviado cartas pessoais aos
atletas que anunciaram que não virão aos Jogos por causa do Zika. “Nós
temos pouquíssimos atletas que estão anunciando que pretendem não vir.
Eu tenho mandado cartas pessoais a todos eles pedindo reconsideração e
mostrando os dados. Todos querem que todos venham e é isso que nós
estamos procurando fazer: transmitir tranquilidade para que todos
estejam presentes. O apoio que recebemos do COI e da Organização Mundial
de Saúde (OMS) nos anima a continuar no cumprimento de todas as
obrigações assumidas”, completou.
Reforço
O efetivo do Ministério da Saúde para os Jogos terá reforço de 3.500 agentes que fazem prevenção ao Aedes aegypti
e 2.500 funcionários se juntarão aos 15 mil que já estavam previstos na
estrutura federal do Rio. “Isso nos permite dar absoluta tranquilidade a
todos, de que os Jogos transcorrerão na mais alta segurança para todos
que vierem participar. Para efeito da nossa infraestrutura é como se as
Olimpíadas já estivessem acontecendo”, disse o ministro da Saúde.
Ricardo Barros considerou a reunião de trabalho com os embaixadores
como bastante satisfatória. “Há um reconhecimento de todos os países
pela forma como o Brasil identificou o problema, anunciou. Foram os
nossos cientistas que relacionaram o vírus com a microcefalia. O Brasil
tem sido transparente e isso tem dado tranquilidade a todos”, afirmou.
Também participaram do evento o ministro interino da Justiça, José
Levi; o ministro interino do Turismo, Alberto Alves; o
secretário-executivo do Ministério do Esporte, Fernando Avelino, e o
secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Marcos Abbott
Bezerra Galvão. “Gostaria de frisar que nós estamos realizando reuniões
semanais, com todos os representantes do governo federal, fazendo
reuniões de controle no Rio com a presença do COI, do Comitê Organizador
Rio 2016, da prefeitura, do governo do estado, e nós podemos afirmar
que estamos muito avançados e seguros em todos os aspectos”, disse
Fernando Avelino.
Dados
O Ministério da Saúde também divulgou que os casos de dengue, em
2016, apresentaram queda antecipada em relação aos anos anteriores.
Historicamente, a redução no número de casos era observada a partir do
mês de junho. Levantamento do ministério aponta que, desde o mês de
março, o país apresenta tendência de redução, um comportamento diferente
do habitual. Os números dos casos de dengue já apresentaram redução de
99,2% no comparativo entre fevereiro e maio deste ano.
O pico da doença também ocorreu antes do previsto, em fevereiro, com
106.210 casos registrados na última semana do mês. Em anos anteriores, a
maior incidência de casos ocorria nos meses de abril ou maio. Já na
última semana de maio, os números caíram para 779 casos da doença em
todo o país.
Nas cidades onde haverá os jogos Olímpicos e Paralímpicos, o
comportamento é semelhante ao nacional, com pico da doença entre
fevereiro, março ou abril, e queda expressiva nos meses seguintes. O
município do Rio de Janeiro, por exemplo, teve o maior registro de casos
prováveis de dengue na última semana de fevereiro, com 2.420 casos. Nas
semanas posteriores os dados caíram, chegando a 12 casos notificados na
última semana de maio, o que representa uma redução de 99,5%.
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