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Emanuel e Ricardo no pódio de Atenas |
Em 2002, Emanuel já era um atleta consagrado no vôlei de praia. Ele, que começou a competir nas praias em 1991, já tinha ido a duas Olimpíadas, era tetracampeão do circuito mundial e resolveu dar a cartada para conquistar a medalha olímpica. Convidou Ricardo, que tinha conquistado a medalha de prata em Sydney com o antigo parceiro de Emanuel, Zé Marco, para formar dupla com ele.
O que nenhum dos dois sabia (ou imaginava) é que a dupla faria sucesso imediato. A dupla foi campeã do mundo e do circuito mundial já em 2003 e assumiram o rótulo de favoritos para os Jogos de Atenas ao vencerem o circuito mundial de 2004 com seis etapas de antecipação. Emanuel já tinha sentido o peso do favoritismo na Olimpíada anterior, quando fez dupla com Loiola, e não queria ficar sem medalha novamente.
Ricardo e Emanuel ficaram no grupo A e venceram os seus três jogos, perdendo apenas um set. Nas oitavas de final, bateram os noruegueses Kjemperud e Hoiaden por 2 sets a 1. Nas quartas de final, venceram os irmãos suíços Laciga por 2 sets a 0. Na semi -final, uma partida muito difícil, que no tie-break chegou a ficar empatada em 10 a 10, com os também suíços Kobel e Heuscher, mas no fim veio a vitória por 2 sets a 1, e a final seria contra os espanhóis Bosma e Herrera, que chegavam como os azarões.
Nessa final olímpica vimos que a dupla Ricardo e Emanuel era, de fato, imbatível. Com a força ofensiva e a altura de Ricardo, eleito em 2002 o melhor bloqueador do mundo, e a experiência, visão de jogo e ótima atuação defensiva de Emanuel, a dupla rapidamente tomou o controle do jogo e venceu o primeiro set por 21 a 16. No segundo set o panorama se manteve, com a dupla espanhola tentando de tudo, mas sem conseguir anular Ricardo e Emanuel, que venceram por 21 a 15 e se sagraram campeões olímpicos.
O Brasil, berço do vôlei de praia junto com os Estados Unidos finalmente pôde comemorar uma medalha olímpica no masculino. O ouro veio com sete vitória e apenas três sets perdidos. O feito se torna mais incrível ao pensar que Ricardo jogou a final contundido, com uma torção no tornozelo direito, e sequer aparentou.
Emanuel tinha conseguido sua primeira medalha olímpica e logo a dourada. Um dos jogadores mais talentosos do vôlei de praia teve que esperar oito anos para ter sua consagração completa. Ao ser perguntado por que ele e Ricardo se ajoelharam no pódio, respondeu: "Nós nos ajoelhamos no pódio porque foi a consagração da nossa carreira. Eu me senti como um cavaleiro recebendo a espada no ombro, como se me tornasse um lorde na Inglaterra. Entramos para as lendas do esporte".
Emanuel tinha conseguido sua primeira medalha olímpica e logo a dourada. Um dos jogadores mais talentosos do vôlei de praia teve que esperar oito anos para ter sua consagração completa. Ao ser perguntado por que ele e Ricardo se ajoelharam no pódio, respondeu: "Nós nos ajoelhamos no pódio porque foi a consagração da nossa carreira. Eu me senti como um cavaleiro recebendo a espada no ombro, como se me tornasse um lorde na Inglaterra. Entramos para as lendas do esporte".
A dupla com Ricardo durou até 2009 e depois foi retomada em 2014. Emanuel, que encerrou sua carreira na semana passada, ainda ganhou uma medalha de bronze em Pequim e uma de prata em Londres. Ele disputou cinco Olimpíadas, desde quando o vôlei de praia entrou no programa olímpico e é o atleta com maior número de títulos no vôlei de praia, com 153, superando outra lenda do esporte, Karch Kiraly. Abaixo, Ricardo e Emanuel comentam no canal do COI a final olímpica que conquistaram o ouro:
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