Em Pequim-2008, o Brasil subiu pela primeira vez ao pódio olímpico no
taekwondo. Natália Falavigna foi responsável pelo feito inédito e
continua como a única medalhista da modalidade na competição. Nos Jogos
do Rio de Janeiro, contudo, a Confederação Brasileira de Taekwondo
(CBTKD) traçou como meta a conquista de duas medalhas. Para a campeã
mundial de 2005, que hoje atua como coordenadora técnica da Seleção, o
resultado é possível, mas árduo.
“Se o Brasil conquistasse uma medalha já seria muito bom para a
modalidade”, opina Natália, que compareceu ao
evento-teste de taekwondo, na Arena Carioca 1. Nos Jogos Olímpicos, o
Brasil contará com a participação de quatro atletas. Até o momento,
apenas Iris Tang Sing tem a vaga confirmada. Os demais ainda disputarão
uma última etapa da seletiva, no próximo dia 6, no Centro de Educação
Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan), também no Rio de Janeiro.
“Acho que nossos atletas estão num pelotão de frente. Alguns podem
brigar muito bem por um quinto lugar e, estando em um dia bom, tendo
tempo para trabalhar, eles podem subir isso e almejar uma medalha”,
avalia. “A gente sabe que o nível olímpico é muito alto, os atletas vêm
muito bem preparados. Temos equipes fortíssimas, então são vários
fatores. Acredito nos nossos atletas brasileiros, mas entendo que é uma
equipe jovem”, acrescenta.
Com três participações nos Jogos Olímpicos no currículo e o
bronze alcançado na China, Natália destaca a dedicação necessária no
caminho rumo ao pódio nos Jogos Olímpicos. “A principal diferença que
faz um atleta chegar ou não é ele querer aquilo como uma meta de vida.
Era o meu sonho conquistar uma medalha olímpica. Eu fazia aquilo porque
eu amava e foi isso que aconteceu”, ressalta.
Diogo Silva, campeão dos Jogos Pan-Americanos de 2007 e bronze
na edição de Santo Domingo, em 2003, também destaca o fato de o grupo
atual ser mais novo e afirma ter dúvidas sobre a meta traçada. “Eu
acredito que duas medalhas seja uma expectativa não muito real. Esse é
um grupo novo de atletas que nunca participaram de Jogos Olímpicos. É a
primeira vez que vão ter essa experiência e ainda não têm essa maturação
internacional”, analisa.
“Acho que temos uma grande chance com a Iris no -49kg, apesar
de que ela terá que enfrentar as asiáticas que dominam por anos essa
categoria. O restante do grupo ainda é muito novo”, comenta Diogo,
apontando que a delegação pode ser preparada para Tóquio, em 2020.
Evento-teste
Durante os dois dias de competição no Parque Olímpico da Barra, os brasileiros aproveitaram para testar a área elevada de competição, os novos equipamentos e a rivalidade com os outros países. O evento ainda serviu como uma última fase de preparação para a seletiva olímpica final.
“Meu treinamento está muito forte lá em São Caetano do Sul para
ter um bom resultado na seletiva”, conta. “Se eu conquistar a vaga, a
preparação triplica, meus treinadores vão pegar pesado”, brinca Rafaela
Araújo, que tenta a classificação na categoria -57kg.
A brasileira foi derrotada na primeira luta do evento-teste
pela chinesa Fenfen Shao. “Ela é muito alta, tem a perna muito grande.
Achei que os árbitros dariam o ponto do soco na hora que ela caiu, mas
eles acabaram não dando. Isso acontece na luta, vai de interpretação e
ela acabou com a vitória”, explica. “Aqui foi um treinamento de alto
nível. Não foi o que eu esperava, mas foi um treino para a seletiva e eu
espero que lá dê tudo certo”, deseja.
O Brasil fechou a participação no evento-teste com apenas uma
medalha. Talisca Reis (-49kg) conquistou o ouro no sábado (20.2) e somou
10 pontos no ranking mundial e olímpico. A atleta já havia levado uma
medalha de prata na categoria – 53kg no início do mês, durante o US Open.
Neste domingo, Ícaro Miguel Soares chegou à disputa do bronze
na categoria +80kg, mas foi derrotado pelo campeão africano Yassine
Trabelsi, da Tunísia. “Infelizmente não consegui sair com a medalha.
Agora é trabalhar e continuar sonhando com as Olimpíadas de 2020”,
afirma o atleta, que está fora da seletiva olímpica final para 2016.
Foto: Getty Images
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