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Atletismo do Brasil planeja entre 11 e 14 ouros nos Jogos Paralímpicos


Em se tratando de Jogos Paralímpicos, o Brasil vive uma ascensão contínua no quadro de medalhas nas últimas edições da competição. Até os Jogos de Sydney, em 2000, o país jamais havia se classificado entre os 20 melhores. Depois disso, impulsionados por recursos da Lei Agnelo-Piva, sancionada em 16 de julho de 2001, e beneficiados com outros programas os esportes paralímpicos se profissionalizaram e o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) aperfeiçoou a estrutura.

Com isso, o Brasil saltou do 24º lugar geral em Sydney 2000 para o 7º na classificação dos Jogos de Londres 2012. E muito do sucesso se deve a contribuição do atletismo nas últimas edições dos Jogos Paralímpicos. Para 2016, o desempenho da delegação na capital fluminense será determinante para que o país possa alcançar a meta de terminar as Paralimpíadas no top 5. Para turbinar as chances de pódio, o CPB planeja contar com uma delegação recorde.

“Até hoje, nossa maior delegação de atletismo foi na edição de Pequim, em 2008, quando competimos com 42 atletas”, afirmou Ciro Winckler, coordenador técnico de atletismo do CPB. “Em Londres 2012, competimos com 35 atletas. Para os Jogos do Rio, planejamos uma delegação com algo entre 50 e 60 atletas. Será a nossa maior delegação da história no atletismo em Paralimpíadas”, disse.

Sem vagas garantidas

Assim como no atletismo olímpico, no atletismo paralímpico o Brasil, por ser país-sede, não é beneficiado com vagas. Quem quiser se classificar tem de atingir o índice exigido pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês) para cada uma das 29 provas (15 no masculino e 14 no feminino) em disputa nos Jogos Paralímpicos. Vale ressaltar que o número de medalhas em jogo vai além das 29 provas, uma vez que uma mesma prova pode distribuir várias medalhas, devido às diferentes classes que separam os atletas de acordo com suas deficiências.

Em função da qualidade dos atletas no país, o CPB vai se deparar com uma situação que hoje já é normal para o atletismo paralímpico em grandes competições internacionais. “No nosso caso, só ter o índice não garante que um atleta irá disputar os Jogos. Como cada país tem uma cota máxima, com certeza vamos ter um número muito maior de atletas no Brasil com índice do que a nossa cota de vagas”, ressaltou.

Com isso, o CPB levará em conta não apenas o índice, mas o potencial de pódio de cada um antes de decidir quem defenderá o Brasil nos Jogos Paralímpicos do Rio, disputados entre 7 e 18 de setembro. “No Mundial em Doha, no Catar (disputado em outubro), tivemos um número maior de atletas com índice do que tínhamos de vagas. Tivemos que criar um critério que não levava em conta só o índice. O atleta tinha que ter chance real de medalha e para os Jogos Paralímpicos vai ser assim de novo. No Mundial, todos os que foram estavam entre os quatro melhores do mundo”, recordou Ciro Winckler.
A data limite para a conquista dos índices é 16 de junho. E, segundo Winckler, o CPB pretende divulgar no dia seguinte o nome de todos os atletas que competirão no atletismo nos Jogos Paralímpicos do Rio.

Metas audaciosas

Para 2016, o CPB planeja dar um novo salto no quadro de medalhas e levar o Brasil ao quinto lugar na classificação geral. E o atletismo terá um papel fundamental para que esse objetivo seja atingido. “Se a gente resgatar historicamente o desempenho do atletismo brasileiro nos Jogos Paralímpicos, vamos ver que ele foi protagonista. Em Atenas 2004, o Brasil ficou na 14ª colocação geral e em 15º na classificação do atletismo. Em 2008, quando o Brasil ficou em 9º lugar em Pequim, o atletismo ficou em 10º. E em Londres 2012, nosso país terminou em sétimo e o atletismo também foi sétimo”, detalhou Winckler.

Para ajudar o Brasil a chegar ao top 5, o dirigente já tem em mente quantas medalhas o país precisará faturar no atletismo. “Vamos ter que trabalhar com uma média entre 11 e 14 ouros, sem contar as pratas e bronzes. No total, vamos ter que brigar por algo entre 35 e 40 medalhas”, adiantou.

Calendário movimentado

Diferentemente do atletismo olímpico, no qual a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) interfere o mínimo possível no planejamento de treinos e competições dos atletas de elite (que fazem essa programação com treinadores e clubes), no atletismo paralímpico o papel do CPB é mais enfático.

“O CPB centraliza as ações para potencializar resultados”, explicou Ciro Winckler. “Primeiro, a gente define o calendário de treinamentos e competições nas quais os atletas vão ter suporte do Comitê Paralímpico, que envia suas equipes multidisciplinares”, continuou. Segundo ele, o planejamento para o primeiro semestre está quase todo fechado.

“Na preparação para os Jogos Paralímpicos, vamos trabalhar por áreas. Os fundistas têm as provas específicas e os treinamentos em altitude; os velocistas vão ter os campings de treinamento nos Estados Unidos e competições no Brasil e nos Estados Unidos; e os lançadores vão ter treinos específicos e competições no exterior”, detalhou.

Outro ponto importante na preparação será o evento-teste, entre 18 e 21 de maio, organizado pelo CPB. “Vamos ter uns 400 atletas em uma competição de nível internacional”, adiantou Winckler. “Vamos convidar vários estrangeiros e vamos trazer alguns rivais para que nossos atletas possam se preparar da melhor maneira possível. Esse evento-teste será excelente e nos dará um ótimo parâmetro”, encerrou o dirigente.

Foto: CPB

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