Lideranças que atuam na área de segurança pública afirmaram na
quarta-feira 9, em audiência na Câmara dos Deputados, que o Brasil
está preparado para prevenir atos terroristas nos Jogos Rio 2016. Os
debatedores ressaltaram que os eventos contarão com policiais de
inteligência estrangeiros para auxiliar em ações de prevenção e reação.
Também estão previstas ações integradas em níveis federal, estadual e
municipal.
A audiência pública sobre a segurança nos Jogos foi realizada pelas
comissões do Esporte e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara.
Os recentes atos terroristas de Paris alertaram as comissões para a
possibilidade de repetição no Brasil, mas o chefe da Assessoria Especial
para Grandes Eventos das Forças Armadas, general Luiz Felipe Gomes,
afirmou que os riscos não aumentaram. Ao contrário, o país está mais
preparado, já que aprendeu novos procedimentos de segurança com a
tragédia na França.
Isenção de visto
O secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do
Ministério da Justiça, Andrei Rodrigues, esclareceu que a lei que
facilita a entrada de turistas durante os Jogos (Lei 13.193/15) não
trará prejuízos à segurança do país.
"O visto não pode se confundir com segurança. Visto é uma questão de
relação diplomática, de intercâmbio entre países, não de segurança. O
visto não impede ou coíbe qualquer ação que venha a atacar a segurança
pública de grande evento ou cotidiano. Nós, durante a Copa do Mundo,
barramos vários torcedores argentinos que constavam na black list
argentina de ingressar no Brasil. E o argentino não precisa de visto
para entrar aqui. Ou seja, o visto não guarda relação com segurança",
disse Rodrigues.
Monitoramento
O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Wilson
Trezza, afirmou que o órgão já realiza monitoramento da internet para
interceptar possíveis articulações terroristas e identificar alvos. "Nós
acompanhamos, verificamos qual é a incidência de contato com essas
organizações, se possível, quem são as pessoas que estão fazendo esse
trabalho e tentamos depois identificar os relacionamentos dessas pessoas
entre as que atuam na rede e entre as organizações – que tipo de
propostas, de mensagens e de problemas estão sendo discutidos."
O deputado Afonso Hamm (PP-RS), um dos requerentes da audiência,
disse estar preocupado, mas afirmou que outros eventos esportivos – como
a Copa do Mundo e os Jogos Pan-Americanos – prepararam o Brasil para os
Jogos do ano que vem. Hamm também disse que pediu aos órgãos de
segurança que enviem sugestões sobre a proposta de tipificação do crime
de terrorismo.
Os Jogos Olímpicos do Rio devem trazer cerca de 350 mil turistas ao
Brasil no ano que vem, segundo estimativas da Embratur. A competição
começa no dia 5 de agosto.
Foto: Câmara dos Deputados
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