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Moedas raríssimas se destacam em coleção de peças Olímpicas garimpadas por 40 anos



Roberto Gesta de Melo, ex-presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), é um dos maiores colecionadores de artefatos Olímpicos de todo o mundo, com aproximadamente 70 mil peças guardadas em anexo climatizado que construiu ao lado de sua casa, em Manaus.

De moedas, Gesta diz que tem “todas, de todos os Jogos Olímpicos, e também as variantes, como aquelas moedas que têm erros de cunhagem, aquelas que têm versões brilhante e fosca”, como explica o dirigente, que é membro da IAAF (sigla em inglês para a Associação Internacional das Federações de Atletismo).

Uma das moedas de Jogos Olímpicos mais raras é espanhola: a peseta em ouro maciço referente aos Jogos de Barcelona 1992, da qual só foram cunhados 120 exemplares, para serem oferecidos a personalidades. “Essa peseta de ouro é raríssima, porque só foi feita para VIPs”, conta Gesta, que teve um exemplar furtado, mas depois de uma década ainda conseguiu um segundo.

Outra raridade é a moeda comemorativa de Helsinque 1952, que teve uma edição cunhada no ano anterior (e que leva essa data, de 1951). Gesta tem as duas versões. “Foi a partir dessa edição dos Jogos que as moedas passaram a ser cunhadas em prata e outros metais. Moscou 1980, por exemplo, lançou uma série em platina”.


“Há poucos colecionadores especificamente de moedas de Jogos Olímpicos no mundo. E vale lembrar que, além delas, também são importantes as caixas originais, em que elas vêm”.

Da Antiguidade até hoje

Gesta passou 40 de seus 70 anos montando seu acervo de artefatos relacionados a Jogos Olímpicos, hoje um dos maiores do mundo porque abrange itens da Antiguidade até hoje. E, além das histórias das peças, o colecionador também tem as suas, atrás das raridades em leilões ou casas de numismática, como a dos Segarra, na Plaza Mayor de Madri.

De medalhas, o dirigente destaca a de ouro da maratona de Londres 1908. O italiano Dorando Petri dominou a prova, mas a 350 metros do fim caiu cinco vezes e, desorientado, foi ajudado pelos árbitros a cruzar a linha – o que lhe valeu a desclassificação. A medalha de ouro foi para o norte-americano Johnny Hayes, mas a rainha Alexandra presentou Pietri com uma taça de prata (a história foi relatada no jornal Daily Mail por Arthur Conan Doyle, o escritor criador de Sherlock Holmes).

Peças de ouro maciço foram cunhadas em apenas quatro edições – e para alguns esportes: Paris 1900, Saint-Louis 1904, Londres 1908 e Estocolmo 1912.

Gesta tem ainda protótipos de medalhas de Jogos Olímpicos cancelados por causa de guerras: Berlim 1916 e Tóquio 1940 (dos Jogos japoneses, só haveria cinco peças no mundo, hoje).

Medalhas de papel (e outros itens), com os cinco aros Olímpicos e o perfil de atleta grego usando um ramo de oliveira foram confeccionadas por poloneses prisioneiros do campo de concentração de Gross Born, em 1944, como conta o colecionador, como “celebração de esperança”, como diz o colecionador, sobre outros de seus itens.

Além das moedas e medalhas, Gesta tem em seu acervo urnas gregas, fotos, cartazes, selos, tochas, documentos – séculos de material esportivo. “Agora, ando pensando também em uniformes”.

Fotos: Arquivo Pessoal

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