Com a proximidade dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, que acontecerão no Rio de Janeiro, o
Batalhão de Ações com Cães (BAC) da Polícia Militar do Rio de Janeiro
tem intensificado os treinamentos em sua sede em Olaria, na zona norte
da capital fluminense. Diariamente, seis cães estão sendo preparados
para atuar na busca de explosivos durante o megaevento. Entre os animais
selecionados por critérios como raça e idade, três cães descendem do
labrador Boss, famoso por sua eficiência na atuação em diversas
incursões em comunidades do Rio.
Dois dos herdeiros de Boss, com um ano e meio de idade, Chefe e Cléo
apresentam o mesmo potencial de liderança do pai. Eles foram
direcionados para o treinamento com foco na busca de explosivos logo que
nasceram.
“Eles são labradores cor chocolate, e tem uma característica
necessária para o faro de maneira geral, que é o ímpeto pela busca ou
caça. No treinamento potencializamos este interesse do cão pela busca e
também incentivamos o reconhecimento do território”, explicou o
primeiro-tenente, Daniel Puga. “O cão farejador de explosivos não pode
ser ansioso. Mesmo encontrando o que está sendo procurado por meio do
olfato, ele deve dar um sinal passivo, não pode latir, não pode tocar no
objeto suspeito porque qualquer movimento brusco ou som poderá acionar o
explosivo. A sinalização neste caso é sentar. É assim que ele indica
aos membros do batalhão que encontrou o material buscado”, acrescentou.
Além de Chefe e Cléo, a pastor belga de malinois Aba também está
preparada para atuar nas Olimpíadas. A fêmea já participou de varreduras
de treinamento junto com os outros dois companheiros.
“A atividade de farejar e buscar explosivos não é simples. Esta é uma
ação que requer precisão, não é possível admitirmos erros. O
treinamento, portanto, é algo demorado. Se um cão de faro para armas e
drogas falha, uma ocorrência não será realizada, mas se o cão de
explosivos falhar, podemos ter um acidente gravíssimo na cidade”,
alertou Puga.
Há ainda mais três cães em fase inicial de treinamento. São eles: a
pastor belga de malinois, Nala, o pastor holandês, Eco, e a labrador
Delta, que também descende de Boss.
“A expectativa é de que, em no máximo três meses, estes cães estejam
preparados para farejar e buscar explosivo no grande evento
internacional”, disse um dos treinadores, o segundo-sargento Paulo
Roberto Michel. O BAC realizou intercâmbios com unidades especializadas
dos Estados Unidos, França, entre outros países.
Parcerias
O Batalhão está em busca de parcerias para ampliar o treinamento dos cães para os Jogos de 2016.
“Queremos
gerar parcerias com estádios olímpicos, hotéis, e embaixadas para que
estes animais possam realizar o reconhecimento dos locais e buscar com
mais intensidade o explosivo em um possível acionamento real. No caso da
busca por armas e drogas, há uma atuação mais prática e regular nas
comunidades do Rio, já no faro de explosivos dependemos do acesso a
esses locais para realizarmos um serviço com a mesma excelência do faro
de drogas”, explicou Daniel Puga.
Puga acrescentou que o BAC está buscando a certificação internacional dos cães que atuam no batalhão.
Foto: Salvador Scofano
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