O argentino Rubén Magnano chegou ao comando da seleção brasileira
masculina de basquete em 2010. Credenciado pela medalha de ouro olímpica
conquistada com a equipe de seu país nos Jogos de Atenas, em 2004, o
treinador terá no ano que vem, nos Jogos Rio 2016, seu maior desafio à
frente do time brasileiro.
O objetivo principal de Magnano, no entanto, está além da competição.
O técnico argentino trabalha para deixar um legado no basquete
nacional, formando novos atletas e recolocando o Brasil entre os
melhores do mundo.
Para isso, o argentino vem trabalhando com jovens promessas do
basquete brasileiro. Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, por exemplo,
ele comandou uma equipe formada em sua maioria por atletas que atuam no
Novo Basquete Brasil (NBB), a liga nacional. Dos 11 atletas que
participaram da campanha que rendeu a medalha de ouro, oito jogam em
equipes brasileiras. Apenas Rafael Luz, Augusto Lima e J.P. Batista
jogam fora do país. O reconhecimento pelo trabalho veio do próprio
grupo, que presenteou o comandante com uma medalha, gesto que emocionou o
argentino.
De acordo com Magnano, o Rio 2016 não é o fim do trabalho, mas sim o
começo. “Muita gente acha que o basquete acaba depois dos Jogos e quase
ninguém fala sobre o futuro. Eu tenho que trabalhar para esse futuro.
Estamos trabalhando com quase 45 jogadores, alguns chamados para acender
aquele desejo de fazer parte da seleção, onde o processo é mais lento
do que nos clubes. Não podemos trabalhar por um torneio só”, declarou o
argentino.
Com a vaga para os Jogos Olímpicos confirmada pela FIBA (Federação
Internacional de Basquete), Rubén Magnano vai aproveitar a Copa América
para seguir trabalhando uma equipe mais jovem, com atletas como Benite e
Augusto Lima, destaques do Brasil no Pan, e Leo Meindl e Ricardo
Fischer, que estão tendo as primeiras oportunidade de vestir a camisa do
país.
No México, sede da Copa América, Rubén Magnano vai para sua terceira
edição como técnico do Brasil. Ele tem boas e más recordações da
competição. Em 2011, conseguiu a vaga para os Jogos Olímpicos de Londres
2012 após uma grande vitória sobre a própria Argentina. Em 2013, na
Venezuela, uma eliminação ainda na primeira fase ainda incomoda.
“Tive altos e baixos pelo Brasil na Copa América. Em 2011, fiquei
feliz com a classificação para os Jogos Olímpicos e em 2013 ficou um
gosto ruim pela má performance. Para mim é claro que o Brasil tem sempre
a obrigação de ir bem e ser protagonista. Vamos ver quão longe iremos
este ano, mas não esqueço do que ocorreu em Caracas. Será um torneio
equilibrado e teremos que minimizar os erros para ficar entre os
melhores”, avaliou o treinador, citando a eliminação de 2013, na
Venezuela.
O comandante da seleção também comemorou a confirmação da vaga para o
Rio 2016 como país-sede, embora o planejamento de trabalho não tenha
sido alterado. “Não muda nada, mas nos permite trabalhar com mais
tranquilidade. O Brasil tem que fazer parte dos Jogos Olímpicos por ser o
organizador, por seu passado e sua história recente, já que terminamos
os Jogos de Londres e a Copa do Mundo entre os melhores. Acho que a
justiça foi feita”, destacou Magnano.
O Brasil está no Grupo A da Copa América do México, que será
disputada entre 31 de agosto e 12 de setembro. A estreia será contra o
Uruguai, em 31 de agosto. Além dos uruguaios, os brasileiros enfrentam
na primeira fase as seleções de México, Panamá e República Dominicana.
No Grupo B estão Canadá, Cuba, Porto Rico, Argentina e Venezuela. O
campeão e o vice da competição asseguram vaga para o Rio 2016. Caso o
Brasil chegue à final, o terceiro colocado se classifica.
Foto: Inovafoto
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