O número de mortos já chega a 57 após o ataque suicida de um
homem-bomba ocorrido no distrito de Yahyakhail, no leste do Afeganistão, no último domingo 23, durante um torneio de vôlei. As primeiras informações davam
conta de que 45 pessoas tinham morrido, mas o número subiu para 50 poucas horas
depois, e outros feridos, apesar de levados a hospitais,
inclusive à capital Cabul, também não resistiram durante a noite aos ferimentos.
Além disso, 66 pessoas continuam em unidades de saúde, 54 delas em um centro
militar em Cabul, e 12 em Paktika, onde ocorreu o ataque.
- Quarenta e duas
pessoas morreram na hora e 15 no hospital por causa dos ferimentos ao longo da
noite - afirmou em comunicado o porta-voz do governo de Paktika, Mukhlis
Afghan.
Os sobreviventes contam que a bomba estava embalada com esferas
que rasgaram os espectadores, já próximo do fim da partida. No pior ataque no
país desde 2011, o homem-bomba detonou seus explosivos enquanto centenas de
jovens e crianças participavam de um torneio com três equipes locais na
província de Paktika.
- O jogo estava prestes a terminar quando ouvimos um grande
estrondo - contou Salaam Khan, de 19 anos, à agência de notícias AFP, em
um hospital militar em Cabul, para onde foi levado de avião com ferimentos no peito
e na perna direita. "Eu estava gritando por ajuda, e ao meu lado estava um
oficial do exército morto", disse ele. "Havia policiais e comandantes
locais assistindo o jogo, vi alguns mortos e feridos", completou o jovem.
O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, eleito em
setembro, visitou alguns dos feridos no hospital militar na capital afegã. Ele classificou
o ataque como “desumano e anti-islâmico”, e ainda firmou que "este tipo de
assassinato brutal de civis não pode ser justificado”.
- Eu estava assistindo o jogo sento no chão com o meu irmão quando
a explosão aconteceu. As pessoas estavam cobertas de sangue à minha volta.
Havia muitos dos meus amigos entre elas - disse Mohammad Rasoul, de apenas 11
anos, ferido no peito e cujo irmão está em tratamento intensivo.
O ataque aconteceu no mesmo dia em que o parlamento do
Afeganistão decidiu por 152 votos a 5 a permissão para que as forças da Otan
permanecessem no país após o fim do ano.
Foto: AP
Fonte: Globoesporte.com
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