O título austríaco há uma semana marcou o fim de um ciclo na vida do
dinamarquês Morten Soubak, técnico da seleção brasileira feminina de
handebol. O treinador chegou ao Brasil em 1995, voltou para a Dinamarca
e, depois, em 2005,
retornou ao Pinheiros, onde comandou o time masculino e foi campeão
brasileiro pela equipe paulista. Em 2009, assumiu a seleção brasileira
feminina, e quatro anos mais tarde, atingiu o ápice de sua
história no país com o título mundial na Sérvia. Agora, com o término da
parceria entre o Hypo No e a Confederação Brasileira de Handebol
(CBHb), Morten voltará a morar no Brasil depois de três anos na Áustria.
Nos próximos dois anos, ele estará em São Paulo, no país que aprendeu a
amar, coordenando os trabalhos em busca de mais um feito: colocar as
meninas do Brasil no pódio das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.
Entre
os objetivos de Morten está o acompanhamento mais próximo das jogadoras
que atuam no Brasil. Na Áustria, no comando do Hypo, ele viveu
diariamente com Babi, Alê, Dara, Ana Paula, Deonise e Fernanda, todas
campeãs mundiais na Sérvia. Agora, morando no país com sua esposa,
nascida na Bahia, o treinador colocará em prática o que considera
fundamental para que o handebol feminino do Brasil siga no topo. O
primeiro trabalho será este mês, quando Morten divide a seleção em dois
grupos, em Joinville. O primeiro grupo, que tem em sua maioria
atletas que atuam no Brasil, vai treinar entre os dias 2 e 8 de junho.
Já o
segundo, com as principais jogadoras brasileiras que foram campeãs
mundiais no ano passado e atuam no exterior,
fará atividades entre 8 e 15 do mesmo mês.
- Estou de volta.
Farei fases de treinamento em junho e também em julho com a seleção
adulto. Vamos continuar a fazer o trabalho com as jogadoras que atuam no
Brasil. Vou voltar a acompanhar mais torneios no Brasil, estaduais,
ligas, times de base, e Olimpíadas Escolares. E claro, nossos
acampamentos das categorias de base - explicou Morten.
Suas ex-comandadas no Hypo também terão vida nova. Quatro vão jogar
na Romênia (Babi, Fernanda, Alê e Ana Paula), Dara vai para o Nantes, da
França, e Deonise ainda não anunciou oficialmente seu novo time. Para o
técnico, o fim da parceria entre o time austríaco, que ajudou no
desenvolvimento da seleção brasileira, pode ser interessante para o
crescimento das jogadoras do Brasil.
- É difícil falar o que
seria melhor. Sem dúvida que a parceria ajudou o nosso trabalho com a
seleção. Com três anos de parceria pode ser uma boa hora para as
jogadoras pegarem uma experiência em outras equipes e outras jogadoras. E
temos o fato de que quatro vão jogar juntas em Bucareste, em grandes
equipes. Sem dúvida vai ser legal para elas jogarem em equipes de alto
nível e muitas jogadoras internacionais.
Com contrato renovado até 2016, mesmo com as sondagens de fora do
país, inclusive da Dinamarca, sua terra natal, Morten Soubak sabe que os
próximos dois anos serão cheios de desafio. Com a temporada de 2014 sem
grandes torneios, 2015 trará o Pan-Americano de Toronto e o Mundial da
Dinamarca. O Brasil defenderá o título em ambos.
- Precisamos
treinar forte e sabemos que temos que estar mais fortes ainda para os
próximos anos e campeonatos. O handebol de alto nível conta com muitas
equipes que podem chegar, assim como foi no Mundial da Sérvia - disse o
treinador.
Eleita a MVP (jogadora mais valiosa) do último
Mundial, a brasileira Eduarda Amorim, peça-chave no bicampeonato da
Champions League pelo húngaro Gyori, recebeu elogios. Para Morten, ela
está entre as melhores do mundo.
- A Duda fez um excelente trabalho no Gyori. E ela certamente é considerada uma das melhores do mundo.
Foto: Photo&Grafia
Fonte: Globoesporte.com
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