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Alvo de críticas, blocos de partida tira nadadores do sério

Esta semana, o Troféu Maria Lenk, que estava sendo disputado no Ibirapuera, em São Paulo, mas uma coisa estava tirando os nadadores do sério, os blocos de partida. 

O parque aquático do complexo esportivo foi reinaugurado no fim de 2013 após uma reforma que custou R$ 37 milhões aos cofres do governo estadual de São Paulo. Porém, apesar do alto investimento, os responsáveis pela obra não instalaram blocos de partida de primeira linha e acabaram optando pelo "genérico do genérico" – palavras de Bruno Fratus – na piscina de 50m que sedia a competição mais importante do calendário brasileiro. Ao largar em suas provas, grandes nomes da natação como Cesar Cielo, Thiago Pereira e a húngara Katinka Hosszu estão sofrendo no bloco de partida de qualidade inferior aos usados em Mundiais, Jogos Olímpicos e competições nos Estados Unidos, Austrália e Europa. Isso tem atrapalhado a obtenção de tempos melhores e tirado os competidores do sério.

Acostumada a competir em instalações de alto nível, Katinka, atual campeã mundial dos 200m e 400m medley, deixou claro o seu desapontamento.
– Fazia tempo que eu não via um bloco de partida tão ruim, de baixa qualidade. Os nadadores brasileiros são ótimos, mas o bloco é ruim. Ele atrapalha principalmente as mais baixas e, sem dúvida, as provas de velocidade – disse a nadadora que está representando o Corinthians no Troféu Maria Lenk, cujo encerramento vai ser neste sábado, com a disputa dos 100m livre, 50m peito, 200m costas e do revezamento 4x100m medley. 
Nadadores de primeiro escalão e também coadjuvantes foram procurados para falar a respeito dos blocos usados no Maria Lenk. Não foram ouvidos elogios, apenas críticas. Os que mais reclamaram foram os velocistas, por conta da perda de tempo causada pela peça brasileira. Atletas de menor estatura também chiaram, pois, no bloco do Ibirapuera, não existe o suporte traseiro flexível que ajusta o posicionamento dos pés, ao contrário do material de primeira linha, que é fabricado na Suíça.
– Sem a opção de ajuste do nadador, ele pode acabar sambando na hora de se posicionar para a saída. Fazer tempo baixo aqui é muito mais difícil. Reformaram tudo, mas o bloco não é de qualidade. Esse seria um genérico do genérico – afirmou o velocista Bruno Fratus, principal rival nacional de Cielo nos 50m livre.
Na final dos 50m livre, a prova mais rápida da natação, na última quarta-feira, Cesar Cielo foi o campeão ao cravar 21s39. Fratus chegou em segundo lugar, com 21s45. Foram os dois melhores tempos do mundo em 2014. Entretanto, de acordo com Cielo, ele poderia ter feito por volta de 21s2 ou 21s1, se não fosse o bloco de partida. O mesmo aconteceu na decisão dos 50m borboleta, na sexta-feira, quando Cesar venceu com o melhor tempo do mundo neste ano (23s01). O tricampeão mundial, aliás, tem à disposição no seu clube atual, o Minas Tênis, um bloco de primeira qualidade para treinar diariamente.
A opção por blocos de uma fabricante do Rio de Janeiro se deu pelo seu menor custo. De acordo com especialistas, cada um dos 16 blocos que foram instalados na piscina de 50m custa por volta de R$ 700. Já o bloco suíço, que é usado nas principais competições desde as Olimpíadas de Pequim 2008 custa cerca de R$ 7.340 - mais que dez vezes mais caro. No fim de 2011, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) comprou 20 blocos com a chancela da Federação Internacional de Esportes Aquáticos (Fina) e instalou no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro. Eles poderiam ter sido levados para o Ibirapuera. Porém, de acordo com Ricardo Moura, supervisor da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), a burocracia e o custo da operação não compensariam.
– É um processo complicado. Foi feita a reforma no Ibirapuera e instalaram esses blocos que não são realmente os melhores, pois é um espaço público que não pensa somente em grandes competições. A CBDA não participou da escolha. Mas o importante é o custo-benefício que está sendo visto. Mesmo com esses blocos, nós tivemos neste Maria Lenk os dois melhores tempos em 2014 nos 50m livre, com o Cesar e o Fratus – afirmou o dirigente.
Fonte: sportv.globo.com

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