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Aprovado por comissão do Senado, general defende importância da APO






Indicado pela presidente Dilma Rousseff para ocupar o cargo de presidente da Autoridade Pública Olímpica - órgão que centraliza informações e responsabilidade sobre a preparação do Rio para os Jogos Olímpicos de 2016 -, o general do Exército Fernando Azevedo e Silva passou por uma sabatina nesta terça-feira na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Após responder aos questionamentos dos parlamentares, que levantaram assuntos como o papel da APO na preparação dos Jogos e atrasos nas obras, Azevedo teve a indicação aprovada com 20 votos à favor e apenas um contra.

Diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa, o general foi indicado para o cargo na APO após se destacar como presidente da Comissão de Desporto do Exército na preparação dos Jogos Mundiais Militares, realizados no Rio de Janeiro, em 2011. Durante a sabatina no Senado, Fernando Azevedo fez questão de ressaltar a importância da Autoridade Pública Olímpica na organização da Rio 2016.

- A entidade tem uma missão clara, estabelecida em lei, que é de coordenar os principais entes envolvidos nos Jogos: a União, o Estado e o Município. É uma missão importante, que faz parte das exigências do Comitê Olímpico Internacional para coordenar as ações e fiscalizar o cumprimento do que foi acordado entre obras e serviços - defendeu o general.

Recentemente, a relevância da entidade foi questionada pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que se declarou favorável à extinção do órgão. O pouco prestígio da APO nos preparativos para a Rio 2016 também é apontado com o um dos motivos que levaram o ex-presidente da entidade, Márcio Fortes, a renunciar ao cargo em agosto.

- Se for efetivado, não vou olhar para trás. Vou olhar apenas para a frente e para o tempo que falta para os jogos. Cada um dos entes participantes que assinaram o protocolo de intenções têm suas atribuições. A missão é integrar esses órgãos e tenho certeza que as pessoas pública responsáveis pelas Olimpíadas vão olhar com atenção para o cumprimento dessa missão e vão somar esforços - completou.

Após a aprovação na CAE, a indicação do general Fernando Azevedo e Silva foi encaminhada para o plenário do Senado, que deve apreciar a questão ainda nesta terça-feira. A necessidade de aprovação dos senadores ao nome indicado para a presidência da APO está prevista no estatuto da entidade.
A APO foi criada em 2011 com o objetivo de coordenar a participação da União, do Estado e do Município do Rio de Janeiro na preparação e realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. Desde agosto, a presidência é ocupada interinamente por Elcione Macedo.

Durante a sabatina, o general Fernando Azevedo e Silva foi bastante questionado pelos senadores sobre o relatório apresentado recentemente pelo Tribunal de Contas da União (TCU) apontando falhas na organização das Olimpíadas de 2016. Um dos problemas indicados pelo Tribunal é a falta de um documento detalhando as obras e os investimentos na Rio 2016.

Segundo Fernando Azevedo, a publicação da Matriz de Responsabilidades dos Jogos e da carteira de projetos olímpicos é uma das metas mais urgentes da APO e deve ser concluída em breve.
- A função da APO tem duas vertentes muito importantes. São dois documentos básicos: a Matriz de Responsabilidades e a carteira de projetos olímpicos, que vão definir os rumos do que falta para 2016. A APO está confeccionando estes documentos, que não foram publicados ainda porque faltam alguns ajustes. Devem ser fechados em breve e serão publicados, porque são fundamentais para os Jogos - afirmou o general, que, porém, evitou dar um prazo para a publicação dos documentos.

Outro ponto abordado na sabatina foram os atrasos nas obras para os Jogos como a reforma do Ladetec - laboratório da UFRJ que ficará responsável pelos exames antidoping - e a as obras no complexo de Deodoro, que sediará sete modalidades em 2016.

- Pelo que me consta, as obras estão em tempo viável para serem executadas antes das Olimpíadas. Tem algum atraso, mas o prazo é suficiente. O Ladetec é uma das obras que vai ficar como legado e está em andamento. É uma das obras em execução. Em Deodoro, o atraso é pontual. Está com um pouco de atraso, mas é possível cumprir a missão. Acredito que no início do próximo ano seja feita a licitação de todas as obras em Deodoro - justificou o general.
O legado dos Jogos
Fernando Azevedo também foi bastante questionado pelos senadores sobre o legado que os Jogos Olímpicos deixarão para a cidade do Rio de Janeiro e para todo o país. Por diversas vezes, os parlamentares destacaram os problemas deixados pelos Jogos Pan-Americanos de 2007, como o Engenhão, que já está interditado para reforma, e o velódromo, que precisou ser demolido para a construção de um novo, dentro dos padrões exigidos pelo COI.

- Temos uma preocupação enorme com o legado, há vários grupos de trabalho em relação ao tema. Tivemos problemas no Pan-americano, é verdade, mas sou testemunha de que estamos também aproveitando uma parte do legado do Pan. O Centro Nacional de Hipismo e o Centro Nacional de Tiro são exemplos. É um tema sensível, mas também muito abrangente. Não tenho dúvidas de que teremos legado esportivo, urbanístico e social - afirmou Azevedo.

O general também defendeu que as Olimpíadas deixarão ainda um outro tipo de legado para o Brasil, que não pode ser mensurado: o envolvimento do povo com os Jogos.

- Há também um legado que não se consegue medir. O quanto as Olimpíadas vão influenciar os corações e mentes dos brasileiros. Jovens vão ter a oportunidade de vivenciar o evento e o esporte é um dos principais vetores ligados à educação e saude. O esporte mexe com as principais áreas afetivas do homem as Olimpíadas vão mexer com isso aqui - concluiu.

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