Analisando o atual momento do atletismo brasileiro, que já não coleciona mais os resultados expressivos de outrora, o medalhista olímpico Cláudio Roberto é categórico: precisamos de uma renovação. Apesar da configuração, ele ainda acredita que novos atletas podem despontar até as Olimpíadas de 2016 para levar o Brasil de volta ao pódio, o que não aconteceu em Londres no ano passado.
Cláudio Roberto foi personagem de grandes momentos do atletismo brasileiro. Prata nas Olimpíadas de Sidney em 2000 e no Mundial de Paris em 2003, ambas no revezamento 4x100m. Na última edição das Olimpíadas, viu o atletismo brasileiro voltar ao país sem nenhuma medalha, algo que não acontecia desde 1992, em Barcelona. Nomes como Fabiana Murer, no salto com vara, e Maurren Maggi, no salto em distância, apareciam como favoritas e decepcionaram.
Para o ex-atleta, há algum tempo não surge uma safra de bons talentos. Algumas modalidades estagnaram, enquanto outras até tiveram evolução, mas que ainda não estão no patamar de uma grande geração. Culpando a falta de incentivo para uma renovação, ele ainda acredita que os resultados melhores podem aparecer, citando nomes como Duda e Anderson Henriques, finalistas no Mundial de Moscou no salto em distância e nos 400m, respectivamente.
"Acho que o trabalho de renovação começou um pouco tarde, mas alguns nomes podem surpreender. Ainda faltam três anos para as Olimpíadas. Neste período, novos atletas podem aparecer e outros melhorar" – afirmou o atleta, que está em Teresina, onde será padrinho de mais uma edição da Maratoninha da Caixa.
Na prova em que Cláudio conquistou os seus melhores resultados, o revezamento 4x100m, a equipe brasileira não conseguiu sequer o indíce para participar do Mundial. Para Cláudio, além da necessidade de renovação, o Brasil sofre por ter perdido a sua principal vantagem em relações às outras equipes: a qualidade tática, principalmente na passagem do bastão.
"Desde 2004 que esperamos para surgir uma geração boa para o revezamento. Aparecem um ou dois nomes bons, mas precisamos de pelo menos quatro. Além disso, o Brasil antigamente se destacava na parte tática, mas estagnou enquanto as outras equipes evoluíram e já nos alcançaram" – finaliza.
Fonte: Globoesporte.com
Foto: Aline Rodrigues
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