Com as lições tiradas de Londres, o prefeito Eduardo Paes acredita que
os Jogos Olímpicos do Rio serão mais impactantes do que os organizados
pelos britânicos. Nesta segunda-feira, durante seminário "2016 é agora"
promovido pelos jornais O Globo e Extra, ele ressaltou o poder de
transformação para a cidade e a necessidade de criar uma cultura de
planejamento, de pouco gasto de recursos públicos potencializando o
capital privado, investimento nas pessoas, estímulo a novos negócios e
maximização da imagem do Rio.
Para o prefeito, as Olimpíadas "não podem ser como festa em casa de
solteiro: se arruma tudo no dia e depois volta a ser bagunça". Ele
também falou sobre a questão do Autódromo de Jacarepaguá, que dará lugar
ao Parque Olímpico. Garante que até o fim do mês tratará com o
Ministério do Esporte sobre a construção do novo autódromo, em Deodoro,
como reivindica a Confederação Brasileira de Automobilismo. A
expectativa é que as obras sejam iniciadas até abril de 2013 com a ajuda
de um patrocinador.
"Foi um erro de todos, mas prometo dar todo apoio ao automobilismo
carioca até termos um novo local da qualidade que o Rio merece. Ainda
temos os problemas das licenças todas que são necessárias" - disse.
O Ministério Público questiona a decisão do estado e do Instituto
Nacional do Ambiente (Inea) em dispensar o estudo de impacto ambiental
para a autorização da implantação do autódromo na região escolhida. Paes
tem buscado o diálogo. Sobre a possibilidade de questões judiciais
virem a atrapalhar o andamento do trabalho, o presidente do Comitê
Olímpico Brasileiro e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, afirmou
que "não há como tirar o direito das pessoas que querem discutir seus
direitos".
"O que temos que fazer é gerenciar e enfrentar os problemas quando eles
aparecerem. Na organização dos Jogos precisamos ter adrenalina de atleta
antes de uma final para gerenciar problemas."
O de última hora diz respeito ao Maracanãzinho. De acordo com a minuta
do edital de concessão do Complexo Maracanã divulgado na segunda-feira
passada pelo governo do estado, o ginásio teria a capacidade reduzida e
não atenderia à exigência de 12 mil lugares feita pelo Comitê Olímpico
Internacional para ser a sede do vôlei. Nuzman diz que ainda aguarda a
análise do edital para se pronunciar. Com relação ao rúgbi, o Vasco terá
até do dia 31 de outubro para apresentar o projeto aos organizadores.
Apesar dos problemas, Adam Williams, diretor da AECOM, responsável pelo
masterplan do Parque Olímpico de Londres, acredita que o Rio tem tudo
para fazer grandes Jogos e que há grandes semelhanças com Barcelona. Ele
lembra que o mais importante é cumprir os prazos.
"Acho muito sensata essa parceria público-privada e excelente a
construção de um centro de treinamento. Acho que a cidade tem energia e
aqui todos sabem e perguntam sobre as Olimpíadas. Em Londres tinha gente
que nem sabia que os Jogos seriam lá" - afirmou.
Em novembro, o Rio 2016 participará da reunião onde o comitê organizador
londrino (Locog) irá transmitir dados sobre tudo o que deu certo e o
que poderia ter sido feito melhor para os brasileiros. Marcus Vinícius
Freire, superintendente executivo de esportes do COB, já sugeriu que os
organizadores façam uso de um programa de hospedagem gratuita semelhante
ao usado na edição deste ano. Organizado por uma ONG, ele oferece
acomodação para integrantes da família olímpica. A experiência foi
aprovada por Marcos Felipe Magalhães, professor de marketing da
entidade, que durante as Olimpíadas foi recebido por um casal aposentado
que trabalhou como voluntário.
"Acho que o serviço daria certo no Rio. Eles dão a casa e o café da
manhã, e é uma maneira interessante de viver os Jogos porque são
selecionadas pessoas ligadas ao evento. Consegui ingressos para levá-los
a uma partida um dia e ficaram felizes da vida" - disse.
Fonte: Globoesporte.com
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