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CBAt volta a reclamar de governo e faz críticas à estrutura para Rio 2016





O presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Roberto Gesta de Melo divulgou, nesta segunda-feira, uma nota criticando a demolição do estádio Célio de Barrros, que fica próximo ao Maracanã. Segundo o edital divulgado na última semana, a estrutura será demolida juntamente com o Parque Aquático Julio Delamare, que fica no mesmo local. Os dois equipamentos serão reconstruídos em um terreno que fica em São Cristóvão, também próximo ao Maracanã. O intuito da remoção é transformar o Maracanã e o Maracanãzinho em um negócio mais atraente para investidores privados, que deverão explorar a área por 35 anos. Gesta de Melo, no entanto, foi além. Fez duras críticas também à estrutura da cidade para receber o atletismo nos Jogos de 2016.

"A CBAt e o Ministério de Esporte têm procurado, há alguns meses, instalar um Centro de Treinamento no Rio sem sucesso. Em alguns lugares, como na pista de Mato Alto, não há a infra-estrutura necessária. Nas excelentes instalações do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, normas de funcionamento interno limitam a utilização plena daquelas áreas. (...) Acreditamos que, por inúmeras razões, outra solução deveria ser dada ao assunto. Derrubar um dos templos do atletismo no país, ícone da modalidade, não parece ser o melhor exemplo do que é deixar um legado olímpico" - afirmou Gesta, no comunicado.



O presidente voltou a sugerir que, por conta da ausência de equipamentos na cidade, seja feita uma exigência de só iniciar a demolição do Célio de Barros quando o novo estádio em São Cristóvão estiver pronto.

"Cláusula específica de que esse novo estádio deve estar pronto antes da demolição do atual deve ser aposta em qualquer eventual instrumento de cessão do patrimônio público para terceiros" - destacou.

No comunicado, sobraram críticas até para a gestão do Engenhão pelo Botafogo. Gesta pede que o clube passe a permitir, de forma oficial, o uso da pista externa de atletismo para implantação de programas da modalidade.

"É importante ressaltar que a pista de aquecimento já foi projetada para ser utilizada sem que seja necessário entrar no estádio principal. Ela tem acesso próprio pela rua que atende o portão leste do complexo esportivo e é dotada de vestiários masculino e feminino independentes, assim como depósito de material" - justificou.

Confira a íntegra do comunicado:

Quando da candidatura da cidade para organizar os Jogos Olímpicos de 2016, o Governador Sérgio Cabral e o Prefeito Eduardo Paes contataram o Presidente da IAAF, Lamine Diack, e outros importantes líderes da modalidade, obtendo apoio integral para a pretensão do Rio. Solicitaram, no entanto, a criação de condições especiais para o desenvolvimento do Atletismo, considerado o esporte mais relevante do programa olímpico, como o estabelecimento de Centros de Treinamento e a realização de eventos internacionais de nível no Rio.

No entanto, a CBAt e o Ministério de Esporte têm procurado, há alguns meses, instalar um Centro de Treinamento no Rio sem sucesso. Em alguns lugares, como na pista de Mato Alto, não há a infra-estrutura necessária. Nas excelentes instalações do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, normas de funcionamento interno limitam a utilização plena daquelas áreas.

Mais recentemente, a CBAt havia recebido a concordância verbal da Secretaria Estadual de Esporte do Rio para o funcionamento do Centro no Estádio "Célio de Barros". Eis que se anuncia novamente a demolição daquele próprio público, até pouco tempo atrás tombado pelo Município. Aliás, há anos, alternam-se notícias da demolição e da manutenção daquela praça de esporte.
Acreditamos que, por inúmeras razões, outra solução deveria ser dada ao assunto. Derrubar um dos templos do Atletismo no País, ícone da modalidade, não parece ser o melhor exemplo do que é deixar um legado olímpico.

Entretanto, se for de todo impossível deter essa ação, é imprescindível construir, como alternativa, em local próximo, um novo Estádio de Atletismo, de porte médio, mais moderno e funcional, com capacidade de público igual ou superior a do "Célio de Barros". Cláusula específica de que esse novo Estádio deve estar pronto antes da demolição do atual deve ser aposta em qualquer eventual instrumento de cessão do patrimônio público para terceiros e fiscalizada sua implementação. Não será inclusive suficiente estabelecer apenas um novo Centro de Treinamento, sem toda a estrutura necessária para realizar competições, como eventos estaduais, nacionais e continentais e que atendam aos interesses do Atletismo do Rio.

Por outro lado, no bojo da discussão sobre o uso de instalações desportivas construídas com recursos públicos e legado olímpico, o Prefeito Eduardo Paes poderia rever os termos da concessão do Estádio João Havelange ao Clube Botafogo de Futebol e Regatas, para permitir, de forma oficial, o uso da pista externa de Atletismo para implantação de programas da modalidade. É importante ressaltar que a pista de aquecimento já foi projetada para ser utilizada sem que seja necessário entrar no Estádio principal. Ela tem acesso próprio pela rua que atende o Portão Leste do complexo esportivo e é dotada de vestiários masculino e feminino independentes, assim como depósito de material. Infelizmente, a CBAt não foi consultada sobre o assunto quando se deu tal concessão.

O uso do Estádio João Havelange para eventos nacionais e internacionais de Atletismo tem sido facilitado pela boa vontade e espírito de cooperação dos atuais dirigentes do Botafogo, mas seria recomendável, para efeitos futuros, que o cumprimento de um calendário prévio anual de competições de Atletismo fosse previsto, de forma compulsória, em instrumento jurídico. Em momento de estar na moda a questão de Arenas X Estádios tradicionais, não é o caso de o "João Havelange" ser considerado mais do que o local de uma só modalidade, e ter utilização multi-desportiva de fato?

Fonte: Globoesporte.com

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