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A Caminho de Wimbledon




Por Fabio Brandão (@FR_Brandao)

O sistema de qualificação para o tênis nos Jogos Olímpicos possui algumas regrinhas atípicas dentro do circuito do tênis. Por se tratar de um evento que valoriza a diversidade de países, existe um limite de 6 jogadores por país, sendo até 4 na chave de simples (poderiam aumentar um pouco, não?), e há mais convites da organização que um torneio comum, uma vez que não é realizado o qualifying, uma chave preliminar que preenche as últimas vagas do torneio. Esses convites levam em conta o rendimento em torneios menores e a localização dos países, o que muitas vezes resulta em nomes inusitados, de baixo ranking e países onde mal se pratica o tênis, jogando as Olimpíadas. 

Mas para os jogos de Londres criaram, além das já citadas, uma polêmica regra na qual o jogador que pouco representou seu país na Copa Davis, ou na Fed Cup (torneio feminino equivalente), não poderá atuar em Londres. O tenista precisa ter participado dessas competições ao menos 2 vezes desde 2009, sendo uma delas em 2011 ou 2012, o que acabou criando situações atípicas, como a não participação da tenista número 7 no ranking feminino, Marion Bartoli, ou do número 19 no masculino, Alexandr Dolgopolov. 

Quem também sobrou com isso foi Vera Zvonareva, 10ª colocada no ranking mundial e medalhista de bronze nos jogos de Pequim, e que teve no último fim de semana sua última chance de jogar sua segunda Fed Cup nos últimos 4 anos. Porém, lesionada, foi cortada. Se a regra não for revisada, a russa não poderá defender sua condição de medalhista. Outro tenista prejudicado pela regra é o argentino Carlos Berlocq, no auge de sua carreira, que brigaria por uma das últimas vagas de seu país. Sorte diferente teve Serena Williams, duas vezes ganhadora da medalha de ouro nas duplas (2000 e 2008), que estava na mesma situação de Zvonareva, mas ao contrário da russa, pôde jogar a Fed Cup e carimbou seu passaporte para Londres.

Pelo circuito masculino da ATP, na última semana foi realizado o torneio de Monte Carlo, que não teve grandes zebras com o oitavo título seguido do espanhol Rafael Nadal, mas que deu algumas mexidas na parte intermediária no ranking, o que interfere na classificação para as Olimpíadas. 56 tenistas entram diretamente na chave de simples. Com o limite de 4 jogadores por país, o corte ficaria na posição 66, com o belga Steve Darcis. Com a regra da Copa Davis, o corte deve subir perto de 10 posições. O tenista do Cazaquistão Mikhail Kukushkin teve o maior ganho de posições nessa parte do ranking, subindo de 68º para 55º após chegar às oitavas de final, e ficou bem próximo da vaga. Na direção oposta vem o croata Ivan Dodig que perdeu 20 postos, desabando para a 77ª posição, ficando bastante ameaçado. Por fim, Thomaz Bellucci, que também chegou às oitavas após boa vitória sobre o 6º do ranking, David Ferrer, ganhou 6 posições, indo para o 39º lugar, e diminuindo as chances de ficar fora das Olimpiadas após o desconto dos pontos do torneio de Madrid de 2011, quando o brasileiro foi semifinalista. Retirando os pontos desse torneio, o brasileiro cairia para a 70ª posição, que deve garantir lugar em Londres.

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