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Olimpíadas de 1936, Futebol e o Nazi-fascismo - História e Esporte

                                     Ruas de Berlim durante os Jogos de 1936

Por Rodrigo Farias (@rodrigofarias27)


Em 1933, Adolf Hitler chega ao cargo de chanceler na Alemanha. Dentro desse contexto de pós-crise de 1929, Berlim havia sido escolhida no ano de 1931 como a sede dos Jogos Olímpicos de 1936. Vendo as Olimpíadas como um meio de propaganda de seu regime nazista, Hitler ampliou em 20 vezes o orçamento da construção de infraestrutura em relação aos Jogos de Los Angeles, em 1932. Foi em Berlim que pela primeira vez houve a transmissão de eventos pela recém-criada televisão, além da exibição em cinemas e teatros.

Em termos político-ideológicos, essa Olimpíada foi parcialmente bem sucedida para a Alemanha nazista. Embora o país tenha liderado o quadro de medalhas, nos esportes coletivos, em que foi feita uma preparação por anos, os anfitriões foram derrotados. A Índia tornou-se tricampeã do hóquei sobre a grama, a Itália ganhou o torneio de futebol e a Hungria sagrou-se bicampeã no polo aquático.

As piores derrotas vieram no atletismo. Jesse Owens, negro e americano, faturou quatro ouros (100 metros rasos, 200 metros rasos, 4x100 metros rasos e salto em distância). Além disso,  Sohn Kee-chung, coreano que correu sob a bandeira japonesa, aliado alemão – resultado da ocupação da Península da Coreia desde 1910 – faturou a medalha de ouro na maratona. Constrangido, ouviu no pódio o hino japonês, mas escondeu a bandeira do país e explicou a jornalistas de todo o mundo a complicada situação.

Além disso, no futebol nacional, o regime nazista também fazia a sua propaganda. O Schalke 04, clube de maior torcida do país e fortemente identificado com operários e classes mais baixas, ganhou diversos títulos durante o regime nazista. Dentro do cenário europeu, a Itália – fascista e alinhada com a Alemanha – faturou duas Copas do mundo (1934 e 1938) sobre suspeitas de ameaças a jogadores e suborno de árbitros.

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