A Federação Australiana de Futebol (FFA) decidiu romper uma barreira histórica e dar um passo importante para equiparar a atenção dada ao futebol feminino e masculino. A entidade anunciou na última terça-feira que passará a dar pagamentos iguais para os jogadores das duas seleções - Matildas, como é conhecida a equipe de mulheres, e Socceroos, apelido do time dos homens.
O acordo foi costurado pela FFA e pela Associação de Jogadores Profissionais da Austrália (PFA) e foi denominado como Acordo de Negociação Coletiva (CBA, na sigla em inglês). O pacto tem duração inicial de quatro anos e determina que os dois times dividirão igualmente 24% da receita gerada pelas equipes somadas. Há o compromisso, ainda, de que 5% desse valor seja destinado às categorias de base masculina e feminina.
Segundo a federação, as jogadoras convocadas para o time feminino agora serão divididas em três categorias - aquelas designadas para a categoria 1 receberão exatamente o mesmo salário dos principais jogadores da seleção masculina.
"O futebol é um jogo para todos, e este novo CBA é outro enorme passo a caminho de assegurar que vivamos os valores da igualdade, inclusão e oportunidade. Pela primeira vez, a remuneração dos jogadores será diretamente ligada à receita gerada por nossas seleções, e isso criará um modelo sustentável, que incentivará jogadores e Federação a colaborar com o crescimento comercial - disse o presidente da FFA, Chris Nikou.
O acordo também aumenta a porcentagem das premiações destinadas aos times, de acordo com o desempenho em grandes competições. Caso se classifiquem para uma Copa do Mundo, as seleções ganharão 40% da premiação (antes, a porcentagem era de 30%) - e tal valor aumenta para 50% caso cheguem às oitavas de final. Na Copa da Ásia, o ganhou passou de 30% para 33%, podendo chegar a 40% de acordo com o desempenho.
Após a negociação, também ficou combinado que as Matildas terão acesso às mesmas condições de logística que os jogadores da seleção masculina, utilizando a classe executiva em viagens internacionais.
"FFA, PFA e todos as jogadoras estão orgulhosas de liderar neste caminho de dar igualdade de gênero em um jogo que amamos. Este acordo é produto de gerações das Matildas e seus torcedores defendendo uma mudança real. Este momento pertence a todos eles também" afirmou Sarah Walsh, ex-jogadora da seleção australiana e Chefe de Desenvolvimento do Esporte da FFA.
Com informações de globoesporte.com
Foto: divulgação/twitter
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