Encarado como uma competição preparatória para o mundial da modalidade, que será em outubro em Sttutgart (GER), os ginastas do Brasil acabaram fazendo história nos Jogos Pan-americanos de Lima. As onze medalhas - quatro ouros, quatro pratas e três bronzes - e a liderança do quadro de medalhas do esporte pela primeira vez na história do Pan-americano impressionaram até o mais otimista dos brasileiros. O resultado do Pan não chega a ser parâmetro mas aumenta as expectativas do Brasil no mundial - competição mais importante do ano, que dá vagas olímpicas.
No masculino, Arthur Zanetti, Caio Souza, Francisco Barreto e Arthur Nory mostraram sua força e levaram o individual por equipes. E vimos uma melhora nítida de alguns atletas, como Chico Barretto, que levou um ouro no cavalo com alças, aparelho que é o ponto fraco do Brasil, foi o grande destaque na ginástica. Nory, nosso All-Around (que mantém a regularidade em todos os aparelhos) se mostrou livre de contusões e será de grande ajuda, assim como Caio Souza, outra grata surpresa no AA, fazendo dobradinha ouro-prata com Nory no pódio.
Zanetti, apesar dos erros que lhe tiraram o ouro nas argolas, não preocupa. Luis Porto é um jovem talento, mas quem deverá ir ao mundial é Lucas Bittencourt, o 'Bisteca',- poupado para o mundial- deixando o Brasil em plenas condições de pegar a vaga olímpica e quem sabe até beliscar um pódio por equipes, algo que seria inédito. A execução e dificuldade estão boas e se for preciso, esse time tem condições de aumentar mais a dificuldade. O que é preciso é melhorar as notas no solo - aparelho que o Brasil já foi muito bom e vem caindo nesse ciclo - e nosso calcanhar de aquiles, o temido o cavalo com alças para que esse inédito pódio venha.
No feminino, o nível foi mais forte que o masculino com ginastas de Estados unidos e Canadá que certamente estarão no mundial (Kara Eater, Morgan Hurd e Riley McCusker (USA) deverão ter o reforço de Simone Biles no mundial ) e sem Rebeca Andrade, que só volta em 2020 e Jade Barbosa que sentiu o joelho e foi poupada para o mundial - o Brasil fez um bom papel. Flavia Saraiva liderou a equipe na ausência de Jade e levou o Brasil no bronze por equipes, além dos bronzes no individual geral e no solo. Com a volta de Jade, o Brasil ganha mais força em quase todos os aparelhos para a disputa do mundial e as chances de vaga olímpica são boas. Se tivéssemos Rebeca Andrade, arriscaria a dizer que o nosso pódio seria quase certo.
O resultado da ginástica foi impressionante e se vermos que o feminino não teve Jade e Rebeca , Zanetti errou na final das argolas, o resultado poderia ser ainda melhor. Prova de que as seleções masculina e feminina, se todos estiverem saudáveis, estão preparadas para voos mais altos em Sttutgart e quem sabe, em Tóquio ano que vem.
foto: Washington Alves/ COB
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