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Coluna Surto Mundo Afora #49 - Quais os países favoritos ao topo do quadro de medalhas no Pan?


Por Bruno Guedes

Você está ansioso pelos Jogos Olímpicos? Pois poderá desfrutar de uma ponta do clima a partir desta sexta-feira, dia 26. Começará em Lima, capital do Peru - mas já com esportes desde a quarta (24) - , os XVII Jogos Pan-Americanos. Até o dia 11 de agosto serão 41 nações que fazem parte da Panam Sports (antiga ODEPA), 6700 atletas e 39 esportes (31 deles olímpicos). Mas quem serão os primeiros colocados no quadro de medalhas? Será desta vez, após 28 anos, que os Estados Unidos sairão do topo?

Os Jogos acontecem tradicionalmente a cada quatro anos, sempre um anterior às Olimpíadas. Não à toa os chamam de "Jogos Olímpicos das Américas". Por esse motivo, muitos países enviam delegações que estão se preparando para a grande competição. Principalmente os que tentam vagas olímpicas distribuídas no Pan. Porém, pelo mesmo motivo, outros cujas marcas já foram alcançadas ou ainda serão no restante do ciclo, acabam não disputando. 

De fato, por tal motivo a competição acaba tendo enorme interesse em alguns esportes e outros nem tanto. Casos de futebol e basquete, cujos países enviam delegações muito jovens. Ainda mais no caso deste último, que haverá um Mundial ainda em agosto. Para outras, não. Alcançar o índice olímpico pode ser crucial para a preparação. Faltando exatamente um ano para Tóquio 2020, conseguir a vaga agora pode ser um aspecto decisivo para a preparação. Casos do Atletismo, cujos índices podem levar às Olimpíadas, e esportes coletivos como Handebol, Hóquei na Grama e Polo Aquático.


Quadro de Medalhas - A disputa esportiva política para ser "o dono das Américas"

Chegar ao topo sempre é desejo máximo no esporte. No caso de competições que envolvem nações, alcançá-lo tem mais que somente ser o melhor: ser o maior. A força esportiva é vista também como propaganda do seu poderio sobre os demais. Não à toa Estados Unidos e União Soviética duelaram quase meio século nas Olimpíadas. Principalmente nas chamadas "zonas de influência". No Pan, ainda que em bem menor escala, isso se repete. E reflete diretamente no momento em que vive cada um dos países.

Os favoritaços, como sempre, são os Estados Unidos. Das 18 edições de Pan, estiveram no topo do quadro de medalhas em 16! Em 2015, no Toronto, foram 265 ao todo, sendo 103 de ouro. A delegação de 2019 contará com 643 atletas no total, sendo 321 homens e 322 mulheres. Destes, 91 são olímpicos, 34 medalharam nas últimas Olimpíadas e 19 são campeões olímpicos! 

E vem dos EUA, também, a importância de como o Pan gera a experiência necessária para jovens nomes. Serão 30 modalidades onde universitários ou ex-alunos recém saídos da graduação estarão competindo. Estes, como tradição, carregam o nome das suas Universidades e inspiram novas gerações quando retornam com as conquistas. Como é de costume, Natação e Atletismo vão rivalizar sobre qual levará mais medalhas para a terra do Tio Sam e catapultará o país no quadro geral.

Vice na edição disputada em casa há quatro anos, o Canadá sabe que dificilmente repetirá as 217 medalhas conquistadas naquela ocasião - sendo 78 de ouro - que foi a melhor marca da sua história em Pan. Nem mesmo em Winnipeg, em 1999, atingiram tal feito e ficaram em 196 conquistas. Desta vez há uma transição de gerações ocorrendo, principalmente na Natação e eventos de luta, o projeto é que cheguem a 2020 e 2024 com chances após o investimento recente.

A delegação deste ano contará com 478 competidores, sendo 198 homens e 280 mulheres. As maiores esperanças virão do Atletismo, que terá 46 atletas, a maior equipe do país. Genevève Lalonde nos 3 mil metros com obstáculos e Damian Warner no decatlo são as estrelas do time, grandes favoritos ao ouro.

Terceiro colocado nas últimas três edições, o Brasil chega ao Pan de Lima disputando novamente com Cuba a hegemonia como força continental. Se o país caribenho vive uma forte decadência esportiva, os brasileiros ascendem cada vez mais. Nos Jogos do Rio 2007 alcançou sua maior marca, com 157 medalhas, mas manteve a média alta em Guadalajara 2011 com 141 e repetiu o número em Toronto 2015, já em preparação para as Olimpíadas em casa.

Serão 487 atletas, sendo 252 homens e 235 mulheres. Assim como há quatro anos, novamente terá uma forte equipe nas duas modalidades que mais deram medalhas e ouro: Natação e Judô. Outra força grande será a Canoagem, que vai com time completo. A super estrela Isaquias Queiroz é favorito a dois ouros, no C1 e C2. A Ginástica, outro tradicional arsenal de conquistas, levará uma equipe mesclada em idades e forte. 

Mas por outro lado o Brasil não contará com esportes onde as medalhas seriam certas, como futebol. Nenhuma das seleções estará no Peru. O vexame no Sul-americano Sub-20 tirou a masculina. A feminina, como campeã continental, também ficou de fora pelos critérios adotados. Em Toronto as meninas foram ouro e os rapazes bronze. A ambição do COB é superar o número de conquistas e classificar o máximo de atletas para Tóquio 2020 onde houver vagas distribuídas.

Cuba, que um dia foi uma das maiores forças esportivas do planeta, hoje passa por severo desaparelhamento. Com o fim da União Soviética e desmembramento dos países do Leste Europeu, com quem fazia intercâmbio, os cubanos perderam não somente o poderio financeiro como sofreram com o embargo econômico imposto pelos Estados Unidos. Coma gradual reabertura, como por exemplo a possibilidade de atletas competirem em outros países, a tendência é que essa queda seja amenizada.

Serão 420 atletas, com 241 homens e 179 mulheres. Na última edição ficou em quarto lugar, após ficar em cinco delas em segundo e na que realizou em casa, Havana 1991, liderar o quadro de medalhas à frente dos americanos. A realidade hoje é outra. Cuba saiu de 136 medalhas em 2011 para 97 em 2015. A força continuará sendo os esportes individuais e que rendem bastantes conquistas, como Boxe, Judô e Luta Olímpica. Canoagem e Atletismo também devem ajudar no acúmulo de pódios. Mas nunca duvide deles...

E você? Já se preparou para os Jogos Pan-Americanos de Lima 2019? Então fique ligado no Surto Olímpico, porque vamos acompanhar diariamente todos os dias e todos os resultados. Aqui você não perderá um lance, porque o esporte não para com a gente!


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