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Semana Nacional de Visibilidade Trans: Atletas transgêneros que marcaram o esporte

Na semana nacional de Visibilidade Trans, como forma de ressaltar a importância da diversidade e a necessidade de adotar o respeito em todas as relações, o Surto Olímpico traz uma lista de atletas que são transexuais e quebraram barreiras em seus esportes.

A participação de transexuais no esporte, como sabemos, ainda é palco de grandes discussões. O surto olímpico abordou o tema nos primeiros dias do ano: http://www.surtoolimpico.com.br/2019/01/surto-opina-mulheres-transexuais-no.html.

A realidade, porém, é que esses atletas são cada vez mais comuns e reclamam por mais espaço e visibilidade. Muitos já fizeram e fazem história, vencendo os preconceitos e marcando seus nomes no esporte. Outros grandes esportistas foram à batalha contra a discriminação após encerrarem suas carreiras. Vejamos alguns exemplos.

Renee Richards (tênis)

Renée Richards foi a primeira transexual a disputar um torneio profissional de tênis e antes da redesignação de sexo, em 1975, já tinha participado da chave masculina principal da US Open, 1960. Em 1977 precisou de uma ação da Suprema Corte de Nova York para garantir seu direito de disputar novamente o US Open, agora na chave feminina. Em ambas as ocasiões foi derrotada na primeira rodada. 

Sua melhor posição no ranking mundial foi o 20º lugar e o principal resultado foi o vice-campeonato no próprio US Open, nas duplas. No ano 2000 foi incluída no Hall da Fama do Tênis da USTA, uma organização sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento do esporte.

Laurel Hubbard (levantamento de peso)

Nascida em 1978, na Nova Zelândia, a atleta trans Laurel Hubbard fez história no campeonato mundial de levantamento de peso, em Anaheim/2017, na categoria +90kg, após totalizar 275kg no somatório do arranque e do arremesso e garantir a medalha de prata para seu país. Isso aos 39 anos. Ela se tornou a primeira transgênero a subir ao pódio de uma competição oficial da modalidade.

Tiffany (vôlei)

A jogadora foi pioneira no vôlei nacional, sendo a primeira atleta transexual a ser aceita em ligas profissionais, e enfrentou diversas polêmicas sobre ter ou não vantagens sobre as adversárias, principalmente pelo fato de ter feito partidas memoráveis, como a que estabeleceu o recorde maior pontuadora em uma mesma partida da liga feminina.

Hannah Mouncey (handebol)
Hannah Mouncey sempre foi atleta. Antes da redesignação de sexo, defendeu as cores da Austrália no Mundial masculino de Handebol disputado na Espanha, em 2013. Em 2016 passou pelo tratamento hormonal e pela cirurgia. Logo após se recuperar, foi proibida de participar do futebol australiano (algo semelhante ao rúgbi), devido o porte físico (1,90m de altura e 100kg). Contudo, logo depois foi autorizada a jogar a segunda divisão. Agora, como reportado pelo Surto Olímpico (http://www.surtoolimpico.com.br/2018/12/jogadora-australiana-de-handebol-busca.html), a atleta quer compor a seleção australiana de handebol para disputar o mundial da modalidade no final do ano.

Rachel McKinnon (ciclismo)

A ciclista trans canadense recebeu os olhares do mundo ao vencer uma etapa da copa do mundo de Ciclismo Master nos Estados Unidos e já anunciou que sonha em conquistar uma vaga olímpica. 

Patrício Manuel (boxe)

Em 2018, o atleta se tornou o primeiro pugilista transgênero na história dos Estados Unidos a participar de uma luta profissional e, na ocasião, venceu o mexicano Hugo Aguilar por decisão unânime dos juízes. 

Schuyler Bailar (natação)

Foi o primeiro nadador transgênero a disputar a primeira divisão no campeonato americano de natação. Antes da transição, ao lado de uma equipe que contava com ninguém menos do que Katie Ledecky, chegou a ser campeão nacional e bateu vários recordes.

Balian Buschbaum (atletismo - salto com vara) 

O alemão competiu entre as mulheres no salto com vara, antes da sua transição. Seu recorde pessoal é de 4,70 metros, alcançados em junho de 2003, em Ulm. Conquistou várias medalhas em campeonatos europeus. Em 21 de novembro de 2007, Buschbaum anunciou sua aposentadoria do esporte devido a uma lesão persistente e ao desejo de começar a transição de gênero. 

Caitlyn Jenner (atletismo - declato)

Atleta de currículo respeitado. Medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976, e nos Jogos Pan-Americanos do México, em 1975. Além de um recorde mundial batido na disputada seletiva americana por uma vaga nas olimpíadas. Todas as conquistas vieram antes da transição, ocorrida em 2015. Caitlyn tem seis filhos biológicos, dois em cada um de seus três casamentos, e demonstrou coragem para enfrentar todo o preconceito em uma fase mais madura e estabelecida da vida.

Todos sabemos que os transexuais encontram diversas barreiras para se incluírem no esporte. Situação agravada pela dificuldade para conseguir emprego, preconceito nas ruas, não aceitação pela família e realidade de violência. Que o esporte, que sempre rompeu paradigmas, continue a ser, antes de tudo, uma porta de acesso à inclusão.

Fotos: Divulgação

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