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Com 'vaquinha' e doação de milhas, Brasil consegue participar do mundial de handebol de praia

As seleções brasileiras de handebol de areia vão jogar o Mundial de Kazan a partir do dia 24. Após semanas de incertezas financeiras, os grupos masculino e feminino conseguiram as 27 passagens necessárias para o embarque dos atletas e comissão técnica. Os jogadores viajaram na sexta-feira (20) para a Rússia e os bilhetes foram comprados através de vaquinhas online, doações de milhas e ajuda financeira de amigos, parentes e empresas. 

A Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) vive uma profunda crise financeira após a saída do Banco do Brasil e a diminuição da verba dos Correios e havia avisado que não teria condições de arcar com os custos. A entidade, então, tentou auxiliar as equipes no que pôde, mas várias passagens foram compradas em cartões de crédito pessoais dos atletas e a preparação para o torneio foi comprometida.

"Chegamos a Dubai colocando cartão e empenhando recursos pessoais e familiares. Alguns jogadores recorreram ao Vakinha.com. Conseguimos viajar, mas esse problema afetou a nossa preparação para o Mundial, pois não tivemos tempo adequado de treinamento", contou Antônio Guerra Peixe, técnico do Brasil

No ano passado, os times do país viveram problema parecido para os Jogos Mundiais, na Polônia. Fizeram vaquinhas, conseguiram viajar e conquistaram o título. Caso o Brasil não disputasse a competição, a CBHb poderia multada e as seleções poderiam ser suspensas de futuras competições. O handebol de areia não é modalidade olímpica, mas ganhou força nos últimos anos. Fará parte, por exemplo, dos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires, este ano, e pode entrar no programa dos Jogos Sul-Americanos de Praia, em 2019. O basquete 3x3 fez caminho parecido e logo depois de ser jogado nas Olimpíadas da Juventude, fará parte do programa de Tóquio 2020.

A crise na CBHb começou logo após a Olimpíada do Rio, com racha político após a reeleição de Manoel Luiz Oliveira. Em 2017, o Correios diminuiu drasticamente seus repasses a entidade, caindo para apenas R$ 1,6 milhão em 2018. O dinheiro da Lei Agnelo Piva, cerca de R$ 2,5 milhões, está completamente comprometida para este ano. Sem conseguir apoio financeiro da CBHb para a viagem, os atletas do handebol de areia e a entidade entraram em contato com o Comitê Olímpico do Brasil para conseguir cerca de R$ 190 mil para pagar os bilhetes. A hospedagem e alimentação foi bancada pela Fedederação Internacional de Handebol (IHF).

Os recursos para a compra das passagens vieram de recursos próprios dos atletas e familiares, da prefeitura de Timbaúba, Prefeitura de Niterói, da doação de 300 mil milhas aéreas, da Universidade da Paraíba, de um álbum de figurinhas da seleção masculina vendido a R$ 25. A CBHb pagou as inscrições, ajudou com uniforme e transporte no local da competição.


foto: IHF

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