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Surto Opina: 50 metros estilos na Olimipíada é reparação histórica do COI com a natação

Sátiro Sodré/SS Press/CBDA


Entre as muitas mudanças do programa olímpico de Los Angeles 2028, talvez a que mais me chamou a atenção foram a entrada das provas de 50 metros estilos. Para mim era algo muito sonhado, não só pelo o fato que o Brasil sempre teve bons velocistas nos estilos costas, borboleta e peito, mas porque são provas emocionantes de se ver. É uma reparação histórica que finalmente foi feita pelo COI, que sempre ignorou os pedidos da World Aquatics e desta vez atendeu os pedidos.

Na primeira tentativa de prova rápida na olimpíada na natação foi em na confusa edição de Saint Loius-1904, quando tivemos não uma prova de 50 metros e sim, 50 jardas (aproximadamente 45,72m). Depois disso, outra prova rápida veio a ser realizada em Olimpíadas 84 anos depois, em Seul, com os 50 metros livres. Matt Biondi (USA) levou o ouro com 22s14, novo recorde mundial.

As outras provas de 50 metros estilos foram disputados como exibição no mundial de esportes aquáticos em 1991 e só entraram oficialmente no programa a partir de 2001, já com a intenção de atrair mais público para as competições com provas mais rápidas. E desde então tem se comentado na entrada dos esportes nas olimpíadas.

A antiga FINA e hoje World Aquatics tentou colocar as provas em diversas tentativas desde Pequim. O COI sempre recusou com a justificativa de que teria um aumento excessivo de atletas, algo que a entidade sempre buscava enxugar os Jogos Olímpicos de eventos e atletas para deixar a competição menos megalomaníaca e mais sustentável.

Mas a tentativa para a entrada dos 50m estilos do programa olímpico de Los Angeles desta vez seria diferente: não teria entrada de mais atletas, com os esportes aquáticos passando para de 48 para 55 eventos – 41 só de natação, mas com o mesmo número de atletas: 1370

Com todo o respeito as provas de média e longas distâncias, as provas de velocidades são sempre as mais emocionantes. E com essa mudança, a natação vai ter muito mais provas que prenderão a atenção e o fôlego dos espectadores do que o atletismo, o maior ‘rival’ pela audiência em Jogos olímpicos.

Claro que provas mais rápidas atraem o público mais jovem, que cada vez menos conseguem ter a atenção retida, e essa mudança mostra que é uma tentativa da natação em ter mais público. Atualmente o atletismo tem muitos mais astros conhecidos, o que chamam mais audiência em diversos locais do mundo e as provas de 50m estilos, se fizerem o sucesso esperado poderão catapultar novos astros das piscinas, de preferência em diversas regiões do mundo e na melhor das hipóteses, ter um atleta que fure a bolha do esporte como Michael Phelps foi para a modalidade.

(E sim, essas provas vão ajudar os Estados Unidos a conquistar mais ouros. Eles querem se manter bem longe da China do quadro de medalha e estas provas devem ajudar com alguns ouros, ainda mais que o país que se redimir da olimpíada abaixo do esperado que teve em Paris nas piscinas.)

E o Brasil? Já tivemos campeões mundiais como Etiene Medeiros nos 50m costas e Nicholas Santos, lenda do 50m borboleta, bons nomes como João Gomes Júnior no 50m peito, mas hoje em dia estamos em uma entressafra nestas provas. Mas vejo que estas provas são o melhor caminho para natação reencontrar o caminho do pódio nos Jogos olímpicos.

Não vejo mal nenhum do país criar velocistas nos quatro estilo, fazendo algo similar do que a Jamaica fez no atletismo, que no início apostou em velocistas, culminando nas lendas Usain Bolt e Shelly-Ann Fraser-Pryce, e depois foi expandindo sua atuação em provas de barreiras, e de campo, como salto em distância, arremesso de peso, etc. Adaptar este quadro para a natação brasileira é um plano a médio prazo.

Claro que por não aumentar o número de atletas, o calendário que a olimpíada de Los Angeles terá será fundamental para o sucesso das provas rápidas. Afinal, disputar eliminatórias, semi e final em até três distâncias diferentes deverá ser algo sobre-humano. Reservas de revezamentos também deverão ficar de fora dos jogos para possam ter mais espaço para atletas especialistas, mas isto é algo muito preliminar para se prever e que vai depender muito de como será construído o calendário.

Mas Como disse lá em cima, sempre achei os 50m estilos perfeitos para as olimpíadas, provas que sou fã não somente por conta do sucesso do Brasil ao longo dos anos. E creio que elas vieram seja para ficar nos Jogos olímpicos, iniciando uma nova era na natação. Posso estar muito empolgado com essa nova adição, mas acho que as disputas olímpicas dos 50 metros peito, borboleta e costas vão dar um novo ânimo para a modalidade como a muito tempo não se via. É esperar para ver.

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