Foto: Divulgação/Bayer |
Anunciada em outubro, está cada vez mais próxima a aposentadoria de Rafael Nadal. O espanhol declarou, por meio de suas redes sociais, que vai encerrar sua carreira após as finais da Copa Davis, que acontece entre os dias 19 e 24 de novembro, em Málaga. Em entrevista concedida à plataforma Flashscore, líder global em informações esportivas ao vivo, Toni Nadal, tio e ex-técnico do ídolo do esporte, comentou sobre o legado deixado pelo atleta.
“Para ele foi difícil tomar essa decisão, como é para qualquer um que tem que parar de fazer algo que gosta e faz há anos. Meu sobrinho conviveu com lesões por muito tempo, mas conseguiu superar todas. Dessa vez, não foi assim, não aconteceu. Quando percebeu que era impossível continuar, decidiu por se aposentar”, comentou Toni.
Ao longo da carreira de Nadal, seu tio foi seu treinador e responsável pela formação do atleta. Toni afirmou ser firme, mas que cada atleta passa por diversos estágios e vê ser necessário autoexigência quando o jovem está na etapa de formação, para que, quando chegar à elite, esteja preparado para os desafios.
“No final, é o jogador que diz onde quer chegar. O técnico acompanha e tenta motivar quando necessário, mas é uma questão pessoal. O esporte competitivo é exigente acima de tudo e é preciso estar ciente disso”, ressaltou o tio do atleta.
Com 23 anos de carreira, Nadal acumulou diversos títulos, sendo os principais os 14 Roland Garros. Apesar das conquistas, nem sempre foi querido entre os torcedores, principalmente pelos franceses. No início de sua trajetória foi criada uma grande rivalidade entre o tenista e o público francês. Um momento marcante foi em 2009, após ser eliminado pelo sueco Robin Soderling, que na época buscava o pentacampeonato consecutivo do Grand Slam. Com o resultado, os parisienses começaram a comemorar, o que enfureceu Rafael e Nico Nadal, que dispararam contra os franceses: “Pessoas que fundamentam sua felicidade na derrota de alguém são muito pobres. Parece que os incomoda que a Espanha faça jogadores tão bons".
“No primeiro ano, não tinha nenhuma animosidade. Acho que mais tarde, quando começou a conquistar muitos títulos, as pessoas não queriam vê-lo ganhar tanto. No final, o público francês se acostumou com o comportamento dele, porque, na vida, não se trata apenas de vencer; trata-se de como você vence. Acho que Rafael fez isso muito bem e é por isso que houve uma mudança na França, a ponto de ver o reconhecimento que lhe deram nas Olimpíadas”, apontou o ex-técnico.
A Copa Davis de 2024, além da aposentadoria da lenda do tênis, ficará marcada também pela simbólica passagem de bastão para Carlos Alcaraz, espanhol que é o atual número 2 do mundo no ranking da ATP (Associação de Tenistas Profissionais).
“Será um momento emocionante. Encerrar uma etapa de mais de 20 anos no tênis profissional e pôr um ponto final em tudo de uma vez, não é fácil. Mas, por outro lado, nós sabíamos que esse momento tinha que chegar e que estava muito próximo. Então, encaramos como se fosse normal. Alcaraz está entre os melhores do mundo há alguns anos. Ele é um grande jogador e acho que, felizmente para os espanhois, temos um jovem que vai nos dar grande satisfação e que ainda vai nos proporcionar muita diversão nos domingos, em finais importantes”, concluiu Toni Nadal.
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