Alexandre Loureiro/ COB |
A estrutura dos jogos Olímpicos de Paris continua recebendo críticas de atletas. Desta vez, foi a judoca Rafaela Silva, bronze por equipes na capital francesa. Em entrevista ao 'Charla podcast', ela fez um comparativo com a olimpíada do Rio de Janeiro em 2016, a última em que participou ja que em Tóquio ela estava suspensa por doping, e afirmou que as estruturas francesas eram bem inferiores:
"Meus últimos jogos olímpicos foram no Rio e não tem como comparar (com Paris). Na vila olímpica a gente tinha um apartamento, com sala, televisão, sofazinho...No Rio, como ganhei, eu dei entrevista até de madrugada, depois tinha que sair cedo para gravar tudo com a imprensa e pra não atrapalhar minha companheira de quarto que não tinha lutado ainda, eu dormia na sala. Desta vez (em Paris), era só um quarto minúsculo, pus a minha mala, a kekinha (Ketleyn quadros) chegou, colocou a mala dela e eu disse 'agora a gente se retira' porque não tinha mais espaço dentro do quarto (risos)."
Rafaela disse que foram poucas vezes limpar os quartos no período em que ela esteve na vila e que o transporte era um tormento, com um ônibus fechado e sem ar condicionado. Ela contou um momento em que o motorista chegou a se perder no caminho em uma das vezes que foi para assistir o judô:
"O transporte era um calor de 40 graus em um ônibus todo fechado, que não podia abrir a janela, sem ar condicionado, todo lacrado, com cinco bancos e todo mundo em pé. E era 50 minutos, uma hora pra chegar e isso se o motorista não se perdesse pelo caminho, que tinha dessas também. No dia que eu tava indo para assistir, o motorista se perdeu e tinha gente passando mal, gritando e batendo para abrir as janelas e o motorista dizendo que não podia abrir nada, por conta de assalto, terrorismo"
Sobre a comida, Rafaela contou que não tem muito o que reclamar já que comeu muito pouco no refeitório. Mas ela reafirmou que a estrutura de Paris deixou a desejar: "De comida não tenho muito o que reclamar, mas de estrutura tava bem inferior em relação ao Rio de Janeiro. No transporte por exemplo, o Rio tinha a faixa exclusiva no chão, o ônibus passava direto e não tinha essa não, chegava tranquilo (no local de competição)"
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