Foto: Renan Cacioli/CBDV |
Atual campeão mundial entre os pesos-pesados (acima de 90 kg) do judô paralímpico, o paraibano Wilians Araújo, 32, chega para os Jogos de Paris 2024 em busca do desfecho perfeito para um dos ciclos mais importantes de sua carreira.
Líder do ranking mundial na classe J1 (cegos totais), ele tenta, em sua quarta participação, a primeira medalha de ouro – foi prata na Rio 2016. Em Londres 2012, ficou em quinto lugar e, em Tóquio 2020, acabou surpreendido logo na estreia e terminou em nono.
O ciclo, por sinal, foi totalmente novo para os judocas brasileiros após as mudanças nas regras, no início de 2022, que separaram atletas cegos totais daqueles com baixa visão. Até então, eles lutavam entre si – Wilians, aliás, perdeu na estreia em Tóquio para o cubano Yordani Fernandez Sastre, um atleta B3 na ocasião.
Sob o novo formato, o paraibano colecionou vitórias. Além do título mundial em 2022, ganhou ainda seis ouros, uma prata e um bronze em etapas de Grand Prix da Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA).
“Foi um ciclo realmente maravilhoso. Subi no pódio de todas as competições disputadas. De 48 lutas, venci 44. Achei que o ápice havia sido na Rio 2016, mas Deus me reservou esta nova fase. Ser campeão mundial, ser campeão dos Jogos Mundiais. É trabalhar bastante a cabeça agora, não estou lesionado. Diferentemente de Tóquio, quando vinha de uma cirurgia, neste ciclo não tive lesões graves. A gente treina a vida inteira por um dia desses.
No Rio, pude participar de uma final. Agora, acho que estou bem próximo da medalha de ouro”, disse o atleta, que perdeu a visão aos 10 anos de idade em decorrência de um acidente com tiro de espingarda de chumbinho.
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