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Nos Jogos Olímpicos de Paris, o brasileiro Caio Bonfim conquistou a medalha de prata na marcha atlética de 20km. O atleta de 33 anos terminou a prova com o tempo de 1h19m09s, 14s atrás do equatoriano Brian Daniel Pintado. Se o foco e a determinação do atleta, que deu a volta por cima após ficar em 13º em Tóquio-20, foram fundamentais para o seu sucesso, a fisioterapia esportiva também desempenhou um papel essencial na vitória do competidor.
Segundo o fisioterapeuta esportivo associado à SONAFE Brasil - Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e Atividade Física, Tiago Fonseca, que trabalha com Caio há 9 anos, o trabalho feito com o atleta ajudou a preveni-lo de lesões, aumentou a recuperação entre treinos e competições e contribuiu tecnicamente para a melhora de performance da marcha, principalmente por meio dos exercícios de estabilização de quadril e coordenativo de ativação da musculatura de membros superiores e da escápula.
“A marcha atlética possui várias peculiaridades em termos físicos. Ela exige muito da parte técnica e, principalmente, uma capacidade de estabilização articular de quadril. Por isso, há uma demanda aumentada nessa área dos quadris e também na região lateral do joelho, o que exige bastante da musculatura, especialmente dos glúteos médio e máximo”, explica o profissional.
Caio vive em Sobradinho (DF) e é treinado por seus pais: Gianetti Bonfim, que foi oito vezes campeã brasileira na modalidade, e João Sena, que também era o treinador da atleta na época. Os treinos do atleta acontecem nas ruas brasilienses e no estádio Augustinho Lima, por meio do projeto Centro de Atletismo de Sobradinho, organizado pela família Bonfim. Ainda em Brasília, o medalhista realiza um trabalho de rotina com Tiago, semanalmente.
“Durante o nosso acompanhamento, fazemos exercícios de mobilidade, flexibilidade e de recuperação entre treinos. Nos demais dias, que são direcionados para desenvolver a parte de fortalecimento, ele realiza ativações, conforme orientamos para serem realizadas no dia a dia”, conta o fisioterapeuta.
Na reta final para Paris, Tiago conta que a equipe inteira de Caio estava confiante, fruto do trabalho realizado durante o ciclo olímpico. “Seguimos um protocolo de treinamentos intensivos, rotina bem delineada e periodização adequada. Por isso, tínhamos certeza de que ele estava muito bem preparado para buscar a medalha, até porque, nos últimos dois anos, ele conquistou o pódio em todas as provas que disputou, além de ter terminado 2023 como número 1 do ranking mundial da marcha atlética. Não tinha como ser diferente”, ressalta o fisioterapeuta.
Após a conquista da medalha, Tiago conta que se sentiu em êxtase. “O momento pós-prova foi incrível, de muita felicidade, orgulho e, principalmente, gratidão por ter alcançado aquele resultado e estar desfrutando de um trabalho que não foi só de agora, mas sim de muitos anos. O Caio começou a parte da marcha com 15 anos e hoje está com 33, então é a coroação de um projeto que vem sendo desenvolvido ao longo dos últimos 18 anos, com a formação completa dele desde a base”, celebrou o profissional.
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