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Foto: Alexandre Schneider/CPB |
Após a mesatenista Bruna Alexandre ser a primeira atleta paralímpica brasileira apta a disputar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos no mesmo ciclo, o velocista Gabriel Garcia, 26, tornou-se o primeiro homem do país convocado para ambos os eventos na mesma temporada. Os dois estarão em Paris a partir do final deste mês.
Natural de Presidente Prudente, cidade que fica a cerca de 550 km de São Paulo, o paulista teve o primeiro contato com o atletismo ainda jovem, já que o município tem tradição na modalidade. Foi lá que a equipe olímpica do revezamento 4x100m, formada por Vicente Lenilson, Edson Luciano Ribeiro, André Domingos e Claudinei Quirino, medalhista de prata nos Jogos de Sydney 2000, na Austrália, treinou sob o comando do técnico Jayme Netto.
E também foi em Presidente Prudente que Gabriel conheceu e se tornou o atleta-guia da velocista paralímpica Jerusa Geber, 42, considerada a atleta cega mais rápida do mundo por ter feito os 100m em 11s83 durante a 1ª Fase Nacional do Circuito Loterias Caixa de atletismo 2023. O recorde mundial da acreana, inclusive, foi conquistado ao lado do paulista. Além de Jerusa, Gabriel conheceu na cidade o técnico e o marido dela, Luiz Henrique Barboza. Juntos, eles formam o que os próprios chamam de “Time Jerusa”.
“Ser convocado para os Jogos Olímpicos me dá uma sensação de gratidão, felicidade e dever cumprido. Eu, a Jerusa e o Luiz pensamos muito para dar tudo certo, inclusive na minha carreira solo. Agora, fomos recompensados com essa convocação para os Jogos Olímpicos. Não cheguei a esse feito sozinho. Nós três sempre estamos batalhando juntos para chegarmos aos nossos objetivos. Estou muito orgulhoso e muito grato ao Time Jerusa. É um ano muito importante para nós”, afirmou Gabriel.
Ao lado da acreana, Gabriel disputou os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. Eles foram bronze nos 200m da classe T11 (atletas com deficiência visual). Ainda no atual ciclo, foram bicampeões mundiais nos 100m (Paris 2023 e Kobe 2024), bem como ficaram com o ouro na mesma prova nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023.
“Tenho certeza de que todos os atletas-guia do Movimento Paralímpico brasileiro também estão felizes com a minha convocação para os Jogos Olímpicos. Eles sempre falam que eu represento toda a classe”, finalizou Gabriel.
Antes de Bruna Alexandre e Gabriel Garcia, o timoneiro Nilton da Silva Alonço, conhecido como Gauchinho, disputou Jogos Olímpicos e Paralímpicos, mas em anos diferentes. Ele participou das edições olímpicas de Montreal 76, Los Angeles 84 e Seul 88. Depois, em Pequim 2008, compôs o barco quatro com timoneiro da delegação paralímpica brasileira. Gauchinho morreu em 2023.
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