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| Foto:Reprodução/Inside The Games |
A Rússia está a travar uma intensa campanha de desinformação destinada a manchar a reputação do Comité Olímpico Internacional (COI) e a alimentar receios de violência nos Jogos Olímpicos de Paris deste Verão, de acordo com um novo relatório do Centro de Análise de Ameaças da Microsoft. De acordo com a Microsoft, as operações de influência utilizam uma mistura potente de vídeos falsos, notícias fictícias e personificações geradas por IA , incluindo a voz falsa da estrela de Hollywood Tom Cruise, informou a Agence France-Presse na noite de segunda-feira.
"A Rússia está a intensificar estas campanhas malignas contra a França, o Presidente (Emmanuel) Macron, o COI e os Jogos Olímpicos de Paris. Embora a Rússia tenha uma história de décadas de visar os Jogos Olímpicos, o Centro de Análise de Ameaças da Microsoft observou velhas tácticas misturadas com inteligência artificial...que pode se intensificar à medida que a cerimônia de abertura de Paris em 2024 se aproxima", disse Clint Watts, gerente geral do Microsoft Threat Analysis Center, em um blog no domingo.
O relatório revelou que dois prolíficos grupos de ciberatores russos, Storm-1679 e Doppelganger, dinamizaram as operações durante o ano passado para atingir diretamente os Jogos Olímpicos. Suas atividades maliciosas aumentaram em junho de 2023 com o lançamento no Telegram de um documentário falso de longa-metragem intitulado “As Olimpíadas caíram”. Usando áudio gerado por IA, representando o ator Cruise de "Top Gun", gráficos de computador sofisticados e uma implementação de marketing sofisticada, o filme menospreza o COI em uma aparente tentativa de minar o apoio público global aos Jogos.
Storm-1679 também fabricou e amplificou repetidamente vídeos ficcionais, clipes de notícias e declarações à imprensa, alegando falsamente que o medo do terrorismo provocou uma onda de cancelamentos de bilhetes e compras de seguros de propriedade entre os parisienses. Entretanto, o grupo ameaçador Doppelganger intensificou as mensagens anti-Olimpíadas através da sua rede de 15 sites de desinformação e forjou conteúdos de meios de comunicação franceses, como o Le Parisien, para difamar Macron.
A Microsoft disse suspeitar que grupos russos também estavam por trás da circulação de imagens falsas de graffiti, ameaçando uma repetição do massacre de atletas israelenses nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, por militantes palestinos. À medida que se aproxima a Cerimónia de Abertura de 26 de Julho, a Microsoft prevê que a campanha de desinformação russa se intensificará em mais idiomas e formatos de mídia. Watts alertou que as campanhas poderiam até tentar provocações no mundo real perto das instalações olímpicas para semear ainda mais o caos.
A campanha não é inesperada. Macron disse em abril que “não tinha dúvidas” de que a Rússia estava atacando as Olimpíadas de Paris, inclusive com desinformação.
O Kremlin “alimenta todos os dias a ideia de que não podemos fazer isto ou aquilo, que há um risco”, disse ele.
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