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Italo Ferreira é o novo campeão nos tubos de Teahupo´o no Taiti

Italo Ferreira é o novo campeão nos tubos de Teahupo´o no Taiti
Foto:Matt Dunbar/WSL


Os brasileiros comandaram o show nos tubos de 8-12 pés em Teahupo´o, no mar épico da quinta-feira na bancada mais perigosa do mundo. O potiguar Italo Ferreira conquistou o título do SHISEIDO Tahiti Pro apresentado por Outerknown, derrotando o novo líder no ranking do World Surf League (WSL) Championship Tour (CT), John John Florence. O havaiano impediu uma final verde-amarela barrando Gabriel Medina nas semifinais, depois do tricampeão mundial bater todos os recordes do CT 2024, com a segunda nota 10 do ano no palco dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, que será disputado em julho nos mesmos tubos de Teahupo´o.

“Eu estava esperando muito por este momento”, disse Italo Ferreira. “Eu ganhei em diferentes tipos de ondas, mas nunca em tubos e era uma vitória assim que eu buscava. Eu perdi esse evento no ano passado por causa de uma contusão, mas finalmente consegui minha vitória aqui e estou realmente muito feliz. Quero agradecer a Deus, minha família e amigos. É isso, o trabalho aqui foi concluído e agora é hora de já nos prepararmos para El Salvador, que é o próximo que vem aí”.


A vitória de Italo Ferreira no SHISEIDO Tahiti Pro, foi a primeira depois de conquistar a primeira medalha de ouro da história do surfe nas Olimpíadas, nos Jogos de Tokyo 2020 disputado em 2021 no Japão. O seu último título em etapas do CT, tinha sido em abril do mesmo ano de 2021 em Newcastle, na Austrália. No ano passado, ele chegou na final do Surf Ranch Pro, mas perdeu para o australiano Ethan Ewing. Com os 10.000 pontos que recebeu no Taiti, Italo saltou da 16.a para a quinta posição no ranking, entrando no grupo dos top-5 que vão disputar o título mundial da temporada no Lexus Pipe Pro, no melhor dia de ondas no período de 6 a 14 de setembro em Trestles, Califórnia.


“Foi uma final muito especial contra o John John (Florence), pois ele é uma inspiração para mim”, destacou o campeão mundial de 2019, Italo Ferreira. “Foi uma grande bateria. Começamos cedo hoje e foi um dia longo, mas estou muito feliz por chegar na final e vencer este campeonato. Eu sempre soube que existia uma possibilidade de conseguir a vitória aqui e estou muito feliz agora”.


Esta foi a oitava vitória em doze finais do Italo Ferreira em etapas do CT. Ele começou a quinta-feira despachando o californiano Cole Houshmand por 16,60 a 15,77 pontos, com uma nota 9,00 no melhor tubo que surfou em Teahupo´o em sete participações no Taiti. Yago Dora tinha acabado de vencer fácil o sul-africano Jordy Smith e os dois se encontraram nas quartas de final. O duelo brasileiro foi eletrizante e Italo Ferreira fez a sua melhor apresentação na temporada, somando notas 9,83 e 8,00 de dois tubaços, para vencer com o seu maior somatório no ano, 17,83 a 15,87 pontos.

DECISÃO DO TÍTULO -

Depois, não entraram muitas ondas boas na semifinal com o marroquino Ramzi Boukhiam e Italo Ferreira venceu por 13,27 a 8,50 pontos. Ele nunca tinha passado das quartas de final no Taiti, enquanto John John Florence já havia decidido o título em 2016, quando igualmente passou por Gabriel Medina nas semifinais, mas Kelly Slater foi o campeão. Na quinta-feira de mar épico mais uma vez, com altos tubos em Teahupo´o, o havaiano pegou a primeira onda da decisão aos 7 minutos, mas caiu. Já o Italo veio numa bomba e completou um tubo incrível, para largar na frente com nota 8,93.


O brasileiro voltou ao line-up com a prioridade e logo surfa outro tubaço, que valeu 8,77. Na metade dos 40 minutos da bateria, John John faz seu primeiro tubo de backside e entra na briga com 7,83. O tempo foi passando sem entrar nada de ondas, os dois ficam lado a lado esperando por outra série, com Italo tendo a prioridade de escolher a próxima para surfar. Ele pega uma que roda mais um tubo, mas a nota 7,33 foi descartada das duas computadas. Faltando 5 minutos, John John Florence surfa um tubo difícil e sai na baforada. Os juízes dão nota 9,33, diminuindo a desvantagem para 8,37 pontos. O havaiano tenta a virada dropando uma onda por trás do pico, mas ela fechou e o tempo acaba, com Italo Ferreira conquistando o título por décimos, 17,70 a 17,16 pontos.


“Surfar quatro baterias hoje foi ótimo, porque as ondas estavam muito divertidas”, disse John John Florence. “Estava bombando altos tubos lá fora e este é um dos lugares mais lindos do mundo. Então, estar lá surfando sem ninguém, pegando altas ondas é fantástico. Obrigado à toda a comunidade de Teahupo´o, vocês são incríveis. Obrigado por todo o apoio no canal e por nos receber tão bem todos os anos. Este é um dos meus lugares favoritos no mundo e só tenho que agradecer a todos”.

PRÓXIMAS ETAPAS -

O havaiano já havia tirado a liderança do ranking do californiano Griffin Colapinto, quando passou para as semifinais. John John Florence vai voltar a vestir a lycra amarela da World Surf League no Surf City El Salvador Pro, nos dias 6 a 15 de junho nas ondas de Punta Roca. Italo Ferreira também vai começar a defender sua vaga entre os top-5 na etapa da América Central e na sequência acontece o Vivo Rio Pro apresentado por Corona em Saquarema, de 22 a 30 de junho na Praia de Itaúna, o Maracanã do Surf da Região dos Lagos do Rio de Janeiro.


A etapa brasileira do CT, será a última antes da parada para os Jogos de Paris 2024 nos tubos de Teahupo´o. Italo Ferreira não se classificou para tentar o bicampeonato olímpico, mas Gabriel Medina vai disputar medalhas no Taiti, junto com Filipe Toledo, João Chianca, Tatiana Weston-Webb, Luana Silva e Tainá Hinckel. Medina e Tatiana mostraram que são fortes concorrentes ao ouro olímpico, pois conseguiram as únicas notas 10 do SHISEIDO Tahiti Pro esse ano. O tricampeão mundial possui um retrospecto impressionante na etapa mais desafiadora do WSL Championship Tour.

RECORDES DO ANO -

Desde que conseguiu a sua primeira vitória no Taiti em 2014, Gabriel Medina foi vice-campeão em 2015, parou nas semifinais em 2016 perdendo para o mesmo John John Florence, depois foi vice-campeão de novo em 2017, conquistou seu segundo título em 2018 e colecionou mais um segundo lugar na final de 2019. Aí veio a pandemia e o campeonato não aconteceu em 2020 e 2021. Em 2022 ele estava contundido e Miguel Pupo foi o campeão, mas Medina voltou ao pódio no ano passado, sendo vice-campeão pela quarta vez na final contra o australiano Jack Robinson.


Na quinta-feira, o tricampeão mundial já começou batendo todos os recordes do ano no CT 2024. Na sua primeira participação, ele já conseguiu a segunda nota 10 do SHISEIDO Tahiti Pro, num tubo espetacular que saiu na baforada com os braços pra cima mandando beijinhos e com os 10 dedos espalmados. Diferente da Tatiana Weston-Webb na quarta-feira, que ganhou 10 unânime dos cinco juízes, um deles deu 9,80 dessa vez. Mas, Medina surfou outro tubaço na onda seguinte, que muitos acreditavam que seria outro 10, mas a média ficou 9,83.


Ele acabou igualando os 19,83 pontos do maior somatório da sua carreira em etapas do CT, conseguido em 2015 nas ondas de Hossegor, na França. Além disso, Medina bateu também o recorde de pontos desta temporada. Depois de despachar o norte-americano Jake Marshall nas oitavas de final, ele deu outro espetáculo nos tubos de Teahupo´o contra o australiano Ryan Callinan. Com notas 9,73 e 9,23, Medina atingiu 18,96 pontos, ultrapassando pela segunda vez os 18,84 do havaiano Barron Mamiya nas semifinais em Pipeline, que eram o recorde do ano no CT 2024.

SEMIFINAL REEDITADA -

John John Florence também tinha feito uma quarta de final brilhante, derrotando o indonésio Rio Waida por 18,33, com notas 9,23 e 9,10 dos melhores tubos que surfou. O havaiano então voltou a encontrar Gabriel Medina numa semifinal em Teahupo´o, como em 2016 na única vez que decidiu um título no Taiti. O brasileiro pegou a primeira onda, botou pra dentro do tubo, ficou entocado lá dentro, mas na saída se desequilibrou e caiu na perigosa bancada de corais, que não permite erros. Ele saiu com cortes nas costas e nos pés, enquanto John John completa um tubaço nota 9,77.


Essa bateria chegou a ser reiniciada, porque nos 10 primeiros minutos não tinha entrado nada de ondas. As séries estavam bem mais espaçadas e Medina também falhou na segunda onda que pegou. O havaiano logo surfa outro tubo mais rápido, que vale 6,50. O brasileiro também surfa um para entrar no jogo com 5,67. Quando Medina completa um tubo melhor, que ganha 8,33 dos juízes, John John Florence dá o troco com 8,23 e confirma a vitória por 18,00 a 14,00 pontos, impedindo uma inédita final brasileira nos tubos de Teahupo´o.


Gabriel Medina terminou em terceiro lugar outra vez, mas subiu da 19.a para a 12.a posição no ranking. Certamente, vai brigar por uma vaga entre os top-5 também nas próximas etapas, para tentar o tetracampeonato mundial no Lexus WSL Finals. Desde que foi implantado esse sistema mata-mata, só deu Brasil ganhando o título nas ondas de alta performance de Trestles, na Califórnia. Gabriel Medina festejou o tricampeonato na final brasileira da primeira edição em 2021 com Filipe Toledo, que foi bicampeão em 2022 e 2023.






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