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| Foto: Anderson Nova/CBJ |
No último dia do Campeonato Pan-Americano e Oceania de Judô 2024, realizado no Rio de Janeiro, o Brasil foi campeão na disputa por equipes. Apenas três nações estavam inscritas: Brasil, Argentina e Cuba. Dessa forma a competição já iniciou no triangular final, onde o Brasil enfrentou o time cubano numa melhor de sete.
Na primeira luta, válida na categoria masculina acima de 90kg, Leonardo Gonçalves enfrentou a Jonathan Loynaz. Desde o início Leonardo buscou tomar as ações na luta e, depois de pouco mais de dois minutos de enfrentamento, conseguiu encaixar uma imobilização de vinte segundos, o que encerrou a luta e deu a vitória ao brasileiro. Brasil 1x0.
Na sequência, na categoria feminina até 57kg, Shirlen Nascimento lutou contra Aleanny Carbonell Julian. Shirlen não deixou a cubana respirar e logo com sete segundos já havia aplicado um waza-ari. Ela continuou em cima da cubana e encaixou uma imobilização de dez segundos, transformando seu golpe em um ippon. Brasil 2x0.
A terceira luta foi de Michael Marcelino contra Orlando Polanco, na categoria masculina até 73kg. A luta foi mais estudada por ambos os competidores, que chegaram a levar uma punição por não combatimento cada. Antes o brasileiro havia levado uma punição por esconder a manga do kimono. Mas então, num golpe de contra-ataque, Michael conseguiu um waza-ari que logo se transformou em um ippon após uma imobilização de dez segundos. Brasil 3x0.
A quarta luta foi entre Ellen Froner e Maylin Del Toro Carvajal, pela categoria feminina até 70kg. Dessa vez a cubana foi rápida e conseguiu o golpe perfeito em menos de cinquenta segundos de disputa. Brasil 3x1.
A quinta luta, válida pelo masculino até 90kg, foi entre Marcelo Gomes contra Naysdel Cardoso. Novamente foi uma luta rápida. Com menos de dez segundos o brasileiro aplicou um waza-ari. Mesmo com a vantagem continuou dominando a luta, até levando uma punição por ataque falso. A luta prosseguiu e logo o brasileiro aplicou um ippon, vencendo o embate. Tudo isso em menos de cinquenta segundos. Brasil 4x1 e vitória sobre o time cubano.
Argentina desiste de competir por causa de lesões
Após a vitória do time brasileiro, o Brasil enfrentaria a Argentina, que por sua vez ainda enfrentaria a equipe de Cuba. Porém, devido a três lesões na equipe argentina, ela desistiu da competição, recebendo W.O. dessa forma, a final foi entre Brasil e Cuba. Houve um breve intervalo e alguns protocolos a serem seguidos, mas logo estavam presentes ambos os times para lutar novamente.
Final contra Cuba
Um sorteio definiu que a primeira luta seria na categoria feminina até 70kg, onde Ellen Froner enfrentaria mais uma vez à sua algoz, Maylin Del Toro Carvajal. A torcida brasileira gritava a todo momento, mas a cubana não se entregava. A brasileira recebeu uma punição por falta de combatividade que a fez tentar atacar mais. Porém ela não escolheu bem a hora de fazer isso, e num ataque precipitado, viu a cubana encaixar um contra golpe seguido de uma imobilização. Brasil 0x1 Cuba.
A próxima luta foi na categoria masculina até 90kg, com Marcelo Gomes medindo forças contra Naysdel Cardoso de novo. Em uma luta bem explosiva, Marcelo aproveitou um ataque do cubano que caiu ao chão para imobilizá-lo por vinte segundos. Brasil 1x1 Cuba.
A terceira disputa foi na categoria feminina acima de 70kg. A brasileira Beatriz Souza enfrentou a cubana Lianet Cardona. A cubana também caiu depois de tentar um ataque ao que a brasileira respondeu projetando todo seu peso pesado em cima da adversária que nada pôde fazer em vinte segundos. Na verdade a cubana permaneceu praticamente imóvel durante esse tempo, não tentando sair da imobilização, aceitando sua derrota. Brasil 2x1 Cuba.
Outro confronto entre Leonardo Gonçalves e Jonathan Loynaz no masculino acima de 90kg marcou a quarta luta. Numa luta de chão, Leonardo encaixou uma chave de braço em Loynaz que nem esperou a contagem e desistiu. O confronto durou pouco mais de trinta segundos. Brasil 3x1 Cuba.
A quinta luta foi a estreia de Rafaela Silva contra a cubana Aleanny Carbonell Julian na categoria feminina até 57 kg. Com treze segundos de luta, a experiente Rafaela Silva já havia conseguido um waza-ari na cubana. Mesmo levando uma punição por quebra de pegada, Rafaela continuou em cima da adversária, propondo o ritmo e conseguindo uma punição pra adversária também. Na sequência Rafaela encaixou uma chave de braço que levou à imediata desistência da cubana. Brasil 4x1 e mais uma vitória sobre Cuba. Essa, no entanto, valeu o ouro.
Em entrevista após a vitória, Rafaela Silva lembrou que o Brasil ainda não possui medalhas na competição por equipes do judô em Olimpíadas e avisou: "Com certeza a gente vai se preparar da melhor maneira possível. Então, ter o calor da torcida, a união do corpo, para chegarmos bem preparados, não só pensando no individual, mas principalmente na competição por equipes nos Jogos Olímpicos, que é uma medalha que a gente vem pensando bastante, estudando bastante".
Já Beatriz Souza relembrou a antiga rivalidade contra Cuba no judô: "Cuba é nossa maior adversária aqui na América, então é sempre um desafio, sempre nos trombamos em todas as finais que entramos por equipes. É uma vitória importante, não só por ser contra Cuba, mas também [porque] vale uma posição boa, tanto no chaveamento olímpico por equipes, quanto no mundial. Lutar por equipe é diferente, porque não é só por você, é por todo mundo que está ali", disse, em entrevista.
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