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Zion Bethonico conquistou primeira medalha do Brasil em Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude / COI/Gaspar Nóbrega |
A seguir uma pequena análise da participação e das marcas conseguidas por cada modalidade. Para ser justo serão comparadas apenas as marcas obtidas em outros Jogos Olímpicos da Juventude. Antes porém, vale mencionar que a delegação brasileira foi a maior de todos os tempos tanto em número de atletas quanto em esportes classificados, com 18 atletas em 8 esportes diferentes, superando a marca anterior de Lausanne 2020 na qual o Brasil levou 12 atletas em 6 esportes. A delegação do Brasil foi a maior da América Latina e foi superior até mesmo a mais da metade dos países participantes, alguns desses europeus.
Outro dado interessante a se considerar é o número de provas cada vez mais crescente que o Brasil tem disputado. Estando mais presente a chance de ter melhores resultados aumenta. A experiência dos atletas também aumenta. Desconsiderando eventos mistos entre países, em 2012 a nação disputou quatro provas, em 2016 foram doze, em 2020 subiu para dezenove e em 2024 chegou a vinte e cinco.
ESQUI ALPINO
Os irmãos Artur e Alice Padilha competiram pela modalidade nas provas de slalom e slalom gigante. O Brasil não tinha representação na modalidade no masculino desde 2016 e no feminino desde 2012. Alice não conseguiu completar as suas descidas, algo comum no esqui alpino, já Artur foi o 40º no slalom gigante. O resultado de Artur no slalom gigante é o segundo melhor da história do país, sendo superado apenas pelo 32º lugar de Tobias Macedo em 2012. No feminino o melhor resultado verde e amarelo é o 42º lugar de Elis Nobre, também em 2012. Na modalidade o melhor resultado é o 15º lugar no Super-G de Michel Macedo em 2016.
BIATLO
Mariana Lopes da Silva disputou o sprint e os 10km femininos. No sprint ela foi a 89ª e nos 10km a 93ª. Seu resultado no sprint é o melhor do país, superando o 94º lugar de Taynara da Silva em Lausanne 2020. Já nos 10km é o segundo melhor, atrás apenas do 92º lugar de Taynara em 2020. O Brasil ainda não debutou no biatlo masculino.
BOBSLED
André Luiz da Silva e Luís Felipe Seixas competiram no individual masculino, chamado de monobob. André foi o 17º, já Luís Felipe foi o 10º. O resultado de Luís Felipe é o segundo melhor do país, atrás apenas do oitavo lugar obtido por Marley Linhares em 2016. No feminino a única participação foi com Jéssica Victória em 2016, quando ela obteve a nona posição.
ESQUI CROSS-COUNTRY
Gabriel Santos e Ian Francisco da Silva competiram pelos 7,5km clássico masculino e pelo sprint, cada um. Nos 7,5km Gabriel ficou em 73º e Ian exatamente uma posição depois. Essa foi a primeira vez em Jogos da Juventude que a distância percorrida foi de 7,5km no estilo clássico. O melhor resultado do país segue sendo o 47º lugar que Altair Firmino conquistou em 2016 quando a prova teve 10km no estilo livre. Já no sprint Gabriel foi o 70º e Ian o 75º. O melhor resultado brasileiro permanece com Manex Silva que foi o 39º em 2020.
Pelo feminino Júlia Reis e Mariana Lopes da Silva (que também disputou o biatlo) competiram pelas mesmas provas acima. Nos 7,5km clássico Júlia Reis foi a 64ª e Mariana a 71ª. Antes o único resultado do país havia sido o 74º lugar de Taynara da Silva em 2020 quando a prova teve 5km no estilo clássico. Pelo sprint Júlia foi a 69ª e Mariana a 72ª, dessa forma Júlia agora detém o melhor resultado brasileiro superando o 72º lugar de Eduarda Ribera em 2020.
De forma inédita o Brasil também disputou em 2024 uma prova de revezamento misto 4 x 5km. Nossos atletas foram 24º sendo os únicos latinos americanos classificados a competir.
CURLING
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O Brasil segue crescendo no curling / Foto: COI / Wander Roberto |
O Brasil, representado por Pedro Ribeiro, Julia Gentile, Guilherme Melo e Rafaela Ladeira, conquistou em Gangwon a primeira vitória olímpica na modalidade ao vencer a Alemanha por 6 a 4. Nesse mesmo jogo outras marcas foram batidas: nunca o Brasil havia jogado os 8 ends (espécie de sets no curling), nunca havia marcado mais que três pontos numa partida e jamais havia vencido mais que dois ends (foram quatro na vitória sobre os alemães). Porém, como a técnica Isis Oliveira destacou, o Brasil venceu porque jogou bem e elevou seu nível de jogo.
Apenas a título de comparação, na primeira participação do Brasil em 2016, foram sete jogos nos quais o país fez 5 pontos e sofreu 108, terminando em último. Em 2020 foram cinco jogos nos quais fizemos 9 pontos e sofremos 64, novamente ficando em último. Em 2024 foram sete jogos, 17 pontos marcados e 81 sofridos, terminando a frente da Alemanha (o primeiro critério de desempate após o número de vitórias é o confronto direto) e da Nigéria.
Houve também a competição por duplas mistas onde o Brasil foi representado por Julia Gentile e Guilherme Melo. Apesar de não ter vencido nenhuma partida, a campanha de cinco jogos deu ao Brasil 17 pontos feitos e 49 sofridos, onde o Brasil pontuou em todos os jogos. Na classificação geral foi superior ao Catar e a Nigéria. Nas competições de 2016 e 2020 nas duplas a equipe não era formada exclusivamente por atletas brasileiros, por isso não será feita uma comparação.
PATINAÇÃO DE VELOCIDADE EM PISTA CURTA
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Lucas Koo conseguiu dois top-10 em Gangwon / Foto: COI / Wander Roberto |
O Brasil estreou na modalidade em Gangwon 2024. Lucas Koo competiu nos 500m, 1000m e 1500m conseguindo dois top-10 para o país. Nos 1500m ele foi penalizado na semifinal e acabou sem colocação. Ainda assim, de acordo com o chefe da equipe de gelo em Gangwon, Gabriel Karnas, Lucas "competiu muito bem, com chance de chegar numa final A ou B. Pelo desempenho, daria para ele ficar até no top-10".
Karnas tinha razão. Na prova seguinte, de 1000m, Lucas Koo foi o nono lugar. E poderia ser ainda melhor, pois nas eliminatórias Lucas fez o segundo melhor tempo no geral, superando o tempo até mesmo de outros competidores que mais tarde medalharam na prova.
Por fim, na prova de 500m Lucas foi ultrapassado nos metros finais e por causa de 44 milésimos acabou por ficar de fora da decisão. Na final B ele liderava, mas caiu e terminou em 10º.
SKELETON
Cauê Miota e Eduardo Strapasson foram os representantes masculinos. Cauê foi o 19º e Eduardo o 10º. O resultado de Eduardo é agora o melhor do país, superando Roberto Barbosa Neves que em 2016 havia sido o 19º. Entre as mulheres o melhor resultado é o 19º lugar de Larissa Cândido em 2020.
SNOWBOARD
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Pela primeira vez o Brasil disputou o halfpipe / Foto: COI / Wander Roberto |
Zion Bethonico competiu pelo snowboard cross enquanto que João Teixeira pelo halfpipe masculino. No cross, Zion conquistou a medalha de bronze, a primeira do país em Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude. Anteriormente o melhor desempenho brasileiro na modalidade era do irmão de Zion, Noah, que foi o 11º em 2020. Curiosamente a vaga de Zion para Gangwon foi herdada de seu irmão que ultrapassou a idade máxima da competição.
No halfpipe o Brasil debutou. João Teixeira foi o 15º.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de estarmos comparando resultados, o esporte vai muito além disso. Mas os resultados podem nos dar um parâmetro do quanto o país cresceu e evoluiu em esportes de inverno sendo respeitado a nível internacional. Tal evolução só é possível com uma boa administração e captação de talentos. E isso o Brasil tem feito. Provavelmente é precoce projetar medalhas em Milão-Cortina d'Ampezzo 2026, mas o Brasil constantemente tem provado que pode surpreender a todos. E se não for em 2026, talvez em 2030 ou 2034. A certeza que temos é que a base vem forte!
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