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Coluna Buzzer Beater - Juntar os cacos e começar tudo de novo...



Era nosso melhor momento. Um ano de invencibilidade, jogando em casa, e mesmo com um grupo difícil, a gente sabia que seria possível mesmo diante de todas as dificuldades. Mas a vaga não veio. Podemos culpa muita coisas, culpa a FIBA e suas regras malucas - afinal, como o campeão continental não está garantido na olimpíada? - os grupos mal distribuídos, as escolhas erradas nos minutos decisivos...o que resta agora é enxugar as lágrimas, levantar a cabeça e começar a se programar para remar tudo de novo, agora com direção para Los Angeles. 

Agora temos que tirar lições deste pré-olímpicos. Antes saco de pancadas, o Brasil deu trabalho para Austrália, Sérvia e Alemanha e poderia ter ganho um dos jogos necessários. Faltou a calma para saber fechar uma partida contra adversários de outra prateleira. Em todos os últimos quartos ou a seleção passou a frente ou empatou o jogo, mas no minuto final, uma série de falhas acabaram contribuindo para a nossa não-classificação. Faltou experiência das jogadoras em momentos tão decisivos.

Outra lição é que temos que tirar que algumas escolhas táticas do José Neto não foram boas. Com seis pivôs convocadas, foram poucas as vezes onde apostou em formações mais altas. Faltou Colocar Damiris na posição 3 e se aproveitar de um possível mismatch para nossa principal jogadora se aproveitar da sua melhor arma, seu faddeaway

Infelizmente faltou mais Stephanie Soares em quadra. Mas voltando de uma lesão no joelho e nitidamente estava sem ritmo de jogo, o que era uma pena. Mas ver Sassá atrás de Érika na rotação foi estranho. Nada contra Érika e seus serviços prestados ao basquete feminino, muito respeito pela  pivôzaça que e ela era e praticamente levava a seleção nas costas, mas ela estava jogando mal e entrou mais pra cometer faltas do que outra coisa. Sassá foi mais aguerrida e produtiva do que a Érika no pouco tempo que jogou. 

A posição 3 também foi um problema. Manu tinha sido o encaixe perfeito na Americup, mas sua lesão mostrou que não temos uma substituta da mesma qualidade. Leila Zabani foi uma boa surpresa, mas contra Alemanha ela não se destacou e Vitória Marcelino, apesar de ser uma ótima jogadora, também não rendeu o esperado.

E o que aconteceu é que sem um bom aproveitamento nas bolas de três e sem uma ala rápida para das uma mobilidade ofensiva, o jogo ficou muito concentrado nas pivôs e Damiris e Kamila fizeram o possível para sempre manter o Brasil vivo no jogo, tanto que perdemos sempre de pouco e só nos minutos finais. lutamos, mas perdemos.

Tudo isso é motivo para demitir o José Neto? claro que não. Ele fez um trabalho incrível, pegando uma seleção no fundo do poço e a colocou a minimamente em condições de disputar vagas olímpicas e mundiais bem antes do previsto, ao meu ver - Tóquio foi um exemplo disso, eu esperava o Brasil brigando neste pré-olímpico e não naquele em que perdemos para Porto Rico. Ele arrumou a casa e se a vaga não veio, é porque falou pouco, vide os placares das partidas do pré-olímpico.

Agora, resta saber se ele tem disposição para levar essa seleção um passo adiante. Talento ele mostrou que tem. mas será que ele aguenta encarar todo o ciclo novamente e competir em sul-americano pra pegar vaga em Americup, que depois arruma vaga para o pré-mundial - de que dessa vez a gente espera que tenha 16 seleções no mínimo -, depois é tentar classificar para o pré-mundial, tentando montar um time forte, fazendo ajustes finos com novos nomes para que esta seleção enfim consiga a vaga olímpica para Los Angeles? Não será fácil e se ele  quiser sair ou a CBB quiserem buscar um novo nome para esta função, não os culpo.

Agora é juntar os cacos de novo. É só resta os dirigentes que amam o basquete continuarem a se manterem unidos sem brigas (CBB e LNB, é com vocês) para fortalecer ainda mais o esporte. O basquete feminino mostrou evolução, mas ela não foi suficiente para conquistarmos a vaga para a olimpíada ainda. Quem sabe se monitorarmos mais talentos brasileiros no basquete universitário, ou se tivermos condições financeira de naturalizar alguma jogadora a gente dê esse salto necessário, enfim.

Como disse lá em cima, agora só resta lamentar, lamber as feridas para depois enxugar as lágrimas e apoiar novamente todo o basquete feminino, que merecia demais estar em Paris, mas a vaga infelizmente não veio. Que o bom trabalho continue e se aprimore e esta vaga olímpica venha em Los Angeles

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