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Coluna Buzzer Beater - A hora do basquete feminino é AGORA!

FIBA/Divulgação

A partir da próxima quinta-feira (8), o basquete feminino do Brasil tem seu momento mais importante dos últimos anos: o pré-olímpico de basquete feminino em Belém (PA). As comandadas de José Neto enfrentarão Sérvia, Austrália e Alemanha e destas quatro seleções, apenas uma ficará de fora dos Jogos de Paris, em uma intensa disputa de apenas três jogos. E apesar das dificuldades - a seleção não é favorita, vejo que o Brasil com um cenário favorável para esta disputa, uma oportunidade que temos de ao menos conseguir uma vitória para carimbar essa vaga.

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Primeiro, eu acredito em nosso elenco. Deu pra ver que José Neto resolveu valorizar o garrafão, já que teremos seis das doze convocadas para as posições 4 e 5 - Sassá, Damiris, Érika, Licinara, Stephanie Soares e Kamilla Cardoso. A rotação entre as pivôs deverá ser intensa e com jogadoras com alto QI de basquete como Licinara e Damiris, elas podem aparecer na posição 3, e ter uma formação alta em alguns momentos dos jogos é uma possibilidade para combater as investidas das seleções adversárias que tem bons valores no garrafão.


Kamila Cardoso caminha para ser uma das melhores pivôs do mundo. (FIBA/Divulgação)

E as nossas pivôs são a nossa melhor arma. Kamila Cardoso é jovem e ainda atua no basquete universitário, mas já é uma jogadora excepcional nos dois lados da quadra e se tudo correr bem, deverá fazer ao lado de Stephanie Soares, uma das duplas mais letais do pré-olímpico. Com acréscimo de Damiris, é um trio de muito respeito. Na Armação temos nomes experientes como Débora, Tainá Paixão além de Cacá, que tem muita qualidade. Talvez a Sossô pudesse estar nesse time, mas entendo a opção pela Izabela Ramona, que pode jogar bem nas posições 2 e 3 e é boa marcadora.

Acho que a maior preocupação é a ausência da Manu, que fez uma Americup maravilhosa e infelizmente, se lesionou e está fora do pré-olímpico. Sua presença na posição 3 seria a cereja do bolo, pois ela é uma jogadora incrível, que defende bem, espaça bem a quadra e ataca a cesta com agressividade, uma ala perfeita que há muito tempo precisávamos. Menção honrosa para a Rafa Monteiro que joga na mesma posição, e que também está fora, talvez por lesão também, eu não consegui achar informações sobre a ausência dela. Mas Leila e Vitoria Marcelino são ótimas jogadoras e darão conta do recado.

Outro fator importante demais é o fator casa. Jogar em Belém, onde as temperaturas são altas e podem (e devem) desgastar as europeias. E se a torcida paraense abraçar a nossa seleção e apoiar a todo momento, fazendo muito barulho, pode dar um gás extra para as nossas jogadoras. Minha expectativa é ver a arena Guilherme Paraense, o Mangueirinho, lotado em todos os jogos ( se você é de Belém, compre seu ingresso logo! ) que os presentes empurrem o Brasil para pelo menos uma vitória.

Neste pré-olímpico a questão é simples: Precisamos vencer uma partida. Mas convenhamos, o sorteio dos grupos foi meio ingrato e ao meu ver, este é o grupo da morte dos pré-olímpicos. Contra a Austrália, será o jogo mais difícil, e sair com uma derrota daqui é o mais provável. Elas tem uma forte seleção e que ainda tem o reforço de Lauren Jackson, um das maiores pivôs da história do basquete que aos 42 anos saiu da aposentadoria mais uma vez para ajudar a classificar as 'Opals', como a seleção australiana de basquete é chamada. Acho que vaga viria sem ela, inclusive, pois as australianas tem muito talento. e com a Lauren, nossa missão fica ainda mais complicada.

Lauren Jackson é uma das maiores jogadoras de basquete da história e mesmo atuando por poucos minutos, pode fazer estrago. Se o físico lhe faltar, a sua técnica muito acima da média pode fazer o resto. (Foto: FIBA/divulgação)

A Sérvia é um adversário que também pode ser considerado forte, ainda que passe por uma pequena entressafra de craques, não à toa naturalizaram a armadora estadunidense Yvonne Anderson para ajudar a equipe. mas ainda tem boas jogadoras que podem fazer um confronto difícil, com algumas jogadoras altas que podem incomodar no garrafão. Aqui, ao meu ver, uma vitória pode ser possível se o Brasil fizer uma atuação irretocável. Em condições normais, deve vir vitória da Sérvia, mas por pouca diferença.

Quando a gente vê a Sérvia com uma jogadora naturalizada na armação, vê que está rolando uma pequena entressafra no país. Mas a seleção sérvia não pode ser subestimada (foto: FIBA)

Nossa verdadeira decisão será contra a Alemanha. As alemãs mostraram uma clara evolução técnica nos últimos anos e é uma seleção que assim como a masculina, deve prezar pelo jogo coletivo e de marcação forte, com jogadoras altas. As irmãs Sabally, Satou - que joga na WNBA - e Nyara, são os principais nomes deste time. E é nele que devemos focar. Nossas pivôs vão ter jogar muito dos dois lados da quadra e aí que Damiris, Kamila e Stephanie tem que desequilibrar. A decisão pela vaga será neste jogo e acredito que se o Brasil continuar sua evolução técnica vista desde o título da Americup, pode vencer este jogo, se estiver focado e concentrado em seu objetivo.


Satou Sabally é uma das principais jogadoras da boa seleção alemã. Vamos torcer para que ela não brilhe muito nos próximos dias (foto: FIBA)

Claro que podemos tem o risco de termos aquela derrota doída que já tivemos várias outras vezes, mas acho que principalmente a seleção tem que estar preparada mentalmente para aquelas situações que já ficaram corriqueiras de uma jogadora rival estar iluminada e acertar a cesta até de olhos fechados. As jogadoras não podem desanimar quando as bolas difíceis dela caírem, como aconteceu nas eliminações do pré-olímpico de Tóquio com Porto Rico e do último pré-mundial contra a Coreia do Sul. Se a seleção conseguir ficar inabalável em meio aos revezes e mantiverem o plano tático acima de tudo, mesmo sabendo que minutos ruins em uma partida acontecem e podem ser revertidos, temos chances.

Quem me acompanha  por aqui desde o longínquo ano de 2012, sabe que minha torcida pelo basquete feminino é gigante. E vejo que estamos em um momento muito bom. Temos uma boa seleção, que me agrada muito de ver jogar - Obrigado José Neto! - uma liga nacional que vem se fortalecendo - e que terá 11 equipes em 2024 - e que a conquista da vaga olímpica será um impulso e tanto para a modalidade, que já sofreu tanto e merece este afago. Esta seleção merece estar em uma olimpíada representando nosso país. O basquete feminino do Brasil merece estar em Paris. Este é o mais profundo desejo de todo verdadeiro fã de basquete. E a hora para isso é agora, e torcida não vai faltar. que minha próxima coluna seja pra falar de coisa boa! #oremos


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