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Brasil se despede de Gangwon 2024 com feitos históricos e avaliação positiva

Time Brasil se despede de Gangwon 2024 com feitos históricos e avaliação positiva
Foto:William Lucas/COI


Com informações do COB


Os últimos integrantes da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude Gangwon 2024 deixam a Coreia do Sul neste sábado, 02 de fevereiro, com a sensação de terem visto a história sendo escrita. Isso porque o país conquistou a primeira medalha olímpica da história em esportes de inverno, com o bronze de Zion Bethonico no snowboard cross. Esse foi o maior feito dos atletas que representaram o Brasil no evento, mas não o único. A equipe mista de curling derrotou a Alemanha por 06 a 04 e conseguiu a primeira vitória olímpica da modalidade. Além disso, o Brasil somou quatro top-10 em três modalidades – bobsled, patinação velocidade em pista curta e skeleton – com três atletas distintos: Luis Filipe Seixas, Eduardo Strapasson e Lucas Koo (em duas provas).

“A cada nova edição de Jogos Olímpicos de Inverno conseguimos superar nossas marcas anteriores e estabelecemos novos parâmetros de sucesso. A medalha do Zion foi a coroação de um trabalho que vem sendo muito bem desenvolvido nos últimos anos pelas Confederações Brasileiras de Desportos no Gelo e na Neve em sintonia com COB. Mas é importante ver que evoluímos para além das medalhas, tanto em resultados, quanto nas entregas que fazemos aos atletas. Estive na Coreia do Sul e pude ver de perto quanto eles e os integrantes das comissões técnicas estavam satisfeitos com todo o entorno que os permitiu chegar a um desempenho tão relevante”, comentou Rogério Sampaio, diretor-geral do Comitê Olímpico do Brasil.

O Brasil já iniciou Gangwon 2024 com uma marca importante: o recorde tanto no número de atletas, 17 ao todo, quanto no de modalidades com brasileiros, que foram 08: curling, esqui cross country, biatlo, snowboard, esqui alpino, bobsled, skeleton e patinação velocidade - pista curta. A marca anterior era de Lausanne 2020 com 12 atletas em seis esportes.



E logo no primeiro dia de competições, 20/02, Zion Bethonico fez história e conquistou primeira medalha do Brasil em Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude, o bronze no snowboard cross. Até então, a melhor campanha do Brasil em Jogos da Juventude havia sido de Marley Linhares, oitavo colocado no monobob em Lillehammer 2016. Já a melhor campanha em Jogos Olímpicos de Inverno do Brasil era justamente na prova que Zion conquistou a medalha, com a nona posição de Isabel Clark em Turim 2006.

“A medalha do Zion pode ter sido uma surpresa para muitos, mas, com certeza, não foi para aqueles envolvidos no projeto. O jovem atleta está dentro da curva de desenvolvimento para atletas de elite há diversos anos, têm uma família que o apoia muito e um talento e dedicação que o colocaram na posição para brigar por uma medalha nos Jogos da Juventude. Montamos toda uma logística para ele poder desempenhar seu máximo na competição, e, felizmente, o resultado se concretizou”, analisou Pedro Cavazzoni, CEO da CBDN e chefe da equipe de neve em Gangwon.

O Brasil teve ainda outras marcas importantes nos esportes de neve. Júlia Reis estabeleceu a melhor colocação feminina nos Jogos de Inverno da Juventude nas provas de Sprint, com o 69º lugar, e Distance, com o 64º. O esqui alpino brasileiro voltou a ser representado depois de duas edições ausente e o Brasil estreou na prova de revezamento misto do esqui cross country e no snowboard halfpipe.

“É uma grande satisfação ver o planejamento estratégico iniciado em 2016 atingindo uma certa maturidade que se reflete nos resultados alcançados pelos programas e projetos incentivados pela CBDN. É importante destacar o quanto o ecossistema todo evoluiu liderado pelo fantástico trabalho feito Comitê Olímpico do Brasil, um planejamento estratégico sério e de longo prazo da CBDN alinhado ao do COB, e claro, a dedicação e empenho dos atletas e oficiais que entram no field of play”, completou Cavazzoni.

No gelo, o desempenho não foi diferente. Além da histórica vitória sobre a Alemanha no curling com a equipe mista, o Brasil teve atletas entre os 10 melhores do mundo nas outras três modalidades que participou sobre superfície congelada. Luis Filipe Seixas foi o 10º na prova do monobob (versão do bobsled com apenas o piloto no trenó), que completou as duas descidas em 1:51.72s. Eduardo Strapasson, no skeleton, também foi o 10º na prova masculina, com 1:49.94s.

Lucas Koo também marcou o nome da história dos esportes de inverno do Brasil com a participação na patinação velocidade – pista curta. Foi a primeira vez em que o país esteve representado na modalidade em Jogos Olímpicos e o atleta conseguiu três semifinais e dois top-10, nos 1.000m e 500m, em três provas que disputou.

“A participação nestes Jogos Olímpicos da Juventude foi muito positiva e comprovou a evolução do Brasil nas modalidades no gelo. Conquistamos resultados históricos entre os melhores do mundo, em que atletas e times foram competitivos nas quatro modalidades qualificadas. Essas conquistas reforçam que o trabalho e os projetos estão no caminho certo e estabelecem uma perspectiva de futuro promissor com jovens atletas de potencial a serem desenvolvidos visando novos resultados no horizonte”, analisou Gabriel Karnas, chefe da equipe de gelo do Brasil em Gangwon.

Vale destacar que o Brasil teve ainda a terceira maior delegação das Américas, como já está virando tradição, atrás apenas de Estados Unidos e Canadá. A delegação contou com atletas nascidos no Nordeste – Guilherme Melo é de Aracaju (SE) e Caue Miota de Salvador (BA) -, Sul – Eduardo Strapasson é de Rio Grande (RS) e Zion Bethonico, de Florianópolis (SC) – e do Sudeste. Apenas dois atletas eram nascidos fora do Brasil – João Teixeira em Ushuaia (Argentina) e Lucas Koo em Rochester (Estados Unidos).

Gangwon 2024 foi a quarta participação brasileira em Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude, iniciada em Innsbruck 2012. Contando com essa edição, o Brasil teve 41 diferentes atletas nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude, sendo 26 homens e 15 mulheres, em 8 modalidades: bobsled, biatlo, curling, esqui alpino, esqui cross country, patinação velocidade - pista curta, snowboard e skeleton.

“Os Jogos Olímpicos da Juventude têm a importante função de motivar os atletas a seguir na carreira. É uma experiência extremamente importante para eles e, não tenho dúvida, de que eles saem daqui mais maduros, não só como atletas. Pelo nível técnico já apresentado, pelos resultados e pela margem de crescimento que alguns ainda têm, é possível que alguns dos rostos que se apresentaram para o esporte olímpico brasileiro aqui em Gangwon 2024 estejam em Milão-Cortina 2026”, analisou Matheus Figueiredo, chefe da Missão Gagwon 2024.

“Por vários aspectos podemos dizer que a campanha em Gangwon 2024 foi histórica para o Brasil. Então, eu, como Chefe de Missão, não poderia estar mais satisfeito”, completou Figueiredo.

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