A British Rowing, órgão regulador do remo britânico, proibiu que atletas transgêneros possam competir em disputas femininas de elite, no entanto, permitiu que estas atletas possam participar de uma categoria aberta, recém-criada pela entidade, que entrará em vigor em 11 de setembro.
Em um comunicado, o órgão disse que apenas atletas "designadas como mulheres no nascimento" serão elegíveis para competir em suas competições femininas e representar a Grã-Bretanha ou a Inglaterra em eventos internacionais.
A categoria feminina será uma das três divisões dentro da British Rowing, composta ainda por uma categoria aberta, na qual "todos os indivíduos serão elegíveis" para competir, e uma outra será categoria mista, que envolverá 50% de representação da categoria feminina. A entidade afirma que está empenhada em promover um ambiente em que o remo seja acessível e inclusivo e em garantir oportunidades para todos.
"Para conseguir isso de maneira justa, precisamos estabelecer condições de concorrência que garantam uma concorrência justa e significativa, colocando restrições necessárias e proporcionais à elegibilidade. Já fazemos isso nas categorias de remo leve e adaptável, e agora estamos fazendo isso na categoria feminina”, disse um comunicado.
A British Rowing foi criticada no início deste ano por adiar uma decisão sobre a participação de transgêneros até o final da temporada, tendo publicado uma pesquisa em setembro passado que envolvia perguntar a opinião de mais de 31.000 remadores e treinadores e oficiais associados em todo o país.
Até seu último anúncio, o remo britânico determinava que "qualquer pessoa trans ou não binária, cuja identidade de gênero não era feminina ao nascer, que deseja competir na categoria feminina em competição doméstica deve ter evidência médica para mostrar que a concentração sérica de testosterona do indivíduo foi sido inferior a 5 nmol/L continuamente por um período de pelo menos 12 meses anteriores.
Mas, como foi apontado, esta postura estava em desacordo com a nova posição alcançada pelo órgão regulador internacional, World Rowing, no início deste ano, que afirmava: "Um critério no caso de uma transição de gênero é que a concentração sérica de testosterona do remador foi menor superior a 2,5 nmol/L continuamente por um período de pelo menos 24 meses anteriores."
A British Rowing acrescentou que a política da entidade foi desenvolvida após pesquisas e consultas extensas e contínuas com as partes interessadas, a comunidade de remo, acadêmicos e outras organizações relevantes e órgãos governamentais nacionais desde 2021 e é baseada nas evidências científicas disponíveis até o momento.
"A British Rowing está comprometida com a revisão anual desta política e seus procedimentos dentro de 12 meses de sua atualização mais recente para garantir que nossa abordagem seja consistente com as orientações, ciência, informações e estudos mais recentes. Isso incluirá, sempre que possível, mais pesquisas específicas sobre remo nesta área", encerrou o comunicado.
A World Athletics, a World Aquatics e a International Cycling Union estão entre as federações globais que endureceram suas regras de participação nos últimos dois anos e excluíram competidores transgêneros de participar de eventos da categoria feminina. A Fifa, entidade que rege o futebol mundial, também está revisando suas políticas de elegibilidade para transgêneros.
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