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Filhos de mãe brasileira, irmãos Bowler iniciam preparação rumo a Milão-Cortina 2026 no Centro de Treinamento do COB

Os irmãos Bowman posando para foto na frente do logo do COB
Foto: Gabriel Baron/COB


O Centro de Treinamento do Comitê Olímpico do Brasil (COB), no Rio de Janeiro, recebeu na última semana os irmãos Dominic e Sebastian Bowler, atletas do esqui estilo livre, para uma série de avaliações no Laboratório Olímpico. Nascidos nos Estados Unidos, eles são filhos de mãe brasileira e em 2021 decidiram competir representando as cores verde e amarela. O objetivo principal é a conquista da vaga olímpica para os Jogos de Inverno de Milão-Cortina 2026.

“O COB decidiu investir esse ano nos esportes de inverno com um pouco mais de atenção. Por isso, trouxemos ao Laboratório Olímpico os irmãos Bowler para avaliá-los e orientá-los sobre como vai ser a preparação no início desse ciclo olímpico. Na próxima temporada se inicia a corrida olímpica para Milão-Cortina e o COB dará total atenção para classificação deles aos Jogos Olímpicos de Inverno”, explicou a gestora esportiva do COB, Andrea Leibovitch, que destacou que a ação é uma parceria com a Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN).

“A CBDN tem um olhar cada vez maior para a seleção de atletas no exterior, sabendo que existem muitas famílias brasileiras fora do país e partiram para uma busca ativa de atletas que pudessem representar o Brasil. E com isso chegaram aos irmãos Bowler, filhos de uma brasileira, e que agora já são parte do Time Brasil. Então, eles têm todo o nosso envolvimento para que façam sucesso nos Jogos. Estamos oferecendo os melhores equipamentos de avaliação e eles ficaram apaixonados pela nossa estrutura”, ressaltou Andrea.

Durante todo o dia, os atletas passaram por um grande mapeamento feito pelos profissionais do Laboratório Olímpico do COB. Foram feitas uma bateria de avaliações bioquímica, médica, biomecânica, nutricional e psicológica. O presidente do COB, Paulo Wanderley, estava no Laboratório e acompanhou a ação. No mês passado, outros dois atletas da neve, os também irmãos Noah e Zion Bethonico, irmãos, passaram por avaliações no laboratório do COB. O objetivo é identificar pontos de melhoria para poder atuar ao longo da temporada.

“Essas avaliações servirão para vermos o que podemos fazer para nos tornarmos melhores atletas. Amei estar aqui no Laboratório Olímpico. É muito legal ter essa experiência. Nunca tinha estado aqui e é muito interessante aprender com os profissionais e sentir o suporte do Brasil”, avaliou Dominic Bowler, de 21 anos.


Seu irmão mais novo, Sebastian, de 19 anos, também aprovou a experiência. “Eu sabia que o Rio tinhas instalações olímpicas, mas adequá-las em benefício do treinamento dos atletas me surpreendeu. É impressionante, eu nunca vi nada como isso. Especialmente os serviços que são oferecidos para em benefício dos atletas”, elogiou Sebastian.

Os irmãos Bowler já competem pelo Brasil desde o segundo semestre de 2021, seis meses antes dos Jogos de Inverno de Pequim, e agora terão a chance de se prepararem durante um ciclo olímpico completo até Milão-Cortina 2026. O planejamento prevê que os irmãos participem das principais etapas da Copa do Mundo e do campeonato americano de esqui para somarem pontos no ranking visando a classificação olímpica.

“Conversamos com a nossa mãe e decidimos que queríamos esquiar pelo Brasil. Queríamos representar nossa família e sua cultura, mesmo não necessariamente morando no país, queríamos encontrar formas de nos conectarmos. Me sinto muito grato por poder ser um atleta brasileiro e colocar a nossa modalidade no mapa para que as crianças possam um dia quererem também esquiar pelo país”, afirmou Dominic, de 21 anos.

Filhos da paulista Annette Bowler, Dominic e Sebastian nasceram no estado do Oregon, mas desde a infância passam as férias anualmente em Ilha Bela, no litoral de São Paulo, onde a família da mãe tem uma casa de veraneio. A praia é um dos principais vínculos afetivos que os irmãos guardam com o país. Já nos Estados Unidos, a temperatura é outra e a areia dá lugar à neve. Os dois tiveram o primeiro contato com o esqui quando ainda eram bem pequenos.

“Nos Estados Unidos, moramos em uma cidade que tem uma montanha de esqui. É a praia de lá. Eu e o pai deles íamos esquiar e levávamos as crianças juntos. Tudo começou como uma brincadeira. Depois, começaram a ter aulas porque eles queriam pular e dar piruetas. E desencadeou que eles entraram no freestyle e passaram a competir”, conta a mãe Annette Bowler, que não esconde a satisfação de ver os filhos competindo pela bandeira brasileira. “É um grande orgulho porque o Brasil é o meu país e sempre vai ser. O pai que vai ter que sentar na cadeira de trás porque eles não foram competir pela Inglaterra”, brincou Annette.

“Foi uma ótima decisão competir pelo Brasil. Nós amamos muito o Brasil e é uma grande honra representar o país como esquiadores. Eu amo a cultura, nossa família é muito grande no Brasil. Nos Estados Unidos as famílias costumam ficar separadas, mas no Brasil estamos sempre nos encontrando. A gente gosta de passar o tempo e curtir juntos. Eu adoro a cultura em torno da nossa família e o que eu posso absorver de tudo isso”, relatou Sebastian, que além das praias de Ilha Bela e fã de churrasco.

Dominic Bowler e seu irmão Sebastian são mesmo radicais. Quando não estão nas montanhas de esqui, eles aproveitam o tempo livre para saltarem de penhascos e fazem sucesso no YouTube e Instagram.

“Comecei antes de um ano de idade, esquio a minha vida inteira. Deve ser por isso que amo tanto. Há nove anos, eu comecei a competir e nunca imaginei que o esporte me levaria ao lugar onde estou hoje. chegaria aonde cheguei”, refletiu o caçula Sebastian.

Além da conexão materna, os irmãos Bowler contam com uma das maiores inspirações olímpicas brasileiras para se tornarem atletas do país. Robert Scheidt, maior medalhista olímpico da história, é amigo de infância de Annette e conhece os meninos desde pequenos. Os pais de Robert, inclusive, são padrinhos de batismo de Annette. “Nossas famílias se encontram todos os anos, em julho, em Ilha Bela. A positividade, a determinação e a paixão pelo esporte do Robert sempre foram inspirações e os meninos sempre foram expostos a isso”, observou Annette Bowler.

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