Pesistas do Cazaquistão enfrentam suspensão de Paris 2024 após novo caso de doping

Pesistas em pódio de Campeonato Asiático. - Reprodução: Federação de Halterofilismo do Cazaquistão (WFRK)

 

Mais cinco atletas da equipe do Cazaquistão de Levantamento de Pesos foram provisoriamente suspensos, depois que suas amostras deram positivo para uma substância proibida durante o Campeonato Asiático de Halterofilismo, em maio deste ano, incluindo um medalhista de ouro que lidera o ranking para os Jogos Olímpicos do ano que vem em Paris.

 

Outros quatro membros da equipe, todos adolescentes que foram testados fora da competição em abril, também estão suspensos, segundo relatos da Federação do Cazaquistão. Até aqui já foram confirmados nove casos positivos para SARMS (moduladores seletivos de receptores de andrógenos) S-23, que é popular entre os fisiculturistas porque imita a atividade da testosterona e pode fornecer crescimento de massa muscular.

 

A campeã asiática de 102 quilos, Nurgissa Adiletuly, também havia testado positivo para o estimulante 5-metilhexan-2-amina.

 

Federações com três ou mais violações de doping em um ano podem ser suspensas de acordo com o Artigo 12 das regras antidoping do esporte por até quatro anos e multadas em até US$ 500.000 dólares, dependendo das deliberações de um painel independente que entrará em ação assim que o casos estão encerrados.

 

De acordo com as regras do sistema de qualificação de Paris 2024, as nações com três ou mais violações de doping durante o período entre julho de 2021 e julho de 2024 são automaticamente excluídas das Olimpíadas.

 

A Federação de Halterofilismo do Cazaquistão (WFRK) disse que pedirá que as amostras B sejam analisadas e, se houver contestação de qualquer uma dos casos pedirá o fim do processo, no entanto, o encerramento desses casos pode demorar muitos meses.

 

O Cazaquistão inscreveu dois dos atletas suspensos no Campeonato Mundial da Federação Internacional de Halterofilismo (IWF) antes que a Agência Internacional de Testes (ITA) publicasse uma lista atualizada de violações de doping ontem. Nenhum dos nove atletas suspensos pelo ITA ou pelas autoridades nacionais está entre as inscrições para o Mundial de Riad, na Arábia Saudita, em setembro.

 

Os testes fora de competição foram conduzidos pelas autoridades nacionais antidoping do Cazaquistão, e não pelo ITA. O ITA, que realiza todos os procedimentos antidoping para a IWF, também suspendeu provisoriamente levantadores de peso da Albânia, Seychelles e Turcomenistão, um deles por uma substância SARMS.

 

Nos últimos dois anos, 10 levantadores de peso de três continentes foram suspensos por violações de doping envolvendo SARMs. Antes disso, as substâncias nunca haviam aparecido nos registros antidoping da IWF que datam de 2003.

 

Os atletas do Cazaquistão que testaram positivo no Campeonato Asiático em Jinju na Coréia do Sul em maio são Adiletuly, 22; Arli Chontey, 30 anos, medalha de bronze até 55kg; Lyubov Kovalchuk, 22, quarto no superpesado feminino e oitavo no ranking olímpico: Andas Samarkanov, 21, terceiro até 109kg; e Artyom Antropov, que terminou uma posição à frente de Samarkanov e cujo ataque já havia sido anunciado pelo ITA.

 

As quatro adolescentes relatadas como positivas para SARMS S-23 são Ekaterina Alyakina, de 18 anos, oitava na categoria até 55kg feminino em Jinju; Alina Koliushko, 17, 13ª até 59kg; Denis Poluboyarinov, 17, nono até 96kg; e o medalhista de bronze no Campeonato Mundial Alexey Churkin, 19 anos, terceiro até 73kg e terceiro no ranking de Paris 2024.

 

Em uma declaração à mídia local antes do anúncio do ITA, o WFRK prometeu que iria realizar uma investigação sobre as múltiplas violações de doping em nível nacional. Afirmou ainda que estavam aderindo à política de "tolerância zero" para o doping, ao criar uma comissão para a investigação, que analisaria duas possibilidades - "o uso descuidado de nutrição esportiva contaminada e o uso intencional de doping por atletas".

 

O Cazaquistão tem um histórico de doping muito ruim e perdeu quatro medalhas de ouro olímpicas em Londres 2012 quando as amostras armazenadas foram reanalisadas.

 

Antonio Urso, secretário geral da IWF, disse: "A IWF está totalmente empenhada em erradicar o doping do nosso esporte. Todos aqueles que ainda não entenderam nossa firme determinação e continuam a trapacear, é claro, serão expostos a toda a gama de sanções estipuladas em nossas regras estritas. Um progresso constante foi feito e a grande maioria da comunidade de levantamento de peso está aderindo a esses princípios. Os poucos que não cumprem as regras já devem saber que o aumento de testes reforçados não facilitarão sua tarefa repreensível”.