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Austrália e Nigéria avançam no Grupo B da Copa do Mundo feminina de futebol; Japão goleia e é líder do Grupo C

 A segunda-feira foi responsável por confirmar mais quatro seleções na fase de oitavas de final da Copa do Mundo feminina de futebol. Após a eliminação da Nova Zelândia, a outra nação-sede se garantiu na fase final com estilo. Diante do atual campeão olímpico Canadá, as Matildas se impuseram do primeiro ao último minuto e merecidamente venceram o confronto direto por 4x0. A outra vaga do Grupo B ficou com a Nigéria, que empatou em 0x0 com a Irlanda. O Grupo C já tinha Japão e Espanha classificados desde o complemento da segunda rodada, o que faltava era conhecer a posição final de cada um ao final das três partidas. De forma inapelável, as asiáticas conseguiriam o 4x0 e a liderança. No outro jogo da chave, envolvendo as equipes já eliminadas, Zâmbia venceu a Costa Rica por 3x1 e encerrou sua primeira participação em mundiais com vitória e o terceiro lugar.

Grupo B (3ª Rodada) – Canadá 0x4 Austrália

Foto: Asanka Brendon Ratnayake (Reuters)

A expectativa que se tinha de um confronto equilibrado e decidido nos detalhes não foi cumprida. Isso por conta do grande desempenho apresentado pela anfitriã Austrália, que superou o campeão olímpico Canadá com um acachapante 4x0 em Melbourne. Esse resultado seria responsável também por eliminar as canadenses ainda na fase grupos da Copa.

Mais do que o resultado vistoso, o desempenho das Matildas foi realmente notável. Mesmo sem contar com a capitã Sam Kerr, ainda se recuperando de lesão, o ataque mostrou evoluções em comparação aos jogos anteriores da seleção na Copa do Mundo. O espaço dentro e nos arredores da área foi mais bem preenchido por meio campistas e meias-laterais.

O gol cedo certamente ajudou a acalmar os ânimos australianos, que precisavam do resultado positivo para alcançar a classificação. Logo aos oito minutos viria a primeira explosão da torcida. Um cruzamento de Steph Catley pelo setor canhoto encontrou Hayley Raso na área. A jogadora dominou e finalizou cruzado, tirando qualquer chance de defesa de Kailen Sheridan.

Apesar de a arbitragem inicialmente assinalar o impedimento, o VAR corrigiria a decisão poucos instantes depois. Quatro minutos mais tarde, o lance do 1x0 quase se repetiu. Catley encontrou Raso e a nova contratada do Real Madrid finalizou no cantinho. Porém, dessa vez a goleira canadense chegaria a tempo de praticar uma bela defesa.

No campo ofensivo, a equipe de Bev Priestman praticamente não ameaçava as donas da casa. Uma excelente atuação de Katrina Gorry no centro do campo dava marcação e também qualidade no momento em que a Austrália tinha a bola nos pés. Essa combinação anulava toda e qualquer iniciativa canadense de acionar suas meio campistas de talento.

O país da Oceania até conseguiria aumentar a vantagem aos 37’, mas o gol de Mary Fowler seria anulado por conta da interferência de Ellie Carpenter nas decisões a serem tomadas pelas defensoras rivais no momento da finalização. A lateral do Lyon estava em impedimento, e por conta disso o 2x0 seria invalidado após decisão da arbitragem.

Mas a Austrália nem teria tempo de lamentar. Isso porque o segundo gol nasceria no minuto seguinte. Hayley Raso mostrou oportunismo ao aproveitar vacilo da defesa canadense em cobrança de escanteio de Kyra Cooney-Cross. A goleira saiu mal e as zagueiras não conseguiram efetuar o corte, deixando a bola limpinha para Raso quase que na linha da meta.

A desvantagem obrigou a comissão técnica canadense a mexer. Foram quatro trocas no intervalo, e elas buscavam dar ao time o mesmo efeito do confronto anterior, quando o Canadá virou o jogo para cima da Irlanda após melhorar muito de uma etapa para outra. Só que desta vez o desfecho seria outro.

Mary Fowler conseguiria o seu golzinho aos 13 minutos após completar linda jogada de Caitlin Foord pelo setor canhoto. A meio campista do Manchester City desviou o cruzamento da parceira e a bola tocou de leve o poste esquerdo de Kailen Sheridan antes de preguiçosamente cruzar a linha de gol. A bola nem chegaria a tocar as redes nesse terceiro gol das Matildas.

A melhor chance do atual campeão olímpico surgiu aos 20’, quando Deanne Rose (uma das novidades para o segundo tempo) bateu cruzado e obrigou Mackenzie Arnold a realizar boa defesa. O lance foi gerado num contra-ataque, o que evidencia a postura australiana de seguir atacando e também a dificuldade canadense de manter a bola nos pés por muito tempo.

Mary Fowler voltaria a aparecer bem no campo ofensivo ao finalizar na trave jogada quase que toda construída pela incansável Katrina Gorry. A meio campista novamente chegaria ao ataque aos 46’, e acabaria sofrendo pênalti após falta cometida por Jessie Fleming. A lateral Steph Catley cobrou bem, marcou seu segundo gol na Copa e fechou o marcador a favor das donas da casa.

O 4x0 combinado ao empate sem gols da Nigéria contra a Irlanda possibilitou que a Austrália encerrasse o Grupo B na liderança. A equipe espera agora a definição do Grupo D para conhecer o seu adversário nas oitavas de final. Certo é que o confronto está marcado para ocorrer na próxima segunda-feira (07) a partir das 7h30 em Sydney.

Já o Canadá se despediu de forma melancólica em um mundial onde, no geral, apresentou pouco futebol. Atual campeã olímpica, a equipe de Bev Priestman teve somente um segundo tempo contra a Irlanda onde convenceu e mostrou algo que relembrasse os melhores momentos da seleção neste ciclo (ao menos no aspecto técnico).

Grupo B (3ª Rodada) – Irlanda 0x0 Nigéria

Foto: Dan Peled (Reuters)

A Nigéria conseguiu o pontinho necessário para avançar à fase final da Copa do Mundo, ainda que tenha perdido a liderança por conta do resultado paralelo no confronto envolvendo Canadá e Austrália. O 0x0 em Brisbane serviu também para que a Irlanda conquistasse o seu primeiro ponto na história dos mundiais femininos de futebol.

Desta vez no time titular desde o primeiro minuto, Asisat Oshoala foi quem teve a inaugural chance de gol a favor das africanas. Após receber bom passe de Uchenna Kanu, a craque do Barcelona arrancou em velocidade, invadiu a área e bateu cruzado. Porém, a bola sairia um pouquinho e somente tiraria tinta do poste direito de Courtney Brosnan.

Já a Irlanda buscava cruzamentos à área na grande maioria dos seus ataques. Em dois momentos do primeiro tempo, a goleira Chiamaka Nnadozie precisou aparecer bem para evitar um maior perigo dentro da área africana. No segundo lance, ocorrido aos 35 minutos, a nigeriana defendeu cabeceio da atacante Kyra Carusa.

Do outro lado, Brosnan também seria essencial para manter o 0x0. Especialmente pela grande defesa realizada aos 6 minutos do segundo tempo. Após belo lance de Toni Payne (um dos maiores destaques da Nigéria na Copa) pelo lado canhoto, a goleira irlandesa fez milagre em finalização de Uchenna Kanu na altura da linha da pequena área.

O cabeceio foi forte e ainda tocou o chão, mas Brosnan defenderia de maneira incrível. Na sequência, a bola ainda tocaria o travessão antes de ser afastada pela zaga europeia. Quase que no lance seguinte, uma boa troca de passes do ataque nigeriano acabaria em finalização de Oshoala. Novamente seu chute passaria perto, mas iria para fora.

Rasheedat Ajibade ainda arriscaria chute de fora da área já nos acréscimos, mas Courtney Brosnan faria a defesa sem maiores problemas. No final, o 0x0 de poucas emoções garantiu a Nigéria no mata-mata da Copa do Mundo como vice-líder da chave. Ao mesmo tempo, fez com que a estreante Irlanda encerrasse sua campanha na lanterna, com um ponto em três rodadas.

A Nigéria espera agora a definição do Grupo D para conhecer a adversária na fase oitavas de final. Certo é que o confronto contra a líder dessa chave (que pode Inglaterra, Dinamarca ou China) ocorrerá em Brisbane na próxima segunda-feira (07) às 4h30. A seleção de Randy Waldrum, lembremos, terminou a fase de grupos com cinco pontos e ainda invicta.

Grupo C (3ª Rodada) – Japão 4x0 Espanha

Foto: Marty Melville (AFP)

O confronto mais esperado do Grupo C foi marcado por uma atuação de luxo do Japão. Sólido defensivamente e com um aproveitamento incrível nas chances criadas, o conjunto asiático goleou a Espanha por 4x0 em Wellington e garantiu a liderança da chave com uma campanha impecável até o momento. Em três jogos, foram onze gols marcados e nenhum sofrido.

Especialmente a etapa inicial foi muito proveitosa ao Japão. Apesar de a Espanha conseguir uma boa chance de abrir o marcador já aos quatro minutos (em combinação do Barcelona envolvendo Aitana Bonmatí e Mariona Caldentey), logo a posse de bola das europeias foi se tornando improdutiva diante da ótima marcação rival.

Bem postado em campo, o Japão fechava espaços em sua defesa e era cirúrgico no momento de contra-atacar. Aos 12 minutos, viria o 1x0. Após troca de passes surgida ainda do trio de zagueiras, Jun Endo foi acionada pelo lado esquerdo e encontrou Hinata Miyazawa entrando às costas da defesa espanhola. Mais veloz, ela finalizou no canto para vencer Misa Rodríguez.

Esse foi um problema enfrentado pela Espanha durante o mundial e que havia sido maquiado por conta dos bons resultados diante de Costa Rica e Zâmbia. Entretanto, contra uma equipe de maior qualidade em movimentação e também de toques rápidos, ficou evidente a fragilidade europeia ao lidar com esses espaços.

Aos 29 minutos, o Japão aumentaria sua vantagem através de outro contra-ataque. Após o bloqueio defensivo realizado por Moeka Minami na entrada da área, o combinado asiático trocou rápidos passes e chegou em vantagem numérica ao ataque. Hinata Miyazawa desta vez deu a assistência para Riko Ueki, que recebeu no lado esquerdo e finalizou com o pé contrário.

A bola ainda desviaria em Irene Paredes antes de encontrar o ângulo direito espanhol. Mais uma vez La Roja era castigada pela pouca eficiência demonstrada com a bola e também pela desorganização atrás. Muito bem explorada e também gerada pelas adversárias, é evidente, mas com erros crassos de cobertura.

E o ataque gerava pouco perigo. O mais notável lance na etapa inicial surgiu aos 35 minutos, com uma boa ultrapassagem de Ona Batlle encontrando Jenni Hermoso na grande área. Porém, o cabeceio da atleta do Pachuca não foi o ideal e a bola sairia por cima da meta. Do outro lado do gramado, o Japão se mostrava mais certeiro.

Em seu terceiro real ataque, viria o terceiro gol. E novamente em um contra-ataque após roubar a bola da seleção europeia – desta vez na região central do campo. Riko Ueki encontrou Hinata Miyazawa com muito espaço pelo lado direito, às costas de Olga Carmona. A japonesa arrancou e bateu forte, novamente no ângulo direito de Misa Rodríguez. Eram passados 40’.

Até por conta do placar, o segundo tempo foi mais morno de sem tantas emoções de lado a lado. A Espanha continuou tendo a bola nos pés, mas esbarrava em um consciente e muito bem organizado esquema de marcação do Japão. Apesar das mudanças de lado a lado (também pensando na fase final da Copa), a partida ia se encaminhando para um 3x0.

Mas, o minuto 38 reservaria o gol mais bonito da noite. Novamente em lance gerado pelo lado direito, desta vez via arremesso lateral, uma japonesa teve liberdade para percorrer uma extensa faixa de campo até entrar na área. Ela era Mina Tanaka, novidade na etapa final e que finalizou com extrema categoria ao utilizar seu pé canhoto para encontrar o ângulo de Misa Rodríguez.

O inapelável 4x0 confirmou o primeiro lugar do Grupo C para o Japão. A equipe de Futoshi Ikeda venceu seus três duelos e ainda não sofreu gols, tendo também o melhor ataque e a artilheira da Copa até o momento (Hinata Miyazawa, com quatro gols). O rival nas oitavas de final será a Noruega, em confronto marcado para ocorrer no sábado (05) às 5h em Wellington.

Ainda no sábado, mas às 2h, a Espanha tenta deixar para trás a péssima imagem deixada neste confronto diante do Japão e encara a Suíça. O clássico europeu envolvendo a líder do Grupo A e a segunda colocada do Grupo C acontece em Auckland e será responsável por abrir a nova fase da Copa do Mundo.

Grupo C (3ª Rodada) – Costa Rica 1x3 Zâmbia

Foto: AP

Ainda que as duas seleções não tivessem mais chances de classificação, Hamilton presenciou a primeira vitória da história de Zâmbia em mundiais de futebol. O 3x1 diante da Costa Rica fez com que as africanas encerrassem com dignidade sua participação na Copa após os dois tropeços sofridos contra as favoritas equipes de Espanha e Japão.

A seleção da CONCACAF, por outro lado, encerrou sua campanha com um total de zero pontos e a última colocação na chave. E a desvantagem para a Costa Rica veio já no comecinho do duelo. Aos três minutos, Avell Chitundu cobrou escanteio do lado direito e encontrou Lushomo Mweemba na primeira trave. A zagueira desviou com o pé direito e encobriu Daniela Solera.

Esse foi também o primeiro gol marcado por Zâmbia na história das Copas do Mundo. Os lances pelo alto seguiam sendo um bom trunfo às africanas, que quase ampliaram aos 17’ em cabeceio de Racheal Kundananji que seria bloqueado por uma defensora rival em cima da linha do gol. A jogada toda foi gerada em cobrança de falta pelo setor direito.

Onze minutos mais tarde, a capitã Barbra Banda sofreu carga de Katherine Alvarado no momento em que iria finalizar. A arbitragem, próxima ao lance, assinalou o pênalti a favor das zambianas. A responsável pela cobrança seria a própria Banda, que bateu no canto direito de Solera para ampliar a vantagem de sua seleção e encaminhar a vitória.

Aos 38 minutos, Margaret Belemu cobrou falta com extremo perigo. Em uma tentativa de surpreender a goleira rival, a bola passou triscando o poste direito. Pouco depois, viria o lance mais incrível do jogo. E também em bola parada, mas desta vez a favor da Costa Rica. Após cabeceio na trave e um bate e rebate que durou longos segundos, Fabiola Villalobos chutaria por cima.

A zagueira teria outra boa chance aos 42’, mas o cabeceio iria sobre a meta defendida por Zâmbia na sequência de uma ótima cobrança de falta de Katherine Alvarado. Esse tipo de lance pelo alto, aliás, seria a principal maneira de Costa Rica chegar até o gol de Catherine Musonda no primeiro tempo.

De tanto insistir, as latino-americanas conseguiriam seu golzinho na Copa. E em lance de bola parada, desta vez em batida de escanteio. Após cabeceio de María Coto, a goleira de Zâmbia não conseguiria fazer a defesa em dividida com Valeria del Campo e a bola sobraria limpa para Melissa Herrera. Com o gol vazio, ficou fácil para a atacante do Bordeaux. 2x1.

Herrera chegaria a empatar o jogo aos 23’, mas a arbitragem corretamente assinalou impedimento.  Dez minutos mais cedo, a Costa Rica reclamou demais de uma possível penalidade. A falta até existiu, mas na origem do lance uma posição de impedimento de Priscila Chinchilla acabaria anulando o prosseguimento da jogada.

Apesar do segundo tempo mais consistente das costarriquenhas, foi Zâmbia quem balançaria as redes. E já aos 47 minutos, em combinação inteligente envolvendo as duas craques do time africano. Barbra Banda deixou duas adversárias para trás antes de dar um passe açucarado para Racheal Kundananji. Com calma, a atacante dominou e bateu no canto da goleira.

O 3x1 deu a Zâmbia seu primeiro resultado de vitória em Copas do Mundo. De quebra, garantiu também o 3º lugar do Grupo C. Ainda que tenha deixado a competição ainda na fase inicial, trata-se de um resultado importante para o país. Já a Costa Rica encerrou sua segunda campanha em mundiais com três derrotas e a última colocação na chave.

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