Dois campeões olímpicos russos que apoiaram abertamente a guerra na Ucrânia tiveram seus pedidos rejeitados para competir no Campeonato Mundial de Taekwondo na capital do Azerbaijão, Baku. Segundo informou o portal insidethegames, o World Taekwondo confirmou que Maksim Khramtsovo e Vladislav Larin foram os dois atletas cujas inscrições para competir como Atletas Neutros Individuais foram rejeitadas.
A União de Taekwondo da Rússia inicialmente incluía os medalhistas de ouro masculino, de Tóquio 2020, em sua lista de atletas para o Mundial. Maksim Khramtsov, categoria até 80 kg, e Vladislav Larin, categoria acima de 80 kg, competindo sob a bandeira do Comitê Olímpico Russo, se tornaram os primeiros campeões olímpicos de seu país no esporte, mas desde então vem expressando apoio à invasão da Ucrânia por Vladimir Putin.
O World Taekwondo está entre as Federações Internacionais que suspenderam a proibição total de atletas russos e belarrussos, seguindo as recomendações revisadas do Comitê Olímpico Internacional (COI) em março, embora tenham aderido às orientações que bloqueiam aqueles que apoiam o conflito ou são afiliados às forças armadas.
Para os Campeonatos Mundiais, isso exigiu um processo de três etapas envolvendo verificação pela associação nacional membro e união continental, confirmação conduzida individualmente pelo atleta ou equipe de suporte e uma avaliação final pela Revisão
Um grupo de 23 Atletas Neutros Individuais foi provisoriamente aprovado - 14 com passaporte russo e nove com passaporte belarrusso - cuja participação está sujeita à assinatura de uma declaração comprometendo-se a respeitar integralmente as condições de participação em Baku.
A decisão de barrar Khramtsov e Larin foi condenada pela União de Taekwondo da Rússia. “Acabamos de receber informações de que esses dois atletas foram suspensos do Campeonato Mundial, o que posso dizer? Aparentemente, é benéfico para alguém eliminar concorrentes sem esperar pelo início da competição”, disse o diretor executivo Gennady Zhigulsky.
Entre os liberados para competir estão a russa Tatiana Minina, medalhista olímpica de prata até 57kg, e o medalhista de bronze masculino, até 58kg, Mikhail Artamonov, além da campeã dos Jogos Olímpicos da Juventude até 49kg feminino Elizaveta Ryadninskaya. Margarita Blizniakova, duas vezes medalhista de bronze no Campeonato Europeu e Polina Khan, campeã dos Jogos Mundiais Militares são os outras atletas russas provisoriamente aprovadas como neutras.
Os críticos argumentam que os atletas da Rússia e de Belarus seriam usados para fins políticos por ambas as nações e não deveria haver lugar para nenhum dos dois países no esporte internacional, enquanto a guerra na Ucrânia estiver em andamento, por outro lado russos e belarrussos alegam que as condições estabelecidas pelo COI são "discriminatório".
A Ucrânia desistiu do Campeonato Mundial de Taekwondo porque os atletas da Rússia e de Belarus foram autorizados a participar.
Atletas de 144 países e uma equipe de refugiados devem competir em oito categorias de peso nos eventos masculino e feminino em Baku, de segunda-feira (29 de maio) até domingo (4 de junho) da próxima semana. Os pontos de qualificação olímpica para os Jogos Olímpicos do ano que vem em Paris são oferecidos no Campeonato Mundial.
O Campeonato Mundial foi organizado para coincidir com o 50º aniversário de fundação do World Taekwondo, com um jantar de gala planejado em que as 17 Associações Nacionais fundadoras serão homenageadas com prêmios e com a presença de atletas que começaram nas Olimpíadas desde a estreia do esporte em Sydney 2000.
A Assembleia Geral Mundial de Taekwondo também está marcada para domingo (28 de maio). O presidente do World Taekwondo, o sul-coreano Chungwon Choue, está animado com o início do Campeonato Mundial.
"Faltando pouco mais de uma semana para o início do Campeonato Mundial, há uma grande expectativa do que está por vir em Baku. Fora dos Jogos Olímpicos, o Campeonato Mundial é o nosso principal evento e sempre oferece ação espetacular de taekwondo", disse Choue.
Chungwon Choue destacou que o evento deste ano é ainda mais especial pelo fato de coincidir com o 50º aniversário da entidade e, portanto, haverá uma verdadeira celebração das conquistas do último meio século.
"Com quase 150 países representados, além de uma equipe de refugiados no campeonato, será um evento que não apenas mostra o melhor do taekwondo de elite, mas também a globalidade e a inclusão do nosso esporte", finalizou o sul-coreano.
0 Comentários