Tricampeã olímpica acusa Ucrânia de "chantagem" ao Movimento Olímpico

Foto: insidethegames.biz / ROC - Comitê Olímpico Russo

 

A russa tricampeã olímpica de nado sincronizado, Olga Brusnikina, acusou a Ucrânia de "chantagear todo o Movimento Olímpico" e criticou os critérios que os atletas russos precisarão cumprir para poderem competir internacionalmente.

 

Brusnikina, agora presidente da Federação Russa de Nado Sincronizado, condenou as recomendações do Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciadas no mês passado de que os atletas deveriam poder retornar às competições internacionais sob uma bandeira neutra, desde que certas condições fossem seguidas.

 

Isso incluía não ter apoiado publicamente a invasão da Ucrânia por Vladimir Putin ou ser contratado pelos militares russos ou belarrussos ou agências de segurança nacional. "As últimas decisões do COI foram muito decepcionantes, era esperado que nos oferecessem uma apresentação sem hino e sem bandeira, mas além disso, uma série de outros critérios foram apresentados", disse Brusnikina.

 

A medalhista de ouro olímpico no dueto e equipe em Sydney 2000 e equipe em Atenas 2004 reforçou as críticas ao COI: "Eles praticamente privam as chances de certos passos positivos em relação aos representantes da Rússia, o que, talvez, algumas federações esportivas internacionais estivessem inclinadas a fazer. Eles já inventaram um nome, como designar nossos atletas sem nenhuma menção ao país - 'atletas neutros individuais'."

 

O presidente do Comitê Olímpico Russo (ROC), Stanislav Pozdnyakov, revelou que está confiante de que as condições estritas para que os atletas possam retornar às competições internacionais, incluindo os Jogos Olímpicos do próximo ano, serão relaxadas pelo COI, mas Brusnikina, eleita presidente do órgão regulador nacional em dezembro passado, acusou o COI de ceder à pressão da Ucrânia para banir atletas russos de Paris 2024. 

 

Olga Brusnikina disse ainda que "Os critérios do COI são abertamente discriminatórios e violam não apenas os direitos do atleta, mas também os direitos humanos”. Segundo Brusnikina, as decisões do COI são ditadas exclusivamente pela política, visto que não há registro de os atletas russos violaram a Carta Olímpica. “Eles não estão punindo aqueles que, de fato, agora estão chantageando todo o Movimento Olímpico, mas aqueles que são cidadãos russos", finalizou a tricampeã olímpica.

 

A World Aquatics manteve a proibição imposta aos atletas russos e belarrussos em março passado, após a invasão de Vladimir Putin à Ucrânia, embora tenha anunciado na última quarta-feira (5 de abril) que estava criando uma força-tarefa para explorar seu possível retorno como neutros.

Em setembro passado, Anastasia Davydova, ex-companheira de Brusnikina em Atenas 2004, fugiu da Rússia em protesto contra a guerra da Ucrânia. Na época, ela era secretária-geral do Comitê Olímpico Russo (ROC) e havia sido vice-presidente da Federação Russa de Nado Sincronizado.