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COI e IPC podem seguir políticas diferentes em relação a admissão de russos

Foto de Integrantes do IPC em reunião do Comitê Paralímpico
Foto: Arquivo IPC


O presidente do Comitê Paraolímpico Internacional (IPC)Andrew Parsons, admitiu que é “uma possibilidade” que sua organização possa ter uma política diferente do Comitê Olímpico Internacional (COI) sobre a participação de atletas russos e belarrussos em Paris 2024. Tony Estanguet, presidente do Paris 2024, acrescentou que, nesse caso, o Comitê Organizador "se adaptaria" à situação.


Após a recomendação do COI às Federações Internacionais, em março do ano passado, para não incluir atletas russos e belarrussos em suas competições, o IPC fez o contrário, anunciando que os atletas destes países poderiam competir nas Paralimpíadas de Inverno de Pequim 2022, embora sob a bandeira do Comitê e sem entrar no quadro de medalhas.

 

No entanto, em seguida os atletas da Rússia e de Belarus foram suspensos, devido a vários Comitês Paraolímpicos Nacionais ameaçarem um boicote. Na ocasião, Parsons disse que as nações "provavelmente se retirariam" se as duas nações não fossem banidas, afirmando que não haveria "Jogos viáveis".

 

Atualmente a posição do COI mudou e agora, o Comitê tenta explorar maneiras de incluir atletas russos e belarrussos em competições internacionais como "neutros", para tentarem se classificar para os Jogos do próximo ano, embora nenhuma decisão tenha sido tomada ainda sobre sua elegibilidade para competir nos Jogos de Paris 2024.

 

Andrew Parsons, questionado durante uma entrevista para marcar 500 Days to Go no domingo (16 de abril) até o início das Paralimpíadas de 2024, afirmou que era concebível que o IPC pudesse chegar aos Jogos com políticas diferentes do COI na questão da Rússia. “Acho que sempre queremos estar unidos no mundo do esporte, mas acho que a situação que estamos enfrentando tem tantas ramificações e pode realmente mudar a geopolítica do mundo em que vivemos, que algumas nações diferentes vão pensar de maneira diferente.”

 

O Presidente do IPC destacou que diferentes países estão tomando medidas diferentes no mundo do esporte. Parsons destacou que é sempre bom que estejam unidos, mas a situação é tão desafiadora que às vezes não é possível, devido às estruturas de governança diferentes e as pessoas tomam decisões diferentes.

 

Questionado se tal diferença de abordagem seria algo que os organizadores de Paris 2024 poderiam lidar, Estanguet respondeu: "Sim - teremos que nos adaptar, eu acho. Está muito claro nas regras que são dois órgãos diferentes que têm o direito de tomar sua própria decisão sobre este capítulo, como Andrew está dizendo.

 

Presidente do Paris 2024, Tony Estanguet, também destacou que o objetivo é de unidade entre COI e IPC e que tentarão estar na mesma página da história, na mesma linha, no entanto reconheceu que é uma situação muito complexa.

 

"Tem também o poder do esporte, sua diversidade, ter no final esse tipo de situação complexa faz parte do movimento esportivo. Temos muitos, muitos esportes diferentes - Para Esporte, Federações Internacionais, que terão a mesma abordagem. Para nós, que estamos no meio dessa situação, também temos que ser fortes em nossa diversidade, riqueza, não é fácil, não é simples, e este ponto é uma complexidade adicional que precisamos lidar. “E nós o faremos”, finalizou Estanguet.

 

O responsável pelo Comitê Organizador citou o que aconteceu no Rio 2016, onde após revelações de doping sistemático por parte de atletas russos, aquela nação foi autorizada a competir sob uma bandeira neutra pelo COI, no entanto foram banidos pelo IPC, cujo então presidente, Sir Philip Craven, disse que a Rússia "falhou catastroficamente com seus paraatletas", acrescentando: "sua mentalidade de medalhas acima da moral me enoja".

 

“Mais uma vez, a situação é bastante clara, como aconteceu no passado que não era o mesmo posicionamento entre as duas organizações. Não é para nós a maneira mais fácil de entregar um evento desse porte, mas vamos nos adaptar e seremos flexíveis para respeitar suas decisões”, disse Estanguet.


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