A Seleção Brasileira de judô
paralímpico encerrou sua participação no Grand Prix de Almada, em
Portugal, ganhando mais dez medalhas, sendo duas de ouro, seis de prata e duas
de bronze. Com as cinco conquistadas no primeiro dia de competição (veja aqui), o país fechou o evento na liderança geral, com 15 medalhas ao todo:
três ouros, sete pratas e cinco bronzes. A França ficou na segunda
colocação, com dois ouros, uma prata e dois bronzes, seguida do Cazaquistão (dois
ouros e um bronze). O torneio português reuniu 91 atletas de 24 países.
Alana Maldonado, de 27 anos, atual bicampeã mundial e campeã em Tóquio 2020, conquistou o ouro na categoria J2, para atletas de baixa visão, de até 70 kg, após derrotar a japonesa Kazusa Ogawa, quarta colocada do ranking, em dois combates. Como a categoria delas só teve duas inscritas, o sistema de disputa é o melhor de três duelos. Alana não precisou da terceira luta para garantir o primeiro lugar.
"Muito bom começar o ano assim, sendo campeã! Temos uma grande temporada pela frente, é preparatória para os Jogos de Paris, então serão muitas competições. Muito obrigada pela torcida de todos!", agradeceu Alana.
Quem também brilhou no dia de
hoje e pendurou a medalha dourada ao redor do pescoço foi o potiguar Arthur
Silva, de 30 anos, atual líder do ranking na categoria J1 (cegos totais) de até
90 kg. Ele confirmou o favoritismo e superou o ucraniano Eduard Tropinov e o
britânico Daniel Powell (vice-campeão mundial em 2022) até fazer a final contra
o compatriota Antônio Tenório, maior judoca paralímpico de todos os
tempos. A luta só foi decidida no golden score, com vitória de Arthur
Silva e prata para Tenório.
"Não tinha como começar o
ano melhor, ouro aqui em Portugal, dobradinha do Brasil... Quero agradecer a
todos que seguem na torcida, vamos rumo a Paris, se Deus quiser!",
comemorou Arthur.
Na categoria J2 acima de 70 kg,
outro duelo brasileiro, Rebeca Silva e Meg Emmerich se
enfrentaram na semifinal. A primeira levou a melhor e se classificou para a
final, quando acabou derrotada pela italiana Carolina Costa e terminou com
a prata. Já Meg, quarta colocada do ranking, voltou para a disputa do bronze e
ganhou da britânica Kirsten Taylor.
Além de Rebeca, o gaúcho Marcelo
Casanova, de 19 anos, foi outro que conseguiu alcançar a final, mas não o ouro.
Quinto do mundo na categoria J2 até 90 kg, ele acabou superado pelo sul-coreano Jung
Min Lee, 17º do ranking, e ganhou a medalha prateada.
As outras três pratas do Brasil
nesta terça-feira vieram em categorias que só contaram com três atletas
inscritos. Nesses casos, todos se enfrentam entre si. Brenda Freitas perdeu
para a sueca Nicolina Pernheim, mas venceu a italiana Matilde Lauria na
categoria J1 até 70 kg. Na J1 acima de 70 kg, Erika Zoaga bateu a
venezuelana Danitza Sanabria e perdeu para a norte-americana Christella Garcia.
Na J2 acima de 90 kg, Sergio Fernandes ganhou do cazaque Yerlan Konkiyev,
mas foi batido pelo britânico Christopher Skelley.
A maior surpresa do dia veio com o atual campeão mundial Wilians Araújo,
de 31 anos. Invicto no ano passado, quando acumulou 23 vitórias por ippon em 24
combates ao longo de sete competições vencidas por ele, o líder do ranking
acabou surpreendido logo na estreia pelo francês Romuald Raboteur (FRA), 13º do
mundo e derrotado pelo brasileiro no Mundial. Apesar do tropeço, o paraibano
voltou para a disputa do bronze e conseguiu medalhar ao derrotar o
cazaque Yerlan Utepov.
A próxima etapa do circuito
internacional da IBSA (sigla em inglês para Federação Internacional
de Esportes para Cegos) está marcada para os dias 13 e 14 de março, em
Alexandria, no Egito. Haverá também eventos em Baku, no Azerbaijão, em
setembro, e Tóquio, no Japão, em dezembro. Todos contam pontos para o ranking
mundial, principal critério de distribuição das vagas da modalidade para
os Jogos Paralímpicos de Paris 2024.
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