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Camping de Treinamento de Velocidade junta três gerações do atletismo brasileiro


A integração entre gerações de velocistas do atletismo brasileiro deu o tom ao Camping de Treinamento de Velocidade iniciado na terça-feira (22/11) e que termina neste sábado (26/11), em Bragança Paulista. A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) juntaram atletas como a medalhista olímpica Rosângela Santos, 31 anos, e o campeão mundial Rodrigo do Nascimento, de 28 anos; Vitória Rosa, 26, e Felipe Bardi, 24, dentre os mais rápidos do Brasil; e caçulas como Vanessa dos Santos, 17, Renan Gallina e Thamer Villar, ambos de 18 anos.

A CBAt convidou 21 atletas, os principais velocistas do Brasil este ano, e seus treinadores e profissionais da área médica e de biomecânica. Os trabalhos estão sendo realizados no Centro Nacional Loterias Caixa de Desenvolvimento do Atletismo, em Bragança Paulista, São Paulo. O Mundial de Budapeste, Hungria, de 19 a 27 de agosto, e o Pan-Americano de Santiago, Chile, de 20 de outubro a 5 de novembro, são as duas principais competições de 2023.

Rosângela Santos (Instituto Internacional Correr Bem-RJ) disse que foi muito importante a CBAt "ter esse feeling de juntar atletas jovens e experientes". "Conversei com o Rodrigo e essa vivência em seleção é importante para que os mais jovens tenham o entendimento sobre o que é preciso fazer para chegar ao resultado e que vale a pena".

Rosângela, que está recuperada da cirurgia feita há seis meses no tendão de Aquiles do pé direito, tem foco nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Por isso, não vai acelerar além do que deve. "Primeiro o Troféu Brasil, para ver o que é possível fazer em relação ao Mundial, posso jogar tudo para o Pan, mas o meu objetivo é fazer bem a minha última Olimpíada."

Rodrigo do Nascimento (CT Maranhão) observou que juntamente com Rosângela carrega a responsabilidade por ser mais velho, embora jovem ainda. "Ontem fui eu chegando - começou no atletismo aos 17 anos -, e hoje sou um dos mais experientes", afirmou Rodrigo, que é campeão no Mundial de Revezamentos de Yokohama, Japão, e recordista sul-americano do 4x100 m (37.72) no Mundial de Doha, Catar, em 2019. "A régua está alta e agora é buscar os 9 segundos, é pensar no índice para o Mundial e em correr o Pan."

Vitória Rosa (Pinheiros-SP), de 26 anos, aprovou a convivência entre atletas adultos, sub-18 e sub-20. E sobre os seus objetivos para a temporada de 2023 pensa em chegar aos 11.03 nos 100 m e 22.47 nos 200 m, suas melhores marcas pessoais, e daí "o que acontecer depois será algo novo". Vitória está "de olho nas marcas que pode fazer e as medalhas serão consequência". O objetivo são as duas principais competições do ano.

Felipe Bardi (SESI-SP), 24 anos, está feliz por participar dessa integração de gerações. "O atletismo está vindo forte e isso é positivo". Se inspira em atletas como Rodrigo do Nascimento - "gosto de ouvir os conselhos dele" - e Rosângela Santos. "O foco é para o Mundial e também para o Pan. Nunca participei de um Pan - em 2019 eu estava lesionado -, mas é uma competição que todo mundo adora e quero muito correr", afirmou, dizendo que suas metas de tempos nos 100 m são baixar os 10.07, que correu com vento válido, e os 10.00, com vento acima do permitido.

Derick Souza (Pinheiros-SP), 24 anos, disse que em 2015, chegando a elite da velocidade, fez um camping parecido, com atletas mais experientes, muito bom. "Depois, em 2017, eu estava na equipe do Mundial de Revezamentos das Bahamas, com Vitor Hugo, Bruno Lins e Antônio Rodrigues. Muito positiva essa integração." Derick, que está treinando no Rio de Janeiro com Renan Valdiero, tem como metas para a temporada melhorar suas marcas nos 100 m (10.10) e 200 m (20.23) e brigar por vaga no revezamento 4x100 m que na sua opinião pode buscar baixar ainda mais a marca do recorde sul-americano (37.72).

Renan Gallina (AA Maringá-PR), que correu os 200 m em 20.12, índice para o Mundial de Budapeste, recorde brasileiro sub-23 e sul-americano sub-20, tem 18 anos. "Os mais velhos, tanto atletas quanto treinadores, passam ensinamentos específicos. O grupo é descontraído e a receptividade foi boa. A gente muda a visão, aprende, se aprimora", disse Renan, que "calouro" tem de tirar os pratos dos mais velhos, pegar os lanches. "Tem as brincadeiras", comenta. Para a próxima temporada o foco de Renan está nas competições adultas, Mundial e Pan.

Thamer Moreira Alves Villar (Clube de Atletismo do Espírito Santo-ES), também de 18 anos, destacou a possibilidade de "aprender com atletas e treinadores mais experientes", disse que já tem como espelho o velocista Paulo André Camilo de Oliveira - do seu clube -, mas que admira Rodrigo do Nascimento.

"É importante essa integração de atletas de várias gerações. Nossos veteranos, que não são velhos, e essa juventude. Os mais novos criam ambição e geram responsabilidade nos mais velhos", resumiu Jorge Bichara, diretor Técnico da CBAt.

Foto:Rafa Bueno./CBAt

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